NO PACATO VILAREJO DE VILA DOS VENTOS, MORAVA UM GAROTO CHAMADO TOMÁS. ELE TINHA DEZ ANOS E UMA IMAGINAÇÃO QUE CORRIA MAIS RÁPIDO QUE O VENTO. CERTO DIA, ENQUANTO AJUDAVA SUA AVÓ, DONA LÚCIA, NO QUINTAL, ELE ENCONTROU UM ESTRANHO OBJETO ENTERRADO NA TERRA: UM PEQUENO MARTELO DOURADO COM UMA INSCRIÇÃO DESGASTADA PELO TEMPO.

CURIOSO, TOMÁS MOSTROU O MARTELO PARA SUA AVÓ.

— VOVÓ, OLHA O QUE ACHEI!

DONA LÚCIA PEGOU O MARTELO E ARREGALOU OS OLHOS.

— MAS QUE COISA! ESSE PARECE SER O MARTELO DOS ARTESÃOS, UMA LENDA ANTIGA. DIZEM QUE QUEM O USA PODE CONSERTAR QUALQUER COISA.

TOMÁS ADORAVA LENDAS E MISTÉRIOS, ENTÃO DECIDIU TESTAR O MARTELO. PEGOU UM BRINQUEDO QUEBRADO E BATEU DE LEVE. PARA SUA SURPRESA, O BRINQUEDO SE CONSERTOU INSTANTANEAMENTE! MARAVILHADO, ELE SAIU PELO VILAREJO AJUDANDO AS PESSOAS A CONSERTAREM TUDO O QUE ESTAVA ESTRAGADO: PORTAS EMPERRADAS, TELHADOS FURADOS, CARRINHOS QUEBRADOS. ELE SE TORNOU UM HERÓI LOCAL.

CERTA NOITE, ENQUANTO ADMIRAVA SEU MARTELO, UM CORVO NEGRO POUSOU EM SUA JANELA E GRASNOU:

— O MARTELO É PODEROSO, MAS SOZINHO NÃO BASTA! PROCURE A AGULHA DA PRECISÃO E A BATATA MÁGICA PARA COMPLETAR SUA MISSÃO.

TOMÁS FICOU INTRIGADO E DECIDIU EMBARCAR EM UMA NOVA AVENTURA.

NA MANHÃ SEGUINTE, PARTIU EM BUSCA DA AGULHA DA PRECISÃO. PERGUNTOU AOS MORADORES, MAS NINGUÉM SABIA DE NADA, ATÉ QUE UM VELHO ALFAIATE LHE CONTOU:

— DIZEM QUE A AGULHA DA PRECISÃO ESTÁ ESCONDIDA NA FLORESTA DO ECO, ONDE SÓ OS QUE TÊM BOM CORAÇÃO CONSEGUEM ENCONTRÁ-LA.

SEM HESITAR, TOMÁS SEGUIU PARA A FLORESTA. NO MEIO DA TRILHA, VIU UMA PEQUENA RAPOSA PRESA EM UM GALHO. COM CUIDADO, USOU O MARTELO PARA SOLTAR O GALHO E LIBERTAR A RAPOSA. O ANIMAL, AGRADECIDO, CORREU PARA O MEIO DAS ÁRVORES E VOLTOU LOGO DEPOIS TRAZENDO ALGO BRILHANTE NA BOCA: UMA AGULHA PRATEADA COM UM CABO DE MARFIM.

— A AGULHA DA PRECISÃO! — EXCLAMOU TOMÁS.

AGORA FALTAVA A BATATA MÁGICA. ELE VOLTOU AO VILAREJO E PERGUNTOU PARA DONA LÚCIA.

— AH, MEU NETINHO, DIZEM QUE A BATATA MÁGICA CRESCE NA MONTANHA DO SOPRO, ONDE OS VENTOS CONTAM SEGREDOS PARA AQUELES QUE SABEM ESCUTAR.

SEM PERDER TEMPO, TOMÁS SUBIU A MONTANHA. O VENTO SOPRAVA FORTE E ELE SE LEMBROU DO CONSELHO DA AVÓ. FECHOU OS OLHOS E ESCUTOU O VENTO SUSSURRAR: “SIGA O CORAÇÃO”.

ELE ANDOU UM POUCO MAIS E ENCONTROU UMA BATATA BRILHANTE, DIFERENTE DE TODAS AS OUTRAS. AO PEGÁ-LA, SENTIU UM CALOR GOSTOSO NAS MÃOS.

COM OS TRÊS OBJETOS EM MÃOS, VOLTOU AO VILAREJO. MAL CHEGOU, VIU QUE ALGO TERRÍVEL HAVIA ACONTECIDO: O GRANDE MOINHO QUE FORNECIA FARINHA PARA TODOS TINHA DESABADO. OS MORADORES ESTAVAM DESESPERADOS.

TOMÁS ENTÃO PEGOU O MARTELO E BATEU NAS ESTRUTURAS CAÍDAS. RAPIDAMENTE, AS MADEIRAS SE ENCAIXARAM E VOLTARAM AO LUGAR. DEPOIS, PEGOU A AGULHA DA PRECISÃO E COSTUROU AS VELAS DO MOINHO, QUE ESTAVAM RASGADAS. POR FIM, ENTERROU A BATATA MÁGICA AO PÉ DO MOINHO. EM POUCOS SEGUNDOS, BROTOU UMA GRANDE ÁRVORE CHEIA DE FRUTOS QUE PODERIAM ALIMENTAR A VILA ATÉ QUE A PRODUÇÃO DE FARINHA VOLTASSE AO NORMAL.

OS MORADORES COMEMORARAM E AGRADECERAM A TOMÁS. A PARTIR DAQUELE DIA, ELE NÃO ERA APENAS UM GAROTO COM UM MARTELO MISTERIOSO, MAS UM VERDADEIRO GUARDIÃO DE VILA DOS VENTOS.

E ASSIM, COM CORAGEM, BONDADE E UM TOQUE DE MAGIA, TOMÁS AJUDOU SEU VILAREJO E VIVEU MUITAS OUTRAS AVENTURAS.