UMA AVENTURA NO COLISEU

ERA UMA TARDE COMUM NA CIDADE DE ROMA. O SOL BRILHAVA FORTE SOBRE AS RUÍNAS ANTIGAS, E OS TURISTAS PASSEAVAM ANIMADOS PELOS MONUMENTOS HISTÓRICOS. ENTRE ELES ESTAVA LÉO, UM GAROTO DE 13 ANOS, CURIOSO E APAIXONADO POR HISTÓRIA. ELE ESTAVA EM VIAGEM COM OS PAIS, MAS SEMPRE QUE PODIA SE AFASTAVA UM POUCO PARA EXPLORAR POR CONTA PRÓPRIA.

LÉO ERA UM GAROTO ESPERTO. TINHA CABELOS CASTANHOS DESGRENHADOS, OLHOS ATENTOS E UM CADERNO DE ANOTAÇÕES SEMPRE NAS MÃOS. ADORAVA LER SOBRE O IMPÉRIO ROMANO, OS IMPERADORES, AS LEGIÕES, OS GLADIADORES. ENTÃO, QUANDO VIU UM PEQUENO MUSEU TEMPORÁRIO AO LADO DO COLISEU, COM UMA PLACA QUE DIZIA "VIAGEM NO TEMPO: A ROMA ANTIGA", NÃO PENSOU DUAS VEZES ANTES DE ENTRAR.

DENTRO DO MUSEU, UMA EXPOSIÇÃO INTERATIVA CHAMAVA A ATENÇÃO. HAVIA UMA ESPÉCIE DE CÁPSULA DE VIDRO, CHEIA DE LUZES PISCANDO. UM LETREIRO DIZIA: "SIMULADOR DE ÉPOCA - EMBARQUE EM UMA EXPERIÊNCIA IMERSIVA!" LÉO, EMPOLGADO, ENTROU NA FILA. A ATENDENTE SORRIU E DISSE:

— VOCÊ ESTÁ PRONTO PARA VOLTAR NO TEMPO?

— SEMPRE ESTIVE! — RESPONDEU ELE, ENTRANDO NA CÁPSULA.

ASSIM QUE A PORTA SE FECHOU, TUDO ESCURECEU. UMA FORTE LUZ ENVOLVEU LÉO E, EM SEGUNDOS, ELE SENTIU COMO SE ESTIVESSE CAINDO. QUANDO ABRIU OS OLHOS, ESTAVA DEITADO EM UM CHÃO DE PEDRA.

AO SE LEVANTAR, OLHOU AO REDOR. ESTAVA NO MEIO DE UMA CIDADE BARULHENTA, COM PESSOAS VESTIDAS EM TÚNICAS, SOLDADOS DE ARMADURA MARCHANDO, COMERCIANTES GRITANDO EM LATIM E UM ENORME ANFITEATRO DIANTE DELE: O COLISEU, NOVINHO EM FOLHA.

— ONDE ESTOU?... — MURMUROU.

FOI ENTÃO QUE PERCEBEU: A MÁQUINA FUNCIONARA. ELE ESTAVA NA ROMA ANTIGA, PROVAVELMENTE NO SÉCULO I D.C.!

ENQUANTO TENTAVA ENTENDER O QUE FAZER, FOI ABORDADO POR UMA MENINA DE SUA IDADE, COM CABELOS ENCARACOLADOS E ROUPAS SIMPLES, QUE O OLHAVA COM CURIOSIDADE.

— VOCÊ PARECE PERDIDO. COMO SE CHAMA?

— LÉO. E VOCÊ?

— ME CHAMO FLÁVIA. NUNCA VI ROUPAS COMO AS SUAS. VOCÊ É UM ESCRAVO ESTRANGEIRO?

— ALGO ASSIM... — RESPONDEU, SEM SABER COMO EXPLICAR.

FLÁVIA RIU.

— BEM, VOCÊ VAI PRECISAR DE AJUDA PARA NÃO SE METER EM ENCRENCA. VENHA COMIGO!

ELA O LEVOU PELAS RUAS DA CIDADE, MOSTRANDO AS TERMAS, OS MERCADOS, OS TEMPLOS. FLÁVIA ERA FILHA DE UM ESCRIBA E SABIA MUITO SOBRE A CIDADE. COM ELA, LÉO APRENDEU A SE VESTIR COMO UM ROMANO, A USAR ALGUMAS PALAVRAS EM LATIM, E A SE MISTURAR ENTRE OS HABITANTES.

MAS NEM TUDO ERA TRANQUILO.

CERTO DIA, OS DOIS ESTAVAM PERTO DO COLISEU QUANDO OUVIRAM UM ALVOROÇO. SOLDADOS PROCURAVAM UM "ESPIA ESTRANGEIRO COM ROUPAS ESTRANHAS".

— ELES ESTÃO ATRÁS DE MIM — DISSE LÉO, APAVORADO.

FLÁVIA O LEVOU ATÉ UM VELHO CHAMADO MARCUS, QUE ERA INVENTOR E AMIGO DE SEU PAI. MARCUS OUVIU A HISTÓRIA E DISSE:

— SE VOCÊ VEIO DO FUTURO, PRECISA VOLTAR ANTES QUE MUDES O CURSO DA HISTÓRIA. MAS ISSO NÃO SERÁ FÁCIL. A MÁQUINA QUE O TROUXE PODE TER ABERTO UM PORTAL NO SUBSOLO DO COLISEU. MAS PARA CHEGAR LÁ, VOCÊ TERÁ QUE ENFRENTAR DESAFIOS.

— QUE TIPO DE DESAFIOS?

— GLADIADORES, BESTAS, ARMADILHAS. O SUBSOLO DO COLISEU É UM LABIRINTO.

MESMO COM MEDO, LÉO DECIDIU TENTAR. FLÁVIA INSISTIU EM IR JUNTO.

DISFARÇADOS DE APRENDIZES DE GLADIADORES, ELES ENTRARAM NO ANFITEATRO E DESCERAM ATÉ O HYPOGEUM, O LABIRINTO SUBTERRÂNEO ONDE FICAVAM OS GLADIADORES E AS FERAS. A ESCURIDÃO ERA TOTAL, E RUÍDOS ESTRANHOS ECOAVAM PELAS PAREDES DE PEDRA.

LÉO USOU A LUZ DE UMA TOCHA PARA GUIÁ-LOS. NO CAMINHO, FORAM SURPREENDIDOS POR UM JAVALI GIGANTE QUE HAVIA ESCAPADO DE UMA JAULA. FLÁVIA, CORAJOSA, ATRAIU O ANIMAL ENQUANTO LÉO ABRIA UMA GRADE PARA PRENDÊ-LO DE NOVO.

DEPOIS, ENCONTRARAM UM GRUPO DE GLADIADORES QUE PENSARAM QUE ERAM ESPIÕES. FOI NECESSÁRIO UM DUELO COM ESPADAS DE MADEIRA PARA PROVAR QUE ESTAVAM APENAS PERDIDOS. LÉO, COM SEUS CONHECIMENTOS DE FILMES E JOGOS, CONSEGUIU ENGANAR OS ADVERSÁRIOS E IMPRESSIONAR O CHEFE DELES.

FINALMENTE, CHEGARAM À CÂMARA SECRETA ONDE HAVIA UMA LUZ AZULADA PULSANDO. ERA O PORTAL.

— SE VOCÊ ATRAVESSAR, TALVEZ NUNCA MAIS VOLTE — DISSE FLÁVIA, TRISTE.

LÉO TAMBÉM ESTAVA TRISTE. EM POUCOS DIAS, FIZERA UMA AMIGA LEAL E VIVERA UMA AVENTURA INACREDITÁVEL.

— MAS PRECISO VOLTAR PARA MINHA FAMÍLIA. NUNCA VOU ESQUECER DE VOCÊ.

FLÁVIA SORRIU E ENTREGOU A ELE UM MEDALHÃO COM A IMAGEM DA LOBA QUE AMAMENTOU RÔMULO E REMO.

— PARA LEMBRAR DE ROMA... E DE MIM.

LÉO ATRAVESSOU O PORTAL. A LUZ O ENVOLVEU NOVAMENTE. QUANDO ACORDOU, ESTAVA DE VOLTA NA CÁPSULA DE VIDRO. A PORTA SE ABRIU E A ATENDENTE SORRIU:

— E ENTÃO, GOSTOU DA EXPERIÊNCIA?

LÉO APENAS OLHOU PARA O MEDALHÃO EM SUA MÃO. UMA LÁGRIMA ESCORREU EM SEU ROSTO.

— VOCÊS NÃO FAZEM IDEIA...

E SAIU DO MUSEU, COM O CORAÇÃO CHEIO DE SAUDADES E A CERTEZA DE QUE, MESMO QUE NINGUÉM ACREDITASSE, ELE VIVERA UMA VERDADEIRA AVENTURA NO COLISEU.