NUM LUGAR DISTANTE, ONDE O CÉU PARECIA SEMPRE COBERTO POR NUVENS COR DE COBRE E O VENTO CANTAVA CANÇÕES ANTIGAS, EXISTIA UM REINO CHAMADO TERRA BRONZE. ERA UM LUGAR DE PAISAGENS MAJESTOSAS — MONTANHAS RELUZENTES, LAGOS DOURADOS E FLORESTAS ONDE AS ÁRVORES TINHAM FOLHAS QUE TILINTAVAM COMO SINOS. MAS APESAR DE TANTA BELEZA, NINGUÉM RIA MUITO POR ALI.

O POVO VIVIA EM SILÊNCIO, COM PASSOS LEVES E OLHOS ATENTOS. TUDO POR CAUSA DELA: ZARADIA, A FEITICEIRA MAIS PODEROSA QUE JÁ CAMINHARA SOBRE A TERRA.

ZARADIA NÃO ERA MÁ COMO NAS HISTÓRIAS DE BRUXAS MÁS. ELA ERA... TEMPESTUOSA. INCRIVELMENTE PODEROSA, COMPLETAMENTE IMPREVISÍVEL, E INCLINADA A ACESSOS DE FÚRIA QUANDO CONTRARIADA. E TODOS SABIAM — MEXER COM A FEITICEIRA ERA COMO PROVOCAR UM VULCÃO ADORMECIDO.

ELA MORAVA NA TORRE DOS ECOS, UM CASTELO QUE PARECIA FUNDIDO AO TOPO DA MONTANHA DOURADA. QUANDO SUAS EMOÇÕES MUDAVAM, O CÉU MUDAVA COM ELA. SE ZARADIA ESTAVA DE BOM HUMOR, O SOL NASCIA BRILHANDO COMO UM CRISTAL QUENTE. SE ESTAVA ZANGADA... BEM, ERA MELHOR SE ESCONDER.

APESAR DISSO, TODOS A RESPEITAVAM. E, NO FUNDO, MUITOS A ADMIRAVAM. PORQUE, SE ALGUÉM OUSASSE AMEAÇAR TERRA BRONZE, ZARADIA ERA UMA MURALHA DE TROVÕES, RELÂMPAGOS E FEITIÇARIA. SEUS INIMIGOS? FUGIAM ANTES MESMO DE VER SEU ROSTO.

EM UM VILAREJO CHAMADO ANARIEL, AOS PÉS DA FLORESTA DOS SINOS, VIVIA UM GAROTO CHAMADO LIAN. ELE ERA DIFERENTE. ENQUANTO TODOS EVITAVAM FALAR DEMAIS OU SORRIR MUITO, LIAN GOSTAVA DE CANTAR PARA OS PÁSSAROS E INVENTAR HISTÓRIAS. ELE IMITAVA O SOM DAS FOLHAS E DAVA NOMES ÀS NUVENS. AS PESSOAS DIZIAM QUE ELE PRECISAVA "CRESCER E FICAR MAIS QUIETO".

MAS LIAN NÃO QUERIA SER IGUAL A TODOS. ELE SONHAVA EM CONHECER A TORRE DOS ECOS. SONHAVA EM ENTENDER ZARADIA. “COMO PODE UMA FEITICEIRA QUE PROTEGE O POVO SER AO MESMO TEMPO TÃO TEMIDA?”, ELE PERGUNTAVA À AVÓ, QUE APENAS SACUDIA A CABEÇA E DIZIA: “PORQUE ATÉ O SOL PODE QUEIMAR, MENINO.”

UM DIA, ENQUANTO PASSEAVA PELA FLORESTA, LIAN ENCONTROU UM CORVO DOURADO PRESO POR UMA DAS ASAS. ERA UMA AVE MÁGICA — RARA E SAGRADA NA TERRA BRONZE. ELE A AJUDOU A SE LIBERTAR, CANTANDO UMA CANÇÃO SUAVE QUE APRENDEU COM SEU AVÔ.

O CORVO O OLHOU POR UM TEMPO, E DEPOIS VOOU EM CÍRCULOS, DEIXANDO CAIR UMA PENA DOURADA NOS PÉS DE LIAN. AO TOCÁ-LA, UMA VOZ ECOOU EM SUA MENTE:

"A FEITICEIRA PRECISA DE UM CORAÇÃO LIVRE. VÁ ATÉ ELA."

LIAN, CORAJOSO COMO SÓ AS CRIANÇAS SONHADORAS CONSEGUEM SER, DECIDIU SUBIR ATÉ A TORRE DOS ECOS. ELE LEVOU CONSIGO A PENA DOURADA, ALGUMAS FRUTAS SECAS E UM PEDAÇO DE PÃO.

A SUBIDA FOI LONGA. VENTOS FORTES, CAMINHOS ESTREITOS E ECOS QUE PARECIAM SUSSURRAR SEGREDOS ANTIGOS. MAS ELE NÃO DESISTIU. QUANDO CHEGOU AOS PORTÕES DA TORRE, DOIS GUARDIÕES DE PEDRA O BARRARAM.

— VIM FALAR COM ZARADIA — DISSE, MOSTRANDO A PENA. OS OLHOS DAS ESTÁTUAS BRILHARAM, E OS PORTÕES SE ABRIRAM COM UM RUGIDO DE TROVÃO.

DENTRO DA TORRE, O CHÃO ERA FEITO DE ESPELHOS, E O TETO REFLETIA O CÉU DO LADO DE FORA. NO TRONO DE CRISTAL NEGRO, SENTAVA-SE ZARADIA. SEUS CABELOS DANÇAVAM COMO FUMAÇA ENCANTADA. OS OLHOS BRILHAVAM COMO O CENTRO DE UM FURACÃO.

— UM MENINO? — ELA PERGUNTOU, A VOZ VIBRANDO COMO UM TROVÃO DISTANTE. — O QUE VOCÊ QUER?

— QUERO ENTENDER VOCÊ — DISSE LIAN. — ACHO QUE NINGUÉM TENTA DE VERDADE.

A SALA SILENCIOU. ENTÃO, O VENTO SE ERGUEU. AS PAREDES BRILHARAM EM AZUL. ZARADIA SE SE LEVANTOU.

— ENTENDER? VOCÊ OUSA ME QUESTIONAR? — SUA VOZ ECOOU PELAS MONTANHAS.

MAS LIAN NÃO RECUOU. ELE SEGUROU FIRME A PENA DOURADA.

— NÃO QUERO TE DESAFIAR. SÓ QUERO SABER QUEM VOCÊ É, QUANDO NÃO ESTÁ FURIOSA.

ZARADIA HESITOU. PELA PRIMEIRA VEZ EM SÉCULOS, ALGUÉM NÃO TREMEU DIANTE DELA. ALGUÉM FALOU COM ELA COMO SE ELA FOSSE... HUMANA.

ZARADIA LEVOU O MENINO ATÉ O SALÃO DOS ECOS. LÁ, MEMÓRIAS FLUTUAVAM COMO NÉVOAS — CENAS DE SEU PASSADO, VISÍVEIS APENAS PARA QUEM ELA PERMITISSE.

ELA MOSTROU LIAN COMO, HÁ CENTENAS DE ANOS, FOI TRAÍDA POR REIS E MAGOS. COMO TEVE QUE DESTRUIR EXÉRCITOS PARA PROTEGER SUA TERRA. COMO, A CADA BATALHA, SEU CORAÇÃO ENDURECIA UM POUCO MAIS, COMO SE VIRASSE BRONZE.

— FUI FORÇADA A ESCOLHER ENTRE AMOR E FORÇA. ESCOLHI PROTEGER. MESMO QUE ISSO ME FIZESSE TEMIDA.

LIAN OLHOU PARA ELA COM OLHOS TRISTES.

— VOCÊ PROTEGEU, SIM. MAS AGORA É PRISIONEIRA DA SUA PRÓPRIA TORRE.

ZARADIA FICOU EM SILÊNCIO.

FOI ENTÃO QUE O CHÃO TREMEU.

UM ANTIGO INIMIGO DA TERRA BRONZE HAVIA RETORNADO. UM SENHOR DAS SOMBRAS, EXILADO POR ZARADIA SÉCULOS ANTES, AGORA MARCHAVA COM UM EXÉRCITO FEITO DE FUMAÇA VIVA E MEDO CRISTALIZADO.

— ELE VOLTOU PORQUE VOCÊ PAROU DE OUVIR A TERRA — DISSE LIAN. — ESTÁ NA HORA DE LUTAR, MAS COM O POVO AO SEU LADO. NÃO POR ELES.

ZARADIA RESPIROU FUNDO. PELA PRIMEIRA VEZ EM SÉCULOS, SUAS LÁGRIMAS CAÍRAM. ONDE TOCAVAM O CHÃO, FLORES DOURADAS NASCIAM.

ELA SAIU DA TORRE, NÃO EM FÚRIA, MAS EM PAZ FEROZ.

QUANDO O EXÉRCITO SOMBRIO CHEGOU ÀS PLANÍCIES DA TERRA BRONZE, ENCONTROU NÃO SÓ ZARADIA, MAS TAMBÉM O POVO, GUIADO POR LIAN.

A FEITICEIRA ERGUEU OS BRAÇOS E O CÉU SE ABRIU. RAIOS DOURADOS DANÇARAM, FORMANDO MURALHAS DE LUZ. AS SOMBRAS TENTARAM AVANÇAR, MAS CADA CANÇÃO QUE O POVO CANTAVA FORTALECIA ZARADIA.

ELA CONJUROU ESPELHOS DE VENTO, TEMPESTADES DE CRISTAL, FEITIÇOS ANTIGOS QUE DANÇAVAM COMO SERPENTES DE LUZ. LUTOU NÃO COM RAIVA, MAS COM ESPERANÇA.

O SENHOR DAS SOMBRAS FOI DERROTADO. NÃO PELA DESTRUIÇÃO, MAS POR NÃO ENCONTRAR MAIS ESPAÇO ONDE A CORAGEM E A UNIÃO FLORESCIAM.

APÓS A BATALHA, ZARADIA DESCEU DA MONTANHA. AS NUVENS DE COBRE DERAM LUGAR A UM CÉU QUE MUDAVA DE COR CONFORME AS EMOÇÕES DO POVO. O MEDO FOI SE TRANSFORMANDO EM RESPEITO. DEPOIS, EM CARINHO.

ZARADIA AINDA ERA PODEROSA. AINDA PODIA CONJURAR TEMPESTADES COM UM GESTO. MAS AGORA... ELA SORRIA.

LIAN SE TORNOU UM GUARDIÃO DA TORRE DOS ECOS. E JUNTOS, ENSINARAM ÀS NOVAS GERAÇÕES QUE PODER DE VERDADE NÃO ESTÁ NO TEMOR, MAS NO EQUILÍBRIO ENTRE FORÇA E EMPATIA.

QUANDO ZARADIA E LIAN PARTIRAM DA TERRA BRONZE, O CÉU AINDA BRILHAVA EM TONS DOURADOS, MAS OS VENTOS JÁ CARREGAVAM O AVISO DE UM FRIO DESCONHECIDO. ERA COMO SE O PRÓPRIO AR ESTIVESSE HESITANDO EM CONTINUAR QUENTE, COMO SE O MUNDO ESTIVESSE SE PREPARANDO PARA UMA HISTÓRIA ANTIGA SER CONTADA DE NOVO.

ELES VIAJARAM POR VALES PROFUNDOS E FLORESTAS CADA VEZ MAIS SILENCIOSAS. AS ÁRVORES, OUTRORA VERDES E CANTANTES, ESTAVAM COBERTAS POR UMA CAMADA FINA DE GELO. NEM OS PÁSSAROS OUSAVAM VOAR. AS VILAS ESTAVAM ABANDONADAS, COBERTAS POR NEBLINA AZULADA E SOMBRAS IMÓVEIS.

NO SÉTIMO DIA DE JORNADA, CHEGARAM AO CÍRCULO DOS ESPELHOS, UMA CLAREIRA CERCADA POR MONÓLITOS DE CRISTAL — PORTÕES ANTIGOS PARA O REINO DOS GUARDADORES. MAS ESTAVAM RACHADOS, COMO SE TIVESSEM SIDO VIOLADOS DE DENTRO PARA FORA.

ALI, ZARADIA FALOU PALAVRAS ESQUECIDAS EM VOZ BAIXA. O AR ESTREMECEU.

DE REPENTE, UMA FIGURA SURGIU DA NÉVOA. ERA YRVALEN, O ÚLTIMO DOS GUARDIÕES DAS PORTAS. SEUS OLHOS ERAM COMO PEDAÇOS DE GELO PROFUNDO, MAS SUA VOZ ERA CÁLIDA E CARREGADA DE DOR.

— VOCÊS VIERAM TARDE DEMAIS — DISSE ELE. — O PRIMEIRO GUARDADOR DESPERTOU.

— QUEM O LIBERTOU? — PERGUNTOU ZARADIA.

— A PRÓPRIA MEMÓRIA — RESPONDEU YRVALEN. — A MENTIRA CONGELADA HÁ MILÊNIOS SE PARTIU, E AGORA ELE QUER QUE O MUNDO SE LEMBRE... OU DESAPAREÇA NO ESQUECIMENTO.

ZARADIA E LIAN SOUBERAM, ENTÃO, QUE A VERDADEIRA BATALHA NÃO SERIA CONTRA MONSTROS DE GELO, MAS CONTRA O PASSADO ESCONDIDO PELA HISTÓRIA DOS HOMENS.

ELES CONTINUARAM A JORNADA ATÉ O CORAÇÃO DAS MONTANHAS AZUIS. LÁ, SOB UM CÉU OPACO, ENCONTRARAM O PALÁCIO SILENTE, ESCULPIDO INTEIRAMENTE EM CRISTAL GLACIAL. E NO CENTRO DO GRANDE SALÃO, ADORMECIDO NUM TRONO DE GELO, ESTAVA ELE: O PRIMEIRO GUARDADOR, THALVAARN.

MAS ELE JÁ ESTAVA ACORDANDO.

AS PAREDES SUSSURRAVAM, CONTANDO A VERDADE: MIL ANOS ANTES, OS HUMANOS HAVIAM FEITO UM PACTO COM OS GUARDADORES DO INVERNO PARA PRESERVAR OS CICLOS DAS ESTAÇÕES. EM TROCA, PROMETERAM PROTEGER A FRONTEIRA MÁGICA DAS MONTANHAS. MAS UM REI AMBICIOSO QUEBROU O JURAMENTO, CAÇANDO CRIATURAS MÁGICAS POR PODER E GLÓRIA. PARA EVITAR UM DESASTRE, ZARADIA — AINDA JOVEM E INEXPERIENTE — SELOU OS GUARDADORES. E DEPOIS... ESQUECEU.

AGORA, A MEMÓRIA RETORNAVA COMO UM TROVÃO DENTRO DELA.

THALVAARN ABRIU OS OLHOS. NÃO ERA FEITO DE CARNE, MAS DE NEVE VIVA, CRISTAL E VENTO. SUA VOZ ERA COMO O ESTALO DE UM LAGO CONGELANDO.

— FEITICEIRA. VOCÊ VOLTOU.

— VOLTEI — RESPONDEU ZARADIA. — E COM UM CORAÇÃO MAIS COMPLETO.

LIAN FICOU AO LADO DELA. PEQUENO, MAS FIRME. COM A PENA DOURADA AINDA PRESA À SUA CAPA.

THALVAARN SE ERGUEU, IMENSO E SILENCIOSO.

— ENTÃO ESCUTE — DISSE ELE. — ANTES DE DECIDIR SE SALVAREMOS ESTE MUNDO... OU O CONGELAREMOS PARA SEMPRE.

E ASSIM COMEÇOU O JULGAMENTO DOS VIVOS, UMA PROVA DE LEMBRANÇA, PERDÃO E RENOVAÇÃO. PARA SALVAR O PRESENTE, ZARADIA TERIA QUE REVIVER O MOMENTO DA TRAIÇÃO. TERIA QUE ENFRENTAR NÃO MONSTROS, MAS O ERRO QUE COMETEU TENTANDO FAZER O CERTO.

LIAN, POR SUA VEZ, TERIA QUE USAR SUAS PALAVRAS — SUA IMAGINAÇÃO, SUAS HISTÓRIAS — PARA TOCAR OS OUTROS GUARDADORES, QUE DORMIAM SOB O GELO. SE CONSEGUISSE DESPERTAR NELES O SENTIMENTO QUE HAVIAM PERDIDO... TALVEZ HOUVESSE ESPERANÇA.

DIAS SE PASSARAM DENTRO DO PALÁCIO. NEVE CAÍA DO TETO, MESMO SEM CÉU. ECOS DE ANTIGAS BATALHAS SOAVAM NAS PAREDES. ZARADIA CHOROU. LIAN CANTOU. E O GELO... COMEÇOU A DERRETER.

NO MOMENTO FINAL, QUANDO TUDO PARECIA PRESTES A SE ROMPER, THALVAARN FALOU:

— A MEMÓRIA VERDADEIRA FOI RESTAURADA. O ERRO RECONHECIDO. E O ARREPENDIMENTO... ACEITO.

ENTÃO, OS GUARDADORES DO INVERNO NÃO VOLTARAM PARA O SONO. MAS TAMBÉM NÃO CONGELARAM O MUNDO.

ELES ESCOLHERAM CAMINHAR ENTRE OS HUMANOS, COMO MESTRES E GUIAS, PARA GARANTIR QUE ANTIGOS PACTOS NÃO VOLTASSEM A SER ESQUECIDOS.

ZARADIA VOLTOU À TERRA BRONZE MUDADA. NÃO MAIS UMA FEITICEIRA ISOLADA, MAS UMA PONTE ENTRE O ANTIGO E O NOVO. LIAN, AGORA CONSIDERADO “O GUARDIÃO DAS CANÇÕES”, VIAJAVA PELAS VILAS CONTANDO A HISTÓRIA DO INVERNO QUE QUASE APAGOU O MUNDO — E COMO O CORAÇÃO DE UMA FEITICEIRA E A VOZ DE UM MENINO SALVARAM O FUTURO.

E ASSIM, UMA NOVA ERA COMEÇOU.

MAS... NAS PROFUNDEZAS DO SUL, ALGO AINDA SE MOVIA.

ALGO QUE OBSERVAVA. QUE ESCUTAVA.

E QUE ESPERAVA SUA VEZ DE SER LEMBRADO.

E DURANTE ESSA NOVA ERA A TERRA DE BRONZE DEIXOU DE SER SILENCIOSA. GANHOU VOZES, RISOS, CANTOS. E UMA FEITICEIRA QUE APRENDEU, COM UM MENINO DOS PÁSSAROS, A NÃO TER MEDO DO PRÓPRIO CORAÇÃO.