ERA UMA VEZ UMA JOVEM ÁGUIA CHAMADA AURORA, QUE VIVIA NO TOPO DA MONTANHA MAIS ALTA DA FLORESTA DOURADA. DESDE PEQUENA, AURORA SONHAVA EM VOAR MAIS ALTO DO QUE QUALQUER OUTRA AVE. ENQUANTO SUAS AMIGAS ESTAVAM FELIZES PLANANDO SOBRE OS VALES E RIOS, AURORA QUERIA TOCAR AS ESTRELAS.

CERTA NOITE, ENQUANTO OBSERVAVA O CÉU CHEIO DE ESTRELAS BRILHANTES, AURORA VIU ALGO INCRÍVEL: UM GRANDE RASTRO DE LUZ RISCANDO O CÉU. ERA UM FOGUETE, SUBINDO VELOZMENTE EM DIREÇÃO AO ESPAÇO. SEUS OLHOS BRILHARAM DE ADMIRAÇÃO.

— É ISSO! — PENSOU AURORA. — EU PRECISO DESCOBRIR COMO VOAR TÃO ALTO QUANTO AQUELE FOGUETE!

NO DIA SEGUINTE, AURORA VOOU PARA A CLAREIRA ONDE MORAVA O CORUJA-SÁBIA, O MAIS INTELIGENTE DE TODOS OS ANIMAIS DA FLORESTA.

— SENHOR CORUJA, COMO FAÇO PARA VOAR ATÉ AS ESTRELAS?

A CORUJA AJEITOU SEUS ÓCULOS REDONDOS E COÇOU O BICO.

— AH, MINHA JOVEM ÁGUIA, ISSO É UM DESAFIO E TANTO. OS PÁSSAROS VOAM, MAS NENHUM JAMAIS ALCANÇOU AS ESTRELAS. APENAS OS FOGUETES CONSEGUEM ISSO.

— ENTÃO EU PRECISO DE UM FOGUETE! — EXCLAMOU AURORA, DETERMINADA.

O SENHOR CORUJA RIU SUAVEMENTE E APONTOU COM A ASA PARA ALÉM DA FLORESTA.

— SE QUISER SABER MAIS SOBRE FOGUETES, PROCURE O VELHO CASTOR, NO RIACHO. DIZEM QUE ELE SABE CONSTRUIR QUALQUER COISA.

SEM PERDER TEMPO, AURORA AGRADECEU E PARTIU EM DIREÇÃO AO RIACHO. LÁ, ENCONTROU O VELHO CASTOR TRABALHANDO EM UMA BARRAGEM.

— SENHOR CASTOR, PODE ME AJUDAR A CONSTRUIR UM FOGUETE? — PERGUNTOU A ÁGUIA.

O CASTOR COÇOU A CABEÇA E SORRIU.

— ORA, ORA! NUNCA CONSTRUÍ UM FOGUETE ANTES, MAS ADORO DESAFIOS! VAMOS TENTAR.

DURANTE SEMANAS, AURORA E O CASTOR TRABALHARAM JUNTOS. REUNIRAM TRONCOS LEVES, CIPÓS RESISTENTES E FOLHAS GRANDES PARA CRIAR UM FOGUETE. O SENHOR CORUJA OBSERVAVA TUDO COM CURIOSIDADE.

FINALMENTE, O FOGUETE FICOU PRONTO. NÃO ERA DE METAL COMO OS QUE AURORA VIA NO CÉU, MAS ERA FORTE E BEM CONSTRUÍDO. COM A AJUDA DOS VENTOS MAIS FORTES E UM EMPURRÃO DAS SUAS PODEROSAS ASAS, AURORA ENTROU NA PEQUENA CABINE E SE PREPAROU PARA DECOLAR.

— TRÊS, DOIS, UM... FOGO! — GRITOU O CASTOR.

AURORA BATEU SUAS ASAS COM TODA A FORÇA E, COM A AJUDA DO FOGUETE, SUBIU COMO NUNCA. O VENTO SOPRAVA EM SEU ROSTO, E ELA VOAVA CADA VEZ MAIS ALTO. AS ÁRVORES FICARAM PEQUENINAS, AS NUVENS PARECIAM ALGODÃO, E O CÉU FICOU CADA VEZ MAIS ESCURO.

POR UM MOMENTO, AURORA PENSOU QUE REALMENTE CHEGARIA ÀS ESTRELAS. MAS, DE REPENTE, O FOGUETE COMEÇOU A PERDER FORÇA. A ÁGUIA PERCEBEU QUE JÁ TINHA IDO MAIS ALTO DO QUE QUALQUER PÁSSARO ANTES DELA, MAS AINDA ESTAVA LONGE DAS ESTRELAS.

OLHANDO PARA BAIXO, VIU TODA A FLORESTA, O RIACHO, AS MONTANHAS E OS VALES. TUDO PARECIA TÃO PEQUENO! FOI ENTÃO QUE ENTENDEU ALGO MUITO IMPORTANTE: NÃO ERA NECESSÁRIO TOCAR AS ESTRELAS PARA SER ESPECIAL. ELA JÁ TINHA ALCANÇADO ALGO INCRÍVEL, COM A AJUDA DE SEUS AMIGOS E SUA CORAGEM.

COM UM ÚLTIMO BATER DE ASAS, AURORA ABRIU SUAS ASAS LARGAS E COMEÇOU A PLANAR DE VOLTA À TERRA, SENTINDO O VENTO A GUIÁ-LA COM SUAVIDADE.

AO POUSAR, FOI RECEBIDA COM APLAUSOS E GRITOS ANIMADOS DE TODOS OS ANIMAIS DA FLORESTA.

— VOCÊ FOI A MAIS ALTO DO QUE QUALQUER PÁSSARO JÁ VOOU! — DISSE A CORUJA.

— E CONSTRUIU ALGO INCRÍVEL! — COMPLETOU O CASTOR.

AURORA SORRIU. ELA NÃO TINHA TOCADO AS ESTRELAS, MAS HAVIA APRENDIDO UMA GRANDE LIÇÃO: A VERDADEIRA AVENTURA NÃO ESTAVA APENAS NO DESTINO, MAS NA JORNADA.

DESDE ENTÃO, AURORA CONTINUOU EXPLORANDO OS CÉUS, NÃO PARA ALCANÇAR AS ESTRELAS, MAS PARA DESCOBRIR NOVAS ALTURAS, SEMPRE COM CORAGEM E DETERMINAÇÃO.

E, QUEM SABE, UM DIA, ELA NÃO ENCONTRARIA UM NOVO JEITO DE IR AINDA MAIS LONGE?