NUM REINO DISTANTE, CERCADO POR FLORESTAS ENCANTADAS E MONTANHAS DOURADAS PELO SOL, VIVIA UMA JOVEM GUERREIRA CHAMADA FELÍCIA. DESDE PEQUENA, FELÍCIA SONHAVA EM PROTEGER SEU POVO E TORNAR-SE A MAIOR GUERREIRA QUE O REINO DE LUARÉLVIA JÁ CONHECERA. ELA TREINAVA INCANSAVELMENTE COM ESPADA E ESCUDO, MESMO QUANDO OS OUTROS DIZIAM QUE BATALHAS NÃO ERAM PARA GAROTAS.

MAS FELÍCIA SABIA QUE SUA CORAGEM ERA MAIOR DO QUE QUALQUER OBSTÁCULO. SEU CORAÇÃO BATIA FORTE PELO DESEJO DE FAZER O BEM E ENFRENTAR O MAL QUE AMEAÇAVA SUA TERRA. E ESSE MOMENTO NÃO DEMOROU A CHEGAR.

NUMA MANHÃ ENEVOADA, UM MENSAGEIRO CHEGOU AO VILAREJO COM NOTÍCIAS TERRÍVEIS: O DRAGÃO SOMBRIO, UMA CRIATURA LENDÁRIA E TEMIDA, HAVIA DESPERTADO DE SEU SÉCULO DE SONO E ESPALHAVA DESTRUIÇÃO PELAS ALDEIAS. NENHUM GUERREIRO OUSAVA ENFRENTÁ-LO, POIS SUAS ESCAMAS ERAM DURAS COMO FERRO E SEU FOGO, MAIS QUENTE QUE O SOL.

FELÍCIA DECIDIU QUE ERA HORA DE AGIR. SABIA QUE COM UMA ESPADA COMUM JAMAIS VENCERIA O DRAGÃO SOMBRIO. LEMBROU-SE, ENTÃO, DE UMA LENDA ANTIGA SOBRE A ESPADA ENCANTADA DE LYSARION, ESCONDIDA NAS PROFUNDEZAS DA FLORESTA DOS SUSSURROS. DIZIAM QUE ESSA ESPADA FORA FORJADA PELAS ESTRELAS E POSSUÍA O PODER DE DERROTAR QUALQUER CRIATURA DAS TREVAS.

SEM HESITAR, FELÍCIA PREPAROU SUA MOCHILA COM PÃO, FRUTAS SECAS E UMA CAPA QUENTE. DESPEDIU-SE DE SUA MÃE COM UM ABRAÇO APERTADO E PARTIU EM BUSCA DA ESPADA.

A FLORESTA DOS SUSSURROS FAZIA JUS AO NOME. AS ÁRVORES SUSSURRAVAM PALAVRAS ANTIGAS COM O VENTO, E SOMBRAS DANÇAVAM ENTRE OS GALHOS. FELÍCIA MANTEVE-SE FIRME, GUIADA PELO BRILHO DE VAGA-LUMES DOURADOS QUE PARECIAM QUERER MOSTRAR O CAMINHO.

DEPOIS DE HORAS DE CAMINHADA, ENCONTROU UMA CLAREIRA ONDE UMA PEDRA GIGANTESCA REPOUSAVA. CRAVADA NELA, RELUZIA A ESPADA ENCANTADA DE LYSARION. SUA LÂMINA BRILHAVA COM UMA LUZ PRATEADA, E RUNAS ANTIGAS ESTAVAM GRAVADAS EM SEU PUNHO.

FELÍCIA APROXIMOU-SE, MAS UMA VOZ GRAVE ECOOU:

— APENAS QUEM POSSUI UM CORAÇÃO PURO PODE EMPUNHAR ESTA ESPADA.

SEM MEDO, FELÍCIA AGARROU O CABO E PUXOU. A ESPADA DESLIZOU SUAVEMENTE DA PEDRA, ILUMINANDO TODA A CLAREIRA. O GUARDIÃO DA ESPADA, UM VELHO MAGO ESCONDIDO SOB UM MANTO AZUL, SURGIU DIANTE DELA.

— PROVE QUE É DIGNA, JOVEM GUERREIRA. A ESPADA RECONHECERÁ SEU VERDADEIRO DONO EM BATALHA.

COM A ESPADA EM MÃOS, FELÍCIA SEGUIU ATÉ A CAVERNA DO DRAGÃO SOMBRIO. O CAMINHO ERA PERIGOSO, COM PENHASCOS ESCORREGADIOS E TEMPESTADES REPENTINAS. MAS NADA A FEZ RECUAR.

DENTRO DA CAVERNA, O DRAGÃO DESPERTOU COM UM RUGIDO QUE FEZ A MONTANHA TREMER. SUAS ESCAMAS NEGRAS REFLETIAM O BRILHO DA ESPADA. FELÍCIA NÃO HESITOU. A CADA GOLPE QUE DAVA, A ESPADA BRILHAVA MAIS FORTE, COMO SE RECONHECESSE A CORAGEM DA GUERREIRA.

NO MOMENTO DECISIVO, QUANDO O DRAGÃO PREPARAVA UMA BAFORADA DE FOGO, FELÍCIA SALTOU E CRAVOU A ESPADA BEM NO CORAÇÃO DA BESTA. UM CLARÃO TOMOU CONTA DA CAVERNA, E O DRAGÃO CAIU DERROTADO.

FELÍCIA RETORNOU AO VILAREJO COMO UMA HEROÍNA. A ESPADA ENCANTADA FOI GUARDADA COM HONRA, E O POVO DE LUARÉLVIA VIVEU EM PAZ POR MUITOS ANOS. E ASSIM, A JOVEM QUE UM DIA SONHOU EM SER GUERREIRA TORNOU-SE UMA LENDA QUE ATRAVESSOU GERAÇÕES.