ERA UMA VEZ, EM UM PEQUENO VILAREJO RODEADO POR COLINAS VERDES E CÉU AZUL, UMA MENINA CHAMADA CLARA. ELA TINA CABELOS CACHEADOS E UM SORRISO TÃO BRILHANTE QUANTO O SOL. CLARA ERA UMA MENINA CURIOSA QUE ADORAVA DESCOBRIR COISAS NOVAS. SEU LUGAR FAVORITO NO MUNDO ERA O QUARTO, ONDE TINHA UMA CAMA GRANDE COM UM COBERTOR MÁGICO QUE SUA AVÓ HAVIA FEITO ESPECIALMENTE PARA ELA.

O COBERTOR NÃO ERA COMO OS OUTROS. ERA FEITO DE RETALHOS DE TECIDOS COLORIDOS, E CADA COR PARECIA TER VIDA PRÓPRIA. QUANDO CLARA ESTAVA TRISTE, O AZUL BRILHAVA SUAVEMENTE, ACALMANDO SEU CORAÇÃO. QUANDO ESTAVA FELIZ, O AMARELO BRILHAVA COMO O SOL DA MANHÃ. E, QUANDO ESTAVA COM MEDO, O VERDE PARECIA ABRAÇÁ-LA COM CORAGEM.

CLARA AMAVA AQUELE COBERTOR E DIZIA QUE ELE ERA SEU “MAPA DAS CORES MÁGICAS”. ELA GOSTAVA DE Deitar-se NA CAMA E INVENTAR HISTÓRIAS SOBRE OS RETALHOS: O VERMELHO ERA UM DRAGÃO CORAJOSO, O LILÁS ERA UMA FADA BONDOSA, E O DOURADO... AH, O DOURADO ERA UMA ESTRELA CADENTE QUE REALIZAVA DESEJOS.

MAS CLARA AINDA NÃO SABIA QUE O COBERTOR REALMENTE ERA MÁGICO.

UMA NOITE, ENQUANTO CLARA ESTAVA DEITADA NA CAMA, UMA TEMPESTADE COMEÇOU A SE FORMAR. RELÂMPAGOS DANÇAVAM NO CÉU, E TROVÕES RUGIAM COMO LEÕES. ELA PUXOU O COBERTOR ATÉ O QUEIXO, SENTINDO O AZUL ACENDER SUAVEMENTE PARA ACALMÁ-LA. FOI ENTÃO QUE ALGO ESTRANHO ACONTECEU: O COBERTOR COMEÇOU A BRILHAR DE TODAS AS CORES AO MESMO TEMPO!

CLARA ARREGALOU OS OLHOS. AS CORES COMEÇARAM A SAIR DO COBERTOR E FLUTUAR PELO QUARTO COMO PEQUENAS ESTRELAS COLORIDAS. ELAS GIRAVAM E GIRAVAM, ATÉ FORMAREM UMA ESPÉCIE DE PORTAL REDONDO, QUE PARECIA UMA PINTURA CHEIA DE VIDA.

“CLARA, VENHA!” DISSE UMA VOZ SUAVE E MELÓDICA, QUE PARECIA VIR DE DENTRO DO PORTAL.

CLARA HESITOU POR UM MOMENTO, MAS SUA CURIOSIDADE FOI MAIOR. ELA LEVANTOU-SE DA CAMA, SEGURANDO FIRME UM PEDAÇO DO COBERTOR MÁGICO, E DEU UM PASSO À FRENTE. ASSIM QUE ENTROU NO PORTAL, SENTIU UM CALOR GOSTOSO, COMO O DE UM ABRAÇO, E FOI ENVOLVIDA POR UMA EXPLOSÃO DE CORES.

QUANDO ABRIU OS OLHOS, CLARA ESTAVA EM UM LUGAR QUE NUNCA TINHA VISTO ANTES. ERA UM REINO COMPLETAMENTE FEITO DE CORES! AS ÁRVORES TINHAM FOLHAS DE ARCO-ÍRIS QUE BALANÇAVAM SUAVEMENTE AO VENTO, OS RIOS BRILHAVAM COM ÁGUA PRATEADA, E O CÉU ERA UMA MISTURA INFINITA DE TONS DE ROSA, LILÁS E DOURADO.

“BEM-VINDA AO REINO DAS CORES!” DISSE UMA FADA PEQUENINA, QUE TINHA ASAS FEITAS DE LUZ CINTILANTE. “MEU NOME É IRIS, E EU SOU A GUARDIÃ DESTE LUGAR. VOCÊ É A ESCOLHIDA PARA NOS AJUDAR.”

“ESCOLHIDA? EU?” PERGUNTOU CLARA, SURPRESA. “MAS... EU SÓ SOU UMA MENINA.”

“VOCÊ É MAIS DO QUE ISSO,” RESPONDEU IRIS, COM UM SORRISO. “SEU COBERTOR MÁGICO FOI CRIADO COM PEDAÇOS DO TECIDO QUE DÁ VIDA AO NOSSO REINO. É POR ISSO QUE ELE REAGE ÀS SUAS EMOÇÕES. E AGORA, PRECISAMOS DA SUA AJUDA PARA RESTAURAR O EQUILÍBRIO DAS CORES.”

CLARA OLHOU AO REDOR E PERCEBEU QUE, APESAR DE TUDO SER MUITO BONITO, HAVIA ALGO ERRADO. ALGUMAS PARTES DO REINO ESTAVAM DESBOTADAS, COMO SE A COR TIVESSE SIDO APAGADA.

“O QUE ACONTECEU AQUI?” PERGUNTOU CLARA.

“O GUARDIÃO CINZENTO ROUBOU AS CORES DE ALGUMAS PARTES DO REINO. ELE ACREDITA QUE O MUNDO DEVERIA SER APENAS CINZA, SEM ALEGRIA NEM EMOÇÃO. MAS COM A SUA AJUDA, PODEMOS TRAZER AS CORES DE VOLTA.”

IRIS EXPLICOU QUE CLARA PRECISARIA ENCONTRAR QUATRO PEDRAS MÁGICAS ESPALHADAS PELO REINO: A PEDRA VERMELHA DA CORAGEM, A PEDRA AZUL DA CALMA, A PEDRA AMARELA DA ALEGRIA E A PEDRA VERDE DA ESPERANÇA. CADA PEDRA ESTAVA ESCONDIDA EM UM LUGAR ESPECIAL, MAS TAMBÉM GUARDADA POR DESAFIOS.

DETERMINADA A AJUDAR, CLARA APERTOU O COBERTOR MÁGICO CONTRA O PEITO E SEGUIU SUA JORNADA.

O PRIMEIRO DESTINO ERA A FLORESTA ESCARLATE, ONDE TUDO ERA COBERTO POR UMA NEBLINA CINZENTA. CLARA SENTIU SEU CORAÇÃO ACELERAR, MAS O PEDAÇO VERMELHO DO COBERTOR COMEÇOU A BRILHAR, ENCHENDO-A DE CORAGEM.

NO MEIO DA FLORESTA, ELA ENCONTROU UM GRANDE LEÃO FEITO DE SOMBRAS, QUE RUGIU ALTO. “QUEM OUSA ENTRAR NO MEU TERRITÓRIO?” ELE PERGUNTOU.

CLARA RESPIROU FUNDO E RESPONDEU: “EU SOU CLARA, E ESTOU AQUI PARA TRAZER AS CORES DE VOLTA. NÃO TENHO MEDO DE VOCÊ.”

O LEÃO OLHOU PARA ELA POR UM MOMENTO, ENTÃO DESAPARECEU, DEIXANDO A PEDRA VERMELHA BRILHANDO EM UM PEDESTAL.

O PRÓXIMO DESTINO ERA O LAGO SERENO, ONDE AS ÁGUAS HAVIAM PERDIDO SUA COR AZUL. CLARA PRECISOU ATRAVESSAR UMA PONTE FINA E INSTÁVEL, MAS O COBERTOR BRILHOU EM AZUL, AJUDANDO-A A MANTER A CALMA. NO MEIO DO LAGO, ELA ENCONTROU A PEDRA AZUL FLUTUANDO. ASSIM QUE A PEGOU, O LAGO RECUPEROU SEU BRILHO CRISTALINO.

DEPOIS, CLARA FOI ATÉ A COLINA DOS GIRASSÓIS, ONDE TUDO ESTAVA PÁLIDO E TRISTE. LÁ, ENCONTROU UM GRUPO DE ANIMAIS QUE HAVIAM PERDIDO A VONTADE DE BRINCAR. CLARA COMEÇOU A CONTAR UMA DE SUAS HISTÓRIAS SOBRE O COBERTOR MÁGICO, E OS ANIMAIS COMEÇARAM A RIR. COM ISSO, A PEDRA AMARELA APARECEU, E A COLINA VOLTOU A BRILHAR.

POR FIM, CLARA CHEGOU AO VALE DA ESPERANÇA, QUE ESTAVA COMPLETAMENTE CINZA. UMA GRANDE MURALHA BLOQUEAVA O CAMINHO PARA A PEDRA VERDE. MAS, EM VEZ DE DESISTIR, CLARA USOU O BRILHO VERDE DO COBERTOR PARA ABRIR UMA PASSAGEM. A PEDRA VERDE ESTAVA ESCONDIDA ATRÁS DE UM ARBUSTO, E ASSIM QUE ELA A PEGOU, O VALE FLORESCEU COM VIDA.

COM AS QUATRO PEDRAS EM MÃOS, CLARA VOLTOU AO CENTRO DO REINO, ONDE IRIS A AGUARDAVA. MAS, ANTES QUE PUDESSEM USAR AS PEDRAS, O GUARDIÃO CINZENTO APARECEU.

“VOCÊ ACHA QUE PODE ME VENCER?” DISSE ELE, COM UMA VOZ GRAVE.

CLARA OLHOU PARA ELE E DISSE: “NÃO QUERO VENCER VOCÊ. QUERO MOSTRAR QUE AS CORES TORNAM O MUNDO MAIS BONITO. NÃO PRECISAMOS VIVER APENAS EM CINZA.”

O GUARDIÃO OLHOU PARA ELA, SURPRESO, MAS NÃO DISSE NADA. CLARA USOU AS PEDRAS PARA CRIAR UM ARCO-ÍRIS BRILHANTE QUE ENVOLVEU O REINO INTEIRO. AOS POUCOS, ATÉ O GUARDIÃO FOI COBERTO PELAS CORES. ELE OLHOU PARA SUAS MÃOS E PERCEBEU QUE ELAS AGORA BRILHAVAM EM TONS DE PRATA.

“TALVEZ VOCÊ TENHA RAZÃO,” ELE DISSE. “O CINZA TEM SEU LUGAR, MAS ELE NÃO É TUDO.”

COM O REINO RESTAURADO, IRIS AGRADECEU A CLARA E A LEVOU DE VOLTA AO PORTAL. QUANDO CLARA ABRIU OS OLHOS, ESTAVA DE VOLTA À SUA CAMA, COM O COBERTOR MÁGICO COBRINDO-A.

NA MANHÃ SEGUINTE, O QUARTO PARECIA MAIS BRILHANTE DO QUE NUNCA. E, EMBORA ELA SOUBESSE QUE MUITOS PODERIAM ACHAR SUA AVENTURA APENAS UM SONHO, CLARA SABIA A VERDADE: AS CORES MÁGICAS VIVIAM DENTRO DELA E DO COBERTOR, SEMPRE PRONTAS PARA TRAZER LUZ AO MUNDO.