ERA UMA VEZ, EM UMA FAZENDA DISTANTE, UM BOI CHAMADO BANZÉ. ELE NÃO ERA UM BOI QUALQUER; BANZÉ TINHA UMA IMAGINAÇÃO TÃO GRANDE QUE ADORAVA INVENTAR HISTÓRIAS. O PROBLEMA ERA QUE ELE EXAGERAVA TANTO QUE SUAS HISTÓRIAS ACABAVAM VIRANDO GRANDES MENTIRAS.

"EU JÁ VOEI ATÉ AS NUVENS!", DIZIA ELE PARA OS OUTROS ANIMAIS DA FAZENDA.

"EU JÁ NADEI NO FUNDO DO OCEANO E CONVERSEI COM AS BALEIAS!", CONTAVA PARA O PATO TOTÓ, QUE FICAVA SEMPRE DESCONFIADO.

OS OUTROS ANIMAIS RIAM, MAS NUNCA ACREDITAVAM. "AH, BANZÉ, VOCÊ E SUAS HISTÓRIAS!", DIZIAM ELES. MAS BANZÉ NÃO LIGAVA. PARA ELE, CONTAR HISTÓRIAS ERA DIVERTIDO!

UM DIA, BANZÉ CAMINHAVA PELA FAZENDA QUANDO ENCONTROU UM VELHO TRONCO CAÍDO NO MEIO DO PASTO. ERA UM TRONCO ENORME, GROSSO E COM UMA APARÊNCIA MUITO ESTRANHA. ELE NUNCA O TINHA VISTO ALI ANTES. CURIOSO, O BOI SE APROXIMOU E, AO TOCAR NO TRONCO, SENTIU UM LEVE ARREPIO.

SEM PENSAR DUAS VEZES, BANZÉ VOLTOU CORRENDO PARA CONTAR SUA MAIS NOVA MENTIRA PARA OS AMIGOS.

"VOCÊS NÃO VÃO ACREDITAR!", DISSE ELE, OFEGANTE. "EU ENCONTREI UM TRONCO MÁGICO! QUANDO TOQUEI NELE, ELE FALOU COMIGO! DISSE QUE PODE TRANSFORMAR QUALQUER COISA QUE EU FALAR EM VERDADE!"

TODOS OS ANIMAIS ROLARAM DE RIR. "ESSA FOI BOA, BANZÉ!" GARGALHOU A OVELHA MIMOSA. "UM TRONCO FALANTE? SÓ VOCÊ MESMO!"

MAS ALGO ESTRANHO ACONTECEU. NO INSTANTE EM QUE OS ANIMAIS ZOMBARAM, UMA VOZ GRAVE ECOOU DO TRONCO LÁ NO CAMPO: "EU SOU UM TRONCO MÁGICO E FAÇO TUDO QUE BANZÉ DIZ SE TORNAR REALIDADE!"

O SILÊNCIO TOMOU CONTA DO PASTO. OS ANIMAIS ARREGALARAM OS OLHOS. "ISSO FOI... VERDADE?", MURMUROU O COELHO PIPOCA.

BANZÉ TAMBÉM FICOU ASSUSTADO, MAS LOGO SORRIU. "SE ISSO É VERDADE, ENTÃO... EU POSSO VOAR!", ELE EXCLAMOU.

DE REPENTE, BANZÉ SENTIU SEU CORPO LEVE. ELE COMEÇOU A SUBIR, FLUTUANDO NO AR COMO UM PASSARINHO. "EU ESTOU VOANDO!", GRITOU, DANDO CAMBALHOTAS NO CÉU.

OS OUTROS ANIMAIS FICARAM BOQUIABERTOS. "ISSO É INACREDITÁVEL!", DISSE TOTÓ.

BANZÉ POUSOU SUAVEMENTE NO CHÃO E RIU. "SE EU POSSO VOAR, ENTÃO POSSO FAZER QUALQUER COISA!" PENSANDO NISSO, ELE ANUNCIOU: "AGORA, QUERO UM BOLO GIGANTE DE MILHO!"

PUF! UM BOLO DE MILHO TÃO GRANDE QUANTO UM CELEIRO APARECEU DIANTE DELE. TODOS OS ANIMAIS CORRERAM PARA COMER. "ISSO É INCRÍVEL!", DISSE A VACA ESTRELA COM A BOCA CHEIA.

BANZÉ COMEÇOU A SE DIVERTIR. CADA MENTIRA QUE ELE CONTAVA VIRAVA VERDADE. ELE FEZ APARECER RIOS DE CHOCOLATE, FLORES QUE CANTAVAM, NUVENS EM FORMA DE BICHOS DANÇANDO NO CÉU.

MAS, COM O TEMPO, AS COISAS COMEÇARAM A FUGIR DO CONTROLE. BANZÉ, EMPOLGADO, DISSE: "EU SOU O MAIOR BOI DO MUNDO!". DE REPENTE, ELE CRESCEU TANTO QUE MAL CABIA NO PASTO.

"EU SOU TÃO RÁPIDO QUANTO O VENTO!", E LÁ FOI ELE, CORRENDO TÃO DEPRESSA QUE NINGUÉM CONSEGUIA MAIS VÊ-LO.

OS ANIMAIS COMEÇARAM A FICAR PREOCUPADOS. "ISSO ESTÁ INDO LONGE DEMAIS!", DISSE MIMOSA.

BANZÉ PERCEBEU QUE ESTAVA SOZINHO. NINGUÉM CONSEGUIA ACOMPANHÁ-LO MAIS. ELE SUSPIROU E OLHOU PARA O TRONCO. "TRONCO MÁGICO, EU QUERO TUDO DE VOLTA AO NORMAL", DISSE ELE.

O TRONCO BRILHOU, E TUDO VOLTOU AO JEITO QUE ERA ANTES. BANZÉ ESTAVA DO MESMO TAMANHO, O BOLO SUMIU, E AS FLORES PARARAM DE CANTAR.

OS AMIGOS SE APROXIMARAM. "BANZÉ, VOCÊ VIU O QUE SUAS MENTIRAS PODEM FAZER?", PERGUNTOU TOTÓ.

ELE ABAIXOU A CABEÇA. "SIM... APRENDI QUE INVENTAR HISTÓRIAS É DIVERTIDO, MAS EXAGERAR PODE CAUSAR PROBLEMAS."

DESDE ENTÃO, BANZÉ NÃO PAROU DE CONTAR HISTÓRIAS, MAS AGORA, ELE AS CONTAVA DO JEITO CERTO: COMO UM BOM CONTADOR DE CONTOS, SEM PRECISAR MENTIR PARA QUE TUDO VIRASSE REALIDADE.

E ASSIM, TODOS NA FAZENDA CONTINUARAM SE DIVERTINDO COM SUAS HISTÓRIAS FANTÁSTICAS, MAS AGORA, SABIAM DIFERENCIAR O QUE ERA REAL DO QUE ERA APENAS IMAGINAÇÃO.