ERA UMA VEZ UM MENINO CHAMADO ELI, QUE VIVIA NUMA ALDEIA PEQUENA RODEADA POR MONTANHAS ALTAS E FLORESTAS VERDES. ELI ERA CORAJOSO, MAS ULTIMAMENTE SENTIA UM PESO NO CORAÇÃO. ALGUMAS CRIANÇAS DA ALDEIA COMEÇARAM A ZOMBAR DELE. SUSSURRAVAM COISAS PELAS COSTAS, RIAM SEM MOTIVO E ATÉ DIZIAM: — FIQUEM DE OLHO! UMA HORA O ELI VAI FAZER ALGUMA BESTEIRA, E AÍ... PEGAMOS ELE!

MESMO SEUS ANTIGOS AMIGOS PARECIAM ESTAR CONTRA ELE. ELI FICAVA TRISTE, SEM ENTENDER POR QUE ESTAVAM FAZENDO AQUILO. ELE NÃO ERA PERFEITO, CLARO, MAS SEMPRE TENTAVA FAZER O BEM.

CERTA NOITE, ESCONDIDO NO CELEIRO DO AVÔ, ELI OLHOU PARA O CÉU ESTRELADO E SUSSURROU: — SENHOR, EU NÃO AGUENTO MAIS. ESTÃO TODOS CONTRA MIM. EU SÓ QUERIA FAZER O CERTO..., MAS PARECE QUE NINGUÉM ACREDITA EM MIM.

E FOI NESSE MOMENTO QUE UMA BRISA SUAVE SOPROU, MESMO SEM VENTO ALGUM. ELI SENTIU UM CALOR DIFERENTE NO CORAÇÃO. ERA COMO SE ALGUÉM INVISÍVEL, MAS MUITO PODEROSO, ESTIVESSE ALI AO SEU LADO. ELE SE LEMBROU DAS HISTÓRIAS QUE SUA AVÓ CONTAVA: DO DEUS QUE LUTA POR NÓS, QUE NOS CONHECE POR DENTRO E NUNCA NOS ABANDONA.

NO DIA SEGUINTE, QUANDO VOLTOU À ESCOLA DA ALDEIA, OS MENINOS COMEÇARAM NOVAMENTE A ZOMBAR. MAS DESSA VEZ, ELI FICOU FIRME. NÃO RESPONDEU COM RAIVA, APENAS SEGUIU COM CORAGEM. AOS POUCOS, AS PESSOAS COMEÇARAM A PERCEBER ALGO DIFERENTE NELE. UM BRILHO NOS OLHOS, UMA FORÇA TRANQUILA. ALGUNS ATÉ FICARAM ENVERGONHADOS POR TÊ-LO TRATADO MAL.

— ELE NÃO ESTÁ SOZINHO... — MURMUROU UMA DAS CRIANÇAS.

ELI SABIA: O SENHOR ESTAVA COM ELE, COMO UM GUERREIRO INVISÍVEL E FORTE, PROTEGENDO-O. E ISSO BASTAVA.

NAQUELA NOITE, ENQUANTO CAMINHAVA DE VOLTA PARA CASA, ELI OLHOU PARA O CÉU E CANTOU BAIXINHO: — CANTAI AO SENHOR, LOUVAI O SENHOR, POIS ELE SALVOU A VIDA DE UM MENINO SIMPLES DAS MÃOS DOS MAUS.

E O VENTO SOPROU DE NOVO, COMO UMA RESPOSTA FELIZ.