NO PEQUENO VILAREJO DE VILA FLOR, HAVIA UMA MENINA CHAMADA BIA, CONHECIDA POR SUA CURIOSIDADE E IMAGINAÇÃO SEM FIM. ELA ADORAVA CORRER PELOS CAMPOS DE MARGARIDAS COM SUA SAIA AZUL ESVOAÇANTE E CRIAR HISTÓRIAS SOBRE TESOUROS ESCONDIDOS, FADAS E CASTELOS ENCANTADOS.

CERTO DIA, ENQUANTO BRINCAVA NO QUINTAL DA CASA DA VOVÓ LÚCIA, BIA ENCONTROU ALGO BRILHANDO ENTRE AS FOLHAS CAÍDAS. ELA SE APROXIMOU E VIU UM PEQUENO MARTELO DOURADO, DIFERENTE DE QUALQUER OUTRO QUE JÁ TINHA VISTO. CURIOSA, PEGOU O MARTELO E, NO MESMO INSTANTE, SENTIU UM LEVE TREMOR NO CHÃO.

— QUE ESTRANHO! — DISSE, SEGURANDO O MARTELO COM MAIS FORÇA.

ELA OLHOU AO REDOR, MAS TUDO PARECIA NORMAL. NO ENTANTO, AO DAR UM LEVE TOQUE COM O MARTELO EM UMA PEDRA PRÓXIMA, ALGO SURPREENDENTE ACONTECEU: A PEDRA SE ABRIU COMO UMA PORTA SECRETA, REVELANDO UMA PASSAGEM SUBTERRÂNEA!

SEU CORAÇÃO BATEU ACELERADO DE EMOÇÃO. SEM PENSAR DUAS VEZES, ELA AJEITOU SUA SAIA E ENTROU NA PASSAGEM MISTERIOSA.

O TÚNEL ERA ILUMINADO POR PEQUENAS LUZES BRILHANTES NAS PAREDES, COMO VAGA-LUMES ENCANTADOS. BIA SEGUIU O CAMINHO, FASCINADA, ATÉ CHEGAR A UMA GRANDE SALA ONDE VÁRIOS DUENDES TRABALHAVAM ANIMADAMENTE EM UMA OFICINA CHEIA DE FERRAMENTAS MÁGICAS.

— UMA HUMANA! — EXCLAMOU UM DUENDE DE BARBA BRANCA, INTERROMPENDO SEU TRABALHO.

— COMO VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI? — PERGUNTOU OUTRO, COM UM CHAPÉU PONTUDO VERMELHO.

BIA ERGUEU O MARTELO DOURADO E RESPONDEU:

— ENCONTREI ESTE MARTELO NO QUINTAL DA MINHA VOVÓ E, QUANDO TOQUEI UMA PEDRA COM ELE, UMA PASSAGEM SECRETA APARECEU!

OS DUENDES TROCARAM OLHARES ESPANTADOS.

— ESSE MARTELO PERTENCE AO NOSSO MESTRE FERREIRO, O GRANDE SR. FIVÉLIO! ELE O PERDEU HÁ MUITOS ANOS E NINGUÉM CONSEGUIU ENCONTRÁ-LO! — DISSE O DUENDE DE BARBA BRANCA.

— SR. FIVÉLIO? — BIA REPETIU, CURIOSA.

— SIM! ELE É O MAIS SÁBIO DE TODOS OS FERREIROS MÁGICOS. COM ESSE MARTELO, ELE CONSEGUE CONSTRUIR QUALQUER COISA QUE DESEJAR. MAS, SEM ELE, NOSSA OFICINA PERDEU UM POUCO DE SUA MAGIA — EXPLICOU O DUENDE DO CHAPÉU VERMELHO.

BIA OLHOU PARA O MARTELO DOURADO E TEVE UMA IDEIA.

— EU ADORARIA DEVOLVER O MARTELO AO SR. FIVÉLIO! ONDE ELE ESTÁ?

OS DUENDES A GUIARAM POR UM CORREDOR ESTREITO ATÉ UMA SALINHA CHEIA DE PERGAMINHOS E MAPAS. NO CENTRO DA SALA, UM DUENDE MUITO VELHINHO, COM ÓCULOS REDONDOS E UM AVENTAL CHEIO DE FULIGEM, OBSERVAVA UM GRANDE LIVRO DE COURO MARROM.

— SR. FIVÉLIO, ENCONTRAMOS SEU MARTELO! — DISSERAM OS DUENDES.

O VELHO DUENDE OLHOU PARA BIA E SEUS OLHOS BRILHARAM AO VER O MARTELO DOURADO EM SUAS MÃOS.

— MINHA QUERIDA MENINA! VOCÊ TROUXE MEU MARTELO DE VOLTA! — DISSE ELE, EMOCIONADO.

BIA ENTREGOU O MARTELO E SR. FIVÉLIO SORRIU ALEGREMENTE.

— COMO POSSO LHE AGRADECER? — PERGUNTOU ELE.

BIA PENSOU POR UM INSTANTE E ENTÃO DISSE:

— EU ADORARIA CONHECER MAIS SOBRE A MAGIA DOS FERREIROS DUENDES!

SR. FIVÉLIO RIU E PEGOU UM PEQUENO PEDAÇO DE METAL BRILHANTE. COM UM TOQUE DO MARTELO, O METAL SE TRANSFORMOU EM UM LINDO PINGENTE EM FORMATO DE ESTRELA.

— ESTE É UM PRESENTE PARA VOCÊ, BIA. SEMPRE QUE QUISER VOLTAR, TOQUE NELE E A PASSAGEM SE ABRIRÁ! — DISSE O DUENDE.

BIA FICOU ENCANTADA E AGRADECEU COM UM ABRAÇO APERTADO.

DEPOIS DE SE DESPEDIR DOS DUENDES, ELA VOLTOU PELO TÚNEL E SAIU EXATAMENTE NO MESMO LUGAR ONDE HAVIA ENTRADO. A PASSAGEM SE FECHOU ATRÁS DELA, DEIXANDO APENAS O CHEIRO DOCE DAS FLORES AO REDOR.

COM UM SORRISO NO ROSTO E O PINGENTE BRILHANDO EM SEU PESCOÇO, BIA SABIA QUE AQUELE ERA APENAS O COMEÇO DE MUITAS AVENTURAS MÁGICAS QUE VIRIAM PELA FRENTE!