NA BEIRA DO OCEANO, ONDE AS ONDAS BEIJAM A AREIA DOURADA E O VENTO CANTA CANÇÕES MISTERIOSAS, VIVIA UMA GAIVOTA CHAMADA GALA. GALA ERA CURIOSA E ADORAVA EXPLORAR OS RECANTOS ESCONDIDOS DA PRAIA, DESDE AS CAVERNAS ÚMIDAS ATÉ OS GALHOS RETORCIDOS TRAZIDOS PELO MAR. MAS, ACIMA DE TUDO, ELA ADORAVA VOAR BEM ALTO E OBSERVAR TUDO LÁ DE CIMA.

CERTO DIA, ENQUANTO SOBREVOAVA A PRAIA AO AMANHECER, GALA AVISTOU UM BRILHO DIFERENTE ENTRE AS ROCHAS. CURIOSA, DESCEU E ENCONTROU UM OBJETO INCOMUM. ERA UM MARTELO! MAS NÃO UM MARTELO COMUM. SEU CABO ERA DE MADEIRA POLIDA E SUA CABEÇA DE FERRO RELUZIA SOB O SOL. GALA BICOU O OBJETO, SENTINDO SEU PESO.

— O QUE SERÁ ISSO? — PERGUNTOU-SE.

NAQUELE INSTANTE, UM CARANGUEJO CHAMADO CACO SAIU DE SEU ESCONDERIJO ENTRE AS PEDRAS.

— ISSO É UM MARTELO! — DISSE CACO, AJEITANDO SUAS PINÇAS. — OS HUMANOS USAM PARA CONSTRUIR COISAS.

— CONSTRUIR? — GALA FICOU INTRIGADA. — O QUE MAIS ELES FAZEM COM ISSO?

— BOM, ELES PREGAM MADEIRAS, CONSERTAM BARCOS, CONSTROEM CASAS... — EXPLICOU CACO, MOVENDO-SE DE LADO.

GALA OLHOU AO REDOR E TEVE UMA IDEIA BRILHANTE. ELA SEMPRE VIA OS HUMANOS CONSTRUINDO SUAS CASAS E QUERIA FAZER ALGO PARECIDO. MAS O QUE PODERIA CONSTRUIR PARA OS ANIMAIS DA PRAIA?

NAQUELE MOMENTO, OUVIU UM SUSPIRO TRISTE. ERA A TARTARUGA TINA, QUE MORAVA NUMA TOCA NA AREIA.

— O QUE FOI, TINA? — PERGUNTOU GALA.

— MINHA TOCA DESMORONOU COM A MARÉ ALTA DE ONTEM. AGORA PRECISO ENCONTRAR OUTRO LUGAR PARA FICAR — LAMENTOU A TARTARUGA.

GALA OLHOU PARA O MARTELO, DEPOIS PARA AS MADEIRAS QUE SEMPRE APARECIAM NA PRAIA TRAZIDAS PELO MAR. ELA TEVE UMA IDEIA!

— VOU CONSTRUIR UM ABRIGO PARA VOCÊ, TINA! — EXCLAMOU ANIMADA.

— MAS COMO? VOCÊ TEM ASAS, NÃO MÃOS! — DISSE CACO, DUVIDOSO.

GALA SORRIU. — EU POSSO SER CRIATIVA!

COM A AJUDA DE SEUS AMIGOS, ELA COMEÇOU A CARREGAR PEDAÇOS DE MADEIRA. CACO SEGURAVA PREGOS ENFERRUJADOS QUE ENCONTRAVAM PELA AREIA, E TINA EMPURRAVA OS TRONCOS MAIORES COM SEU CASCO. GALA USAVA O BICO E AS GARRAS PARA SEGURAR OS PREGOS NO LUGAR, ENQUANTO CACO BATIA NELES COM SUA PINÇA, COMO SE FOSSE UM MARTELO VIVO!

DEPOIS DE MUITO TRABALHO, CONSEGUIRAM MONTAR UM ABRIGO SIMPLES, MAS FORTE O SUFICIENTE PARA PROTEGER TINA DAS ONDAS E DO VENTO.

— ESTÁ PRONTO! — EXCLAMOU GALA, ORGULHOSA.

TINA SORRIU EMOCIONADA. — É PERFEITO! MUITO OBRIGADA, AMIGOS!

A NOTÍCIA SE ESPALHOU ENTRE OS ANIMAIS DA PRAIA, E LOGO OUTROS VIERAM PEDIR AJUDA. UM SIRI QUERIA UMA PONTE DE MADEIRA PARA ATRAVESSAR A LAGOA SEM SE MOLHAR DEMAIS, UMA FAMÍLIA DE CORUJAS QUERIA UM PEQUENO NINHO PROTEGIDO DO VENTO, E ATÉ UM PEIXE CURIOSO PEDIU UMA SOMBRA NA BEIRA DO MAR.

GALA, CACO E TINA TRABALHAVAM JUNTOS, SEMPRE ENCONTRANDO FORMAS CRIATIVAS DE USAR O MARTELO. ELES APRENDERAM QUE, COM TRABALHO EM EQUIPE E IMAGINAÇÃO, PODIAM TRANSFORMAR SIMPLES PEDAÇOS DE MADEIRA EM ALGO ÚTIL PARA TODOS.

UM DIA, UM PESCADOR PASSARAM E VIRAM AS PEQUENAS CONSTRUÇÕES ESPALHADAS PELA PRAIA.

— ORA, ORA! QUEM SERÁ QUE FEZ TUDO ISSO? — PERGUNTOU ELE, COÇANDO A BARBA.

GALA, QUE ESTAVA POUSADA SOBRE UM GALHO, APENAS SORRIU, SATISFEITA. O PESCADOR NUNCA SABERIA QUE OS CONSTRUTORES ERAM UMA GAIVOTA, UM CARANGUEJO E UMA TARTARUGA!

E ASSIM, GALA E SEUS AMIGOS CONTINUARAM AJUDANDO OS MORADORES DA PRAIA, MOSTRANDO QUE, COM UM POUCO DE ESFORÇO E COOPERAÇÃO, QUALQUER DESAFIO PODIA SER SUPERADO.

E SEMPRE QUE ALGUÉM ENCONTRAVA UM MARTELO ESQUECIDO NA AREIA, SABIA QUE GRANDES IDEIAS PODERIAM NASCER DELE!