NO ALTO DA COLINA AZULADA, ONDE AS ÁRVORES BALANÇAVAM AO SOM DO VENTO SUAVE E OS CAMPOS ERAM PINTADOS PELAS CORES VIBRANTES DAS FLORES, VIVIA UMA MENINA CHAMADA NINA. ELA ADORAVA EXPLORAR CADA CANTO DA FLORESTA, SEMPRE ACOMPANHADA DE SUA FIEL BICICLETA VERMELHA E DE SUA ALMOFADA COLORIDA, QUE CARREGAVA PARA TODO LUGAR. ERA UMA ALMOFADA MÁGICA, BORDADA PELA SUA AVÓ COM FIOS DOURADOS E RECHEADA COM PENAS DE CORUJA.

UMA TARDE, ENQUANTO PEDALAVA POR UMA TRILHA DESCONHECIDA, NINA OUVIU O SOM DE UMA CAMPAINHA. ERA UM TILINTAR DELICADO, COMO SE CHAMASSE POR ALGUÉM. CURIOSA, ELA SEGUIU O SOM ATÉ ENCONTRAR UM PORTÃO ANTIGO, ENTRELAÇADO POR TREPADEIRAS FLORIDAS. TOCOU A CAMPAINHA OUTRA VEZ, E O PORTÃO SE ABRIU SOZINHO, RANGENDO LEVEMENTE.

LÁ DENTRO, UM JARDIM SECRETO SE REVELAVA, COM BORBOLETAS DE TODAS AS CORES VOANDO DE UM LADO PARA O OUTRO. AO FUNDO, UMA ENORME ÁRVORE SE DESTACAVA, COM UM BURACO EM SEU TRONCO QUE PARECIA BRILHAR. NINA ESTACIONOU SUA BICICLETA E CAMINHOU ATÉ A ÁRVORE. DE REPENTE, OUVIU UMA VOZ SERENA:

— SEJA BEM-VINDA, NINA.

ASSUSTADA, OLHOU AO REDOR E ENCONTROU UMA CORUJA POUSADA EM UM GALHO BAIXO. SEUS OLHOS ERAM GRANDES E DOURADOS, E SUAS PENAS MUDAVAM DE COR CONFORME A LUZ.

— QUEM É VOCÊ? — PERGUNTOU NINA, AINDA SURPRESA.

— SOU CELESTE, A GUARDIÃ DESTE JARDIM ENCANTADO. VOCÊ ENCONTROU O CAMINHO PORQUE TEM UM CORAÇÃO CURIOSO E CORAJOSO — DISSE A CORUJA.

NINA SORRIU E SE APROXIMOU MAIS. CELESTE BATEU AS ASAS E ENTREGOU-LHE UMA PENA AZUL BRILHANTE.

— ESSA PENA AJUDARÁ VOCÊ A DESCOBRIR O QUE ESTÁ ESCONDIDO ALÉM DO ARCO-ÍRIS. MAS LEMBRE-SE: PARA CRUZAR O ARCO-ÍRIS, VOCÊ PRECISA ACREDITAR NA MAGIA DO IMPOSSÍVEL.

ENCANTADA COM AQUELAS PALAVRAS, NINA SEGUROU A PENA E SENTIU UM CALOR GOSTOSO PERCORRER SEU CORPO. ENTÃO, UM VENTO FORTE COMEÇOU A SOPRAR, E UM ARCO-ÍRIS RESPLANDECENTE SURGIU NO CÉU, COM CORES TÃO VIVAS QUE PARECIAM CINTILAR.

A CORUJA APONTOU COM A ASA PARA UMA PONTE FORMADA PELA LUZ COLORIDA.

— PEDALE SOBRE ELE E DESCUBRA O QUE HÁ DO OUTRO LADO.

NINA, CHEIA DE ENTUSIASMO, PEGOU SUA BICICLETA E PEDALOU EM DIREÇÃO AO ARCO-ÍRIS. ASSIM QUE SUAS RODAS TOCARAM A LUZ, ELA SENTIU-SE FLUTUANDO, COMO SE ESTIVESSE VOANDO. O VENTO BAGUNÇAVA SEUS CABELOS, E O MUNDO AO REDOR GIRAVA EM UM TURBILHÃO DE CORES.

QUANDO FINALMENTE CHEGOU AO OUTRO LADO, ENCONTROU UM LUGAR INCRÍVEL. O CÉU ERA LILÁS, AS ÁRVORES TINHAM FOLHAS DOURADAS E PEQUENOS ANIMAIS MÁGICOS BRINCAVAM ENTRE AS FLORES CINTILANTES. UM GRUPO DE COELHOS DE ORELHAS LONGAS VEIO RECEPCIONÁ-LA, SEGUIDO POR UMA RAPOSA DE PELO AZUL E UM ESQUILO COM ASAS TRANSPARENTES.

— BEM-VINDA À TERRA ALÉM DO ARCO-ÍRIS! — DISSERAM OS ANIMAIS EM CORO.

NINA NÃO CONSEGUIA CONTER SUA FELICIDADE. PEGOU SUA ALMOFADA MÁGICA E A USOU COMO UM TAPETE VOADOR PARA CONHECER CADA PEDACINHO DAQUELE LUGAR ENCANTADO.

AO FIM DO DIA, CELESTE APARECEU NOVAMENTE E DISSE:

— É HORA DE VOLTAR, NINA. MAS LEMBRE-SE: SEMPRE QUE PRECISAR DE UM POUCO DE MAGIA, BASTA FECHAR OS OLHOS E ACREDITAR.

COM UM ÚLTIMO OLHAR ENCANTADO PARA AQUELE MUNDO MÁGICO, NINA CRUZOU NOVAMENTE O ARCO-ÍRIS E VOLTOU PARA CASA. ELA SABIA QUE AQUELE NÃO ERA UM ADEUS, MAS SIM O COMEÇO DE MUITAS OUTRAS AVENTURAS.

E, DESDE ENTÃO, SEMPRE QUE SENTIA O VENTO SOPRAR DIFERENTE OU OUVIA O TILINTAR DE UMA CAMPAINHA AO LONGE, NINA SABIA QUE A MAGIA ESTAVA APENAS ESPERANDO PARA SER DESCOBERTA NOVAMENTE.