ALESSANDRA ESTAVA ENTEDIADA. AS FÉRIAS DE VERÃO TINHAM COMEÇADO, MAS SEUS PAIS ESTAVAM OCUPADOS DEMAIS PARA VIAJAREM, ENTÃO ELA SE VIU PRESA NA CASA DA TIA TÂNIA RENATA, UMA MULHER DIFERENTE QUE COLECIONAVA OBJETOS ANTIGOS E HISTÓRIAS ASSUSTADORAS.

NA PRIMEIRA NOITE, ENQUANTO EXPLORAVA A CASA, ALESSANDRA ENCONTROU UM CADERNO VELHO SOBRE A MESA DA COZINHA. AS PÁGINAS ESTAVAM AMARELADAS, E O CHEIRO DE POEIRA INDICAVA QUE NÃO ERA ABERTO HÁ MUITO TEMPO. CURIOSA, ELA ABRIU E LEU O TÍTULO: "O MISTÉRIO DO FANTASMA DA BORRACHA".

— QUE NOME ESTRANHO... — MURMUROU.

ANTES QUE PUDESSE LER MAIS, SUA PRIMA MARCELLA APARECEU.

— ALESSANDRA, VEM LOGO! BENTO FRANCISCO E VERÔNICA ESTÃO LÁ FORA ESPERANDO PARA IRMOS ATÉ O CAMINHO DO BOSQUE.

— MAS OLHA ISSO! — ALESSANDRA MOSTROU O CADERNO.

— ISSO DEVE SER DE TIA TÂNIA. ELA SEMPRE TEM ESSAS COISAS VELHAS. AGORA VEM!

AS MENINAS SAÍRAM E ENCONTRARAM BENTO FRANCISCO E VERÔNICA DO LADO DE FORA. O BOSQUE FICAVA NOS FUNDOS DA PROPRIEDADE, ONDE UM CAMINHO ESTREITO E COBERTO DE FOLHAS LEVAVA A UMA CLAREIRA ESCONDIDA. NO MEIO DO CAMINHO, BENTO FRANCISCO SE VIROU E APONTOU PARA ALGO.

— OLHEM AQUELA CASA! — DISSE ELE, APONTANDO PARA UMA CONSTRUÇÃO DE PEDRA PARCIALMENTE COBERTA POR HERAS VERDES.

— ISSO É A CASA DO VELHO PROFESSOR AMADEU. DIZEM QUE ELE SUMIU HÁ MUITOS ANOS E QUE O ESPÍRITO DELE AINDA ESTÁ LÁ DENTRO! — VERÔNICA ACRESCENTOU COM UM SORRISO TRAVESSO.

— ISSO É SÓ HISTÓRIA DE CRIANÇA — DISSE ALESSANDRA, TENTANDO PARECER CORAJOSA. MAS NO FUNDO, A IDEIA A DEIXAVA INTRIGADA.

ELES ENTRARAM NO CASARÃO. AS PAREDES ESTAVAM CHEIAS DE MARCAS ESTRANHAS, COMO SE ALGUÉM TIVESSE TENTADO APAGAR ALGO, MAS SÓ CONSEGUISSE DEIXAR BORRÕES ESBRANQUIÇADOS. O CHÃO RANGIA A CADA PASSO E UM VENTO FRIO PARECIA PERCORRER O AMBIENTE.

FOI ENTÃO QUE ALESSANDRA VIU ALGO BRILHAR NO CHÃO. ERA UMA BORRACHA VERDE, MAS PARECIA MUITO ANTIGA.

— ESTRANHO... — MURMUROU ELA, PEGANDO O OBJETO.

NO INSTANTE EM QUE SEUS DEDOS TOCARAM A BORRACHA, ALGO ACONTECEU. A SALA ESCURECEU POR UM SEGUNDO E, QUANDO A LUZ VOLTOU, OS BORRÕES NAS PAREDES HAVIAM DESAPARECIDO, REVELANDO PALAVRAS ESCRITAS À MÃO: "SIGAM O CAMINHO DA BORRACHA E ENCONTRARÃO A VERDADE."

— ISSO ESTÁ FICANDO ESQUISITO DEMAIS! — EXCLAMOU BENTO FRANCISCO.

— OU EMOCIONANTE! — RETRUCOU MARCELLA, COM OS OLHOS BRILHANDO DE CURIOSIDADE.

ALESSANDRA SEGUROU FIRME A BORRACHA E PERCEBEU QUE ELA PARECIA BRILHAR LEVEMENTE EM SUA MÃO. COMO SE SOUBESSE O QUE FAZER, ESFREGOU-A CONTRA UMA DAS FRASES DA PAREDE E, DE REPENTE, NOVAS PALAVRAS SURGIRAM:

"NA COZINHA, ONDE O VERDE ESCONDE A CHAVE."

— ACHO QUE PRECISAMOS VOLTAR PARA A CASA DA TIA TÂNIA — DISSE VERÔNICA.

OS QUATRO CORRERAM DE VOLTA, E AO CHEGAREM, FORAM DIRETO PARA A COZINHA. VASCULHARAM O LUGAR ATÉ QUE ALESSANDRA NOTOU QUE UMA DAS PAREDES TINHA UM PAPEL DE PAREDE VERDE DESCASCANDO. QUANDO ELA PUXOU UM PEDAÇO, UM PEQUENO COMPARTIMENTO FOI REVELADO, CONTENDO UMA CHAVE ANTIGA.

— CONSEGUIMOS! — ALESSANDRA EXCLAMOU.

— MAS PARA QUÊ SERVE ESSA CHAVE? — PERGUNTOU BENTO FRANCISCO.

— SÓ TEM UM JEITO DE DESCOBRIR — DISSE MARCELLA.

A RESPOSTA PARA O MISTÉRIO ESTAVA PERTO, E A AVENTURA APENAS COMEÇAVA...