ERA UMA VEZ UMA MENINA CHAMADA CLARA, QUE ADORAVA BRINCAR NO JARDIM DA SUA VOVÓ LÚCIA. O JARDIM ERA IMENSO, CHEIO DE FLORES COLORIDAS, BORBOLETAS DANÇANDO AO VENTO E UM CHEIRINHO DELICIOSO DE TERRA MOLHADA DEPOIS DA CHUVA. MAS O QUE CLARA MAIS AMAVA ERAM AS CEREJEIRAS. ELAS CRESCIAM LADO A LADO, COM GALHOS CHEIOS DE FRUTINHAS VERMELHAS E BRILHANTES, PARECENDO PEQUENAS JOIAS PENDURADAS ENTRE AS FOLHAS VERDES.

CERTO DIA, ENQUANTO BRINCAVA ENTRE AS ÁRVORES, CLARA OUVIU UM SUSSURRO VINDO DAS CEREJEIRAS. CURIOSA, APROXIMOU-SE DEVAGAR E PERCEBEU QUE AS FOLHAS TREMIAM COMO SE ESTIVESSEM CONVERSANDO ENTRE SI. "SERÁ QUE ESTOU IMAGINANDO COISAS?" — PENSOU ELA.

DE REPENTE, UMA PEQUENA FADA DE ASAS BRILHANTES APARECEU NO MEIO DAS CEREJEIRAS. ELA USAVA UM VESTIDO DA COR DO CÉU E TINHA CABELOS DOURADOS COMO O SOL. SEUS OLHOS BRILHAVAM COMO ESTRELAS.

— OLÁ, CLARA! — DISSE A FADINHA COM UM SORRISO DOCE. — EU SOU A FADA DAS CEREJEIRAS E PRECISO DA SUA AJUDA!

CLARA ARREGALOU OS OLHOS, SURPRESA. — MINHA AJUDA? COMO POSSO AJUDAR UMA FADA?

A PEQUENA FADA POUSOU EM UMA FOLHA E EXPLICOU:

— ESTE JARDIM É MÁGICO PORQUE AS CEREJEIRAS SÃO ESPECIAIS. ELAS GUARDAM A FELICIDADE DE QUEM COME SEUS FRUTOS. MAS, ULTIMAMENTE, UM VENTO ESCURO TEM SOPRADO SOBRE ELAS E SUAS FRUTAS ESTÃO FICANDO SEM BRILHO. SE ISSO CONTINUAR, A ALEGRIA DO JARDIM DESAPARECERÁ!

CLARA SENTIU UM APERTO NO CORAÇÃO. NÃO PODIA DEIXAR QUE O JARDIM PERDESSE SUA MAGIA!

— O QUE POSSO FAZER? — PERGUNTOU DETERMINADA.

— VOCÊ PRECISA ENCONTRAR A PEDRA DA LUZ, QUE ESTÁ ESCONDIDA NO CORAÇÃO DO BOSQUE. ELA TEM O PODER DE RESTAURAR A ENERGIA DAS CEREJEIRAS! MAS TOME CUIDADO: UM DUENDE TRAVESSO PODE TENTAR ATRAPALHAR VOCÊ.

SEM HESITAR, CLARA SE DESPEDIU DA FADINHA E SEGUIU PELO JARDIM ATÉ A ENTRADA DO BOSQUE. AS ÁRVORES ALI ERAM MAIS ALTAS E SUAS SOMBRAS FORMAVAM DESENHOS MISTERIOSOS NO CHÃO. O VENTO SUSSURRAVA ENTRE AS FOLHAS, COMO SE LHE DESSE CONSELHOS.

APÓS CAMINHAR UM POUCO, CLARA ENCONTROU UM RIACHO CINTILANTE. NO MEIO DA ÁGUA, VIU UMA PEDRA BRILHANTE, TÃO LUMINOSA QUANTO UMA ESTRELA. "DEVE SER A PEDRA DA LUZ!" — PENSOU. MAS, QUANDO ESTAVA PRESTES A PEGÁ-LA, OUVIU UMA RISADA ENGRAÇADA ATRÁS DE SI.

— QUEM OUSA ENTRAR NO MEU BOSQUE? — PERGUNTOU UMA VOZ AGUDA.

CLARA VIROU-SE E VIU UM PEQUENO DUENDE DE GORRO VERDE E BOCHECHAS ROSADAS. ELE TINHA UM OLHAR BRINCALHÃO, MAS AO MESMO TEMPO ASTUTO.

— EU SOU CLARA E PRECISO DA PEDRA DA LUZ PARA SALVAR AS CEREJEIRAS ENCANTADAS! — RESPONDEU COM CORAGEM.

O DUENDE COÇOU O QUEIXO, PENSATIVO. — HMM... E POR QUE EU DEVERIA DEIXÁ-LA PEGAR A PEDRA? — PERGUNTOU.

CLARA SABIA QUE DUENDES GOSTAVAM DE DESAFIOS E ENIGMAS. ENTÃO, TEVE UMA IDEIA.

— E SE EU TE CONTAR UM ENIGMA? SE VOCÊ NÃO SOUBER A RESPOSTA, EU LEVO A PEDRA! — SUGERIU.

O DUENDE BATEU PALMAS, ANIMADO. — EU ADORO ENIGMAS! VAMOS LÁ!

CLARA PENSOU UM POUCO E ENTÃO PERGUNTOU:

— O QUE É O QUE É: QUANTO MAIS SE TIRA, MAIOR FICA?

O DUENDE FRANZIU A TESTA E COÇOU A CABEÇA. ELE PENSOU, PENSOU, MAS NÃO CONSEGUIA ENCONTRAR A RESPOSTA.

— DESISTO! QUAL É A RESPOSTA? — PERGUNTOU, CURIOSO.

— É O BURACO! — RESPONDEU CLARA, SORRINDO.

O DUENDE DEU UMA GARGALHADA DIVERTIDA E BATEU PALMAS. — MUITO BEM, MUITO BEM! VOCÊ VENCEU! PODE PEGAR A PEDRA DA LUZ.

CLARA PEGOU A PEDRA RELUZENTE E CORREU DE VOLTA PARA O JARDIM. ASSIM QUE CHEGOU, A FADA APARECEU NOVAMENTE E TOCOU A PEDRA COM SUA VARINHA MÁGICA. UM BRILHO DOURADO SE ESPALHOU PELO JARDIM E, NUM PISCAR DE OLHOS, AS CEREJAS VOLTARAM A BRILHAR!

— VOCÊ CONSEGUIU, CLARA! SALVOU O JARDIM DAS CEREJEIRAS ENCANTADAS! — DISSE A FADA, EMOCIONADA.

CLARA SORRIU, FELIZ. SABIA QUE SEMPRE QUE COMESSE UMA CEREJA DAQUELE JARDIM, SENTIRIA A ALEGRIA QUE AJUDOU A PRESERVAR.

E ASSIM, O JARDIM CONTINUOU ENCANTADO, ESPALHANDO FELICIDADE PARA TODOS QUE ALI CHEGAVAM. E CLARA, SEMPRE QUE VIA UMA CEREJEIRA, LEMBRAVA-SE DA SUA GRANDE AVENTURA COM A FADA E O DUENDE TRAVESSO.