ERA UMA VEZ UMA PEQUENA CIDADE CERCADA POR MONTANHAS VERDEJANTES E COBERTA DE FLORES SILVESTRES QUE EXALAVAM UM PERFUME DOCE. NO CENTRO DESSA CIDADE, HAVIA UMA LOJA MÁGICA CHAMADA "COISAS ENCANTADAS". A VITRINE DA LOJA ESTAVA SEMPRE CHEIA DE BRINQUEDOS LINDOS E CINTILANTES, MAS HAVIA UM BRINQUEDO ESPECIAL QUE CHAMAVA A ATENÇÃO DE TODOS QUE PASSAVAM POR ALI: UM URSINHO DE PELÚCIA BONITO, COM PELOS DOURADOS COMO RAIOS DE SOL E OLHOS NEGROS QUE BRILHAVAM COMO ESTRELAS.

ESSE URSINHO TINHA UM NOME: BENNY. E, EMBORA FOSSE APENAS UM BRINQUEDO, ELE TINHA UM GRANDE SONHO. BENNY QUERIA SER O COMPANHEIRO DE UMA CRIANÇA, POIS SABIA QUE SERIA AMADO E QUE PODERIA LEVAR FELICIDADE PARA ALGUÉM. ELE PASSAVA OS DIAS OBSERVANDO AS CRIANÇAS QUE PARAVAM PARA ADMIRÁ-LO PELA VITRINE, ESPERANDO QUE ALGUÉM O ESCOLHESSE PARA LEVAR PARA CASA.

NAQUELA MESMA CIDADE, VIVIA UMA MENINA CHAMADA SOFIA. ELA TINHA CABELOS CACHEADOS QUE PARECIAM PEQUENOS ANÉIS DOURADOS, OLHOS CASTANHOS CURIOSOS E UM SORRISO QUE ILUMINAVA QUALQUER AMBIENTE. SOFIA ERA MUITO SONHADORA E ADORAVA CRIAR HISTÓRIAS SOBRE O MUNDO AO SEU REDOR. NO ENTANTO, HAVIA ALGO QUE ELA SEMPRE DESEJOU: UM URSINHO DE PELÚCIA PARA CHAMAR DE SEU.

TODOS OS DIAS, AO VOLTAR DA ESCOLA, SOFIA PASSAVA PELA LOJA "COISAS ENCANTADAS" E FICAVA ENCANTADA COM BENNY. “QUE URSINHO BONITO!”, ELA PENSAVA SEMPRE. MAS SOFIA SABIA QUE SUA FAMÍLIA NÃO TINHA MUITO DINHEIRO, E ENTÃO ELA APENAS SUSPIRAVA E SEGUIA SEU CAMINHO.

BENNY, POR OUTRO LADO, ESPERAVA ANSIOSAMENTE PELO MOMENTO EM QUE SOFIA PASSAVA PELA VITRINE. ELE DESEJAVA QUE AQUELA MENINA SORRIDENTE FOSSE SUA DONA. EMBORA NÃO PUDESSE FALAR, SENTIA NO FUNDO DO CORAÇÃO DE ALGODÃO QUE ELES SERIAM PERFEITOS UM PARA O OUTRO.

A MÁGICA DA LOJA

CERTA NOITE, QUANDO A LOJA "COISAS ENCANTADAS" FECHOU, ALGO EXTRAORDINÁRIO ACONTECEU. A LUA CHEIA ILUMINOU A VITRINE E, COMO POR MAGIA, BENNY GANHOU VIDA. ELE SE ESPREGUIÇOU, OLHOU AO REDOR E NOTOU QUE TODOS OS OUTROS BRINQUEDOS NA LOJA TAMBÉM ESTAVAM ACORDADOS.

“VOCÊ FINALMENTE SE MEXEU, BENNY!”, DISSE UMA BONECA DE PORCELANA COM UM VESTIDO AZUL.

“SIM, MAS EU NÃO SEI POR QUANTO TEMPO”, RESPONDEU BENNY. “PRECISO APROVEITAR ESTA CHANCE PARA REALIZAR MEU SONHO DE SER O URSINHO DA MENINA DE CABELOS CACHEADOS.”

“VOCÊ ESTÁ FALANDO DE SOFIA?”, PERGUNTOU UM CARRINHO DE MADEIRA.

BENNY ASSENTIU. “ELA PASSA AQUI TODOS OS DIAS. SEI QUE ELA SERIA A DONA PERFEITA PARA MIM. MAS COMO EU PODERIA SAIR DAQUI PARA CHEGAR ATÉ ELA?”

OS BRINQUEDOS PENSARAM POR UM MOMENTO. ENTÃO, A BONECA DE PORCELANA TEVE UMA IDEIA. “BENNY, VOCÊ PODE USAR O PODER DA ESTRELA DOS DESEJOS! DIZEM QUE ELA APARECE NO CÉU UMA VEZ POR MÊS. SE VOCÊ FIZER UM DESEJO PURO E SINCERO, ELA PODE REALIZÁ-LO.”

BENNY OLHOU PARA O CÉU PELA VITRINE E VIU UMA ESTRELA BRILHANTE, MAIS LUMINOSA DO QUE TODAS AS OUTRAS. ELE FECHOU OS OLHOS, APERTOU AS PATAS E FEZ UM PEDIDO: “POR FAVOR, LEVE-ME ATÉ SOFIA. QUERO SER O URSINHO QUE ELA SEMPRE SONHOU.”

A ESTRELA BRILHOU AINDA MAIS FORTE, E UM FEIXE DE LUZ ENVOLVEU BENNY. ANTES QUE ELE PERCEBESSE, ESTAVA NA SOLEIRA DA CASA DE SOFIA.

UMA NOVA AMIZADE

NA MANHÃ SEGUINTE, SOFIA ACORDOU CEDO, COMO SEMPRE FAZIA. AO ABRIR A PORTA PARA PEGAR O JORNAL QUE SEU PAI ASSINAVA, ELA ENCONTROU ALGO INESPERADO: UM URSINHO DE PELÚCIA BONITO, COM PELOS DOURADOS E OLHOS BRILHANTES.

“OH! QUE URSINHO LINDO!”, EXCLAMOU ELA, ABRAÇANDO BENNY COM TODO O CARINHO DO MUNDO. “COMO VOCÊ VEIO PARAR AQUI?”

SOFIA OLHOU AO REDOR, MAS NÃO VIU NINGUÉM. DECIDIU, ENTÃO, QUE O URSINHO ERA UM PRESENTE ESPECIAL QUE O UNIVERSO O HAVIA ENVIADO. ELA O CHAMOU DE BENNY E O LEVOU PARA DENTRO DE CASA.

A PARTIR DAQUELE DIA, BENNY E SOFIA SE TORNARAM INSEPARÁVEIS. ELA LEVAVA O URSINHO PARA TODOS OS LUGARES: PARA A ESCOLA, PARA O PARQUE E ATÉ PARA AS VISITAS À CASA DE SUA AVÓ. DURANTE A NOITE, ELA O ABRAÇAVA BEM FORTE E LHE CONTAVA HISTÓRIAS SOBRE PRINCESAS, DRAGÕES E AVENTURAS EM TERRAS DISTANTES.

EMBORA BENNY NÃO PUDESSE FALAR OU SE MEXER NA FRENTE DE SOFIA, ELE ESTAVA MAIS FELIZ DO QUE NUNCA. ELE SABIA QUE FINALMENTE TINHA ENCONTRADO SUA CASA E SUA MELHOR AMIGA.

UM PROBLEMA APARECE

UM DIA, ENQUANTO BRINCAVA NO PARQUE COM BENNY, SOFIA SE DISTRAIU AO VER UM GRUPO DE BORBOLETAS COLORIDAS VOANDO PERTO DAS FLORES. SEM PERCEBER, DEIXOU O URSINHO SOBRE UM BANCO DE MADEIRA. QUANDO FINALMENTE SE LEMBROU DELE E VOLTOU CORRENDO, BENNY NÃO ESTAVA MAIS LÁ.

SOFIA FICOU DESESPERADA. “ONDE ESTÁ MEU URSINHO?”, PERGUNTOU PARA AS PESSOAS NO PARQUE, MAS NINGUÉM TINHA VISTO. ELA PROCUROU POR TODOS OS CANTOS, MAS BENNY PARECIA TER DESAPARECIDO.

NA VERDADE, BENNY HAVIA SIDO LEVADO POR UMA CRIANÇA CHAMADA LUCAS, QUE PENSOU QUE O URSINHO ESTAVA ABANDONADO. LUCAS NÃO ERA UMA CRIANÇA MALVADA, MAS NÃO ENTENDIA QUE BENNY JÁ TINHA UMA DONA. ELE LEVOU O URSINHO PARA CASA, SEM SABER O QUANTO SOFIA ESTAVA TRISTE.

A CORAGEM DE BENNY

NAQUELA NOITE, SOB A LUZ DA LUA, BENNY VOLTOU A GANHAR VIDA. ELE SABIA QUE PRECISAVA ENCONTRAR UMA MANEIRA DE VOLTAR PARA SOFIA. ENTÃO, COM TODA A CORAGEM QUE TINHA, ESCAPOU PELA JANELA DO QUARTO DE LUCAS E COMEÇOU SUA JORNADA DE VOLTA.

ATRAVESSAR A CIDADE NÃO FOI FÁCIL PARA UM PEQUENO URSINHO DE PELÚCIA. ELE PRECISOU SE ESCONDER DE CACHORROS, ATRAVESSAR RUAS MOVIMENTADAS E ATÉ SE ESQUIVAR DE UM GATO CURIOSO QUE QUASE O LEVOU PARA LONGE. MAS BENNY NÃO DESISTIU. ELE SABIA QUE SOFIA ESTAVA ESPERANDO POR ELE.

QUANDO FINALMENTE CHEGOU À CASA DE SOFIA, O SOL ESTAVA COMEÇANDO A NASCER. ELE SE DEITOU NA SOLEIRA DA PORTA, EXAUSTO, MAS FELIZ POR ESTAR DE VOLTA.

O REENCONTRO

NAQUELA MANHÃ, QUANDO SOFIA ABRIU A PORTA, ENCONTROU BENNY NOVAMENTE. SEUS OLHOS SE ENCHERAM DE LÁGRIMAS DE ALEGRIA.

“BENNY! VOCÊ VOLTOU!”, DISSE ELA, ABRAÇANDO-O COM FORÇA. “EU ESTAVA TÃO PREOCUPADA! NUNCA MAIS VOU DEIXAR VOCÊ SOZINHO.”

BENNY DESEJOU PODER FALAR PARA DIZER O QUANTO TAMBÉM ESTAVA FELIZ POR ESTAR DE VOLTA. MAS ELE SABIA QUE, NO FUNDO, SOFIA PODIA SENTIR O AMOR DELE ATRAVÉS DE CADA ABRAÇO.

A PARTIR DAQUELE DIA, SOFIA TEVE AINDA MAIS CUIDADO COM BENNY. E, MESMO QUE ELA NUNCA SOUBESSE DAS AVENTURAS QUE ELE VIVEU PARA VOLTAR PARA CASA, ELA SABIA QUE HAVIA ALGO MUITO ESPECIAL NAQUELE URSINHO DE PELÚCIA BONITO, QUE PARECIA SEMPRE ESTAR ALI PARA PROTEGÊ-LA E FAZÊ-LA SORRIR.