PAMELA E RENATA ERAM MELHORES AMIGAS DESDE QUE SE ENTENDIAM POR GENTE. SEMPRE QUE PODIAM, SAÍAM JUNTAS PARA EXPLORAR OS ARREDORES DA CIDADE ONDE MORAVAM. PAMELA ERA CORAJOSA E DESTEMIDA, ENQUANTO RENATA ERA MAIS CAUTELOSA, MAS IGUALMENTE CURIOSA.

NUMA TARDE DE OUTONO, DEPOIS DE UMA MANHÃ INTEIRA DE AULAS, AS DUAS DECIDIRAM EXPLORAR UMA TRILHA NOVA NA FLORESTA PERTO DA CASA DE PAMELA. OUVIRA-SE FALAR SOBRE UMA CLAREIRA SECRETA ONDE O SOL PARECIA BRILHAR MAIS FORTE E ONDE A NATUREZA SE MOSTRAVA MAIS VIVA. PAMELA E RENATA QUERIAM DESCOBRIR ESSE LUGAR MÁGICO.

COM SUAS MOCHILAS RECHEADAS DE LANCHES, ÁGUA E UMA LANTERNA, ELAS PARTIRAM. CAMINHARAM POR UM BOM TEMPO, OUVINDO O SOM DOS PÁSSAROS E SENTINDO O CHEIRO DA TERRA MOLHADA. O VENTO BALANÇAVA AS FOLHAS DAS ÁRVORES, CRIANDO UM SUSSURRO CONSTANTE.

— TEM CERTEZA DE QUE ESSA É A TRILHA CERTA? — PERGUNTOU RENATA, OLHANDO PARA OS LADOS.

— CLARO! EU VI UM MAPA NA BIBLIOTECA. ESTAMOS INDO NA DIREÇÃO CERTA! — RESPONDEU PAMELA, CONFIANTE.

PORÉM, APÓS UMA CURVA INESPERADA, ELAS PERCEBERAM QUE O CAMINHO COMEÇAVA A PARECER DIFERENTE. AS ÁRVORES ERAM MAIS ALTAS E SOMBRIAS, E O SILÊNCIO COMEÇOU A DOMINAR O AMBIENTE. O AR FICOU MAIS FRIO, E RENATA SENTIU UM ARREPIO NA ESPINHA.

— PAMELA... TALVEZ DEVÊSSEMOS VOLTAR — SUGERIU RENATA, SEGURANDO O BRAÇO DA AMIGA.

ANTES QUE PAMELA PUDESSE RESPONDER, UM SOM ESTRANHO ECOOU PELA FLORESTA. UM GEMIDO BAIXO E PROFUNDO. AS DUAS SE ENTREOLHARAM, SENTINDO O CORAÇÃO DISPARAR.

— O QUE FOI ISSO? — SUSSURROU RENATA.

PAMELA, MAIS CURIOSA DO QUE ASSUSTADA, SEGUIU O SOM. RENATA HESITOU, MAS NÃO QUERIA DEIXAR A AMIGA SOZINHA, ENTÃO FOI ATRÁS. DEPOIS DE ALGUNS PASSOS CUIDADOSOS, AVISTARAM UMA CLAREIRA DIFERENTE DO QUE ESPERAVAM. NO MEIO DELA, UM ENORME URSO PARDO ESTAVA DEITADO, RESPIRANDO COM DIFICULDADE.

— ELE ESTÁ... DOENTE? — PERGUNTOU RENATA, COM OS OLHOS ARREGALADOS.

PAMELA SE APROXIMOU MAIS UM POUCO, OBSERVANDO O ANIMAL COM ATENÇÃO. O URSO NÃO PARECIA AGRESSIVO, APENAS FRACO. SUA RESPIRAÇÃO ERA IRREGULAR E SEUS OLHOS ESTAVAM SEMICERRADOS.

— ACHO QUE ELE ESTÁ FERIDO — CONCLUIU PAMELA. — PRECISAMOS AJUDÁ-LO!

— O QUÊ?! PAMELA, É UM URSO! — EXCLAMOU RENATA, PUXANDO A AMIGA PARA TRÁS. — ISSO É PERIGOSO!

— MAS ELE PRECISA DE AJUDA. NÃO PODEMOS SIMPLESMENTE DEIXÁ-LO AQUI — INSISTIU PAMELA. — VAMOS PROCURAR ALGUÉM QUE ENTENDA DE ANIMAIS.

RENATA SUSPIROU, MAS CONCORDOU. AS DUAS SAÍRAM APRESSADAS DA CLAREIRA, TENTANDO LEMBRAR O CAMINHO DE VOLTA. APÓS ALGUNS MINUTOS DE CAMINHADA, ENCONTRARAM O SENHOR ALBERTO, UM VELHO GUARDA-FLORESTAL CONHECIDO NA CIDADE.

— UM URSO DOENTE, VOCÊS DIZEM? — PERGUNTOU ELE, COÇANDO A BARBA BRANCA. — ISSO É PREOCUPANTE. MOSTREM-ME ONDE ELE ESTÁ.

VOLTANDO À CLAREIRA, O SENHOR ALBERTO ANALISOU O ANIMAL COM CUIDADO.

— ELE ESTÁ INTOXICADO. PROVAVELMENTE COMEU ALGUMA COISA QUE NÃO DEVIA — DISSE ELE. — VAMOS PRECISAR DE AJUDA PARA LEVÁ-LO AO CENTRO DE REABILITAÇÃO.

COM A AJUDA DE OUTROS GUARDAS-FLORESTAIS, O URSO FOI RESGATADO E LEVADO PARA TRATAMENTO. PAMELA E RENATA FICARAM ALIVIADAS AO SABER QUE ELE FICARIA BEM.

— VOCÊS FORAM MUITO CORAJOSAS E BONDOSAS — DISSE O SENHOR ALBERTO. — A FLORESTA PRECISA DE PESSOAS COMO VOCÊS.

NA MANHÃ SEGUINTE, PAMELA E RENATA DECIDIRAM VOLTAR AO CENTRO DE REABILITAÇÃO PARA VISITAR O URSO. AO CHEGAREM, FORAM RECEBIDAS POR UMA VETERINÁRIA CHAMADA DRA. HELENA, QUE LHES EXPLICOU MAIS SOBRE O QUE HAVIA ACONTECIDO.

— ELE INGERIU FRUTOS CONTAMINADOS POR PRODUTOS QUÍMICOS — DISSE A DRA. HELENA, COM UMA EXPRESSÃO SÉRIA. — INFELIZMENTE, ISSO ESTÁ ACONTECENDO COM MUITOS ANIMAIS DA FLORESTA. PRECISAMOS DESCOBRIR A ORIGEM DESSA CONTAMINAÇÃO.

PAMELA E RENATA TROCARAM OLHARES. ELAS NÃO PODIAM IGNORAR ESSA INFORMAÇÃO.

— PODEMOS AJUDAR DE ALGUMA FORMA? — PERGUNTOU PAMELA, DETERMINADA.

A DRA. HELENA SORRIU.

— SE VOCÊS REALMENTE QUISEREM, PODEMOS INVESTIGAR JUNTAS. PRECISAMOS ENCONTRAR DE ONDE ESSES FRUTOS ESTÃO VINDO E O QUE ESTÁ CAUSANDO A CONTAMINAÇÃO.

RENATA HESITOU POR UM INSTANTE, MAS VIU A EMPOLGAÇÃO NOS OLHOS DE PAMELA E SENTIU UM FRIO NA BARRIGA. MAIS UMA AVENTURA AS AGUARDAVA, E DESSA VEZ, ELAS PODERIAM SALVAR AINDA MAIS VIDAS.

— ESTAMOS DENTRO! — DISSE RENATA, FINALMENTE SORRINDO.

E ASSIM, AS DUAS AMIGAS EMBARCARAM EM UMA NOVA JORNADA, DETERMINADA A DESVENDAR O MISTÉRIO DA FLORESTA E PROTEGER SEUS HABITANTES.