ERA UMA VEZ, NUMA FLORESTA ENCANTADA, UM LUGAR ONDE O BARULHO ERA MUITO MAIS DO QUE SIMPLES SONS. ALI, CADA SOM TINHA UM SIGNIFICADO, UM PODER ESPECIAL QUE PODIA MUDAR O DESTINO DE QUEM O OUVISSE. PÁSSAROS CANTAVAM MELODIAS QUE CURAVAM, O VENTO SUSSURRAVA SEGREDOS ANTIGOS, E AS FOLHAS SECAS AO CHÃO CONTAVAM HISTÓRIAS DE TEMPOS PASSADOS.

NO CORAÇÃO DESSA FLORESTA VIVIA UMA PEQUENA COELHA CHAMADA NINA. ELA ERA CURIOSA E ADORAVA EXPLORAR CADA CANTINHO DO BOSQUE. CERTA MANHÃ, ENQUANTO SALTITAVA ENTRE AS ÁRVORES, NINA OUVIU UM BARULHO ESTRANHO, DIFERENTE DE TUDO QUE JÁ TINHA OUVIDO. ERA UM SOM SUAVE, COMO UM SUSSURRO MISTURADO COM UMA RISADA. INTRIGADA, ELA DECIDIU SEGUIR O SOM.

QUANTO MAIS SE APROXIMAVA, MAIS O BARULHO PARECIA BRINCAR COM ELA, MUDANDO DE DIREÇÃO E INTENSIDADE. NINA PULAVA POR CIMA DE TRONCOS E SE ENFIAVA ENTRE ARBUSTOS, TENTANDO ENCONTRAR A ORIGEM DAQUELE SOM MISTERIOSO. ATÉ QUE, DE REPENTE, ELA SE DEPAROU COM UMA PEQUENA CLAREIRA ONDE HAVIA UMA PEDRA BRILHANTE. DAQUELA PEDRA EMANAVA O BARULHO ENCANTADOR.

CURIOSA, NINA TOCOU NA PEDRA E, NUM INSTANTE, FOI ENVOLVIDA POR UMA NUVEM DE POEIRA CINTILANTE. QUANDO O PÓ SE DISSIPOU, DIANTE DELA SURGIU UMA CRIATURA PEQUENINA, COM ASAS TRANSPARENTES E BRILHO PRATEADO. ERA ZUZU, O ESPÍRITO DO SOM.

— OLÁ, PEQUENA COELHA! — DISSE ZUZU COM UMA VOZ QUE PARECIA UM SINO DISTANTE. — VOCÊ ENCONTROU A PEDRA DO SOM! AGORA, DEVE ME AJUDAR A PROTEGER OS BARULHOS DA FLORESTA.

NINA FICOU CONFUSA. — PROTEGER OS BARULHOS? MAS POR QUÊ?

ZUZU EXPLICOU QUE UM SER SOMBRIO, CHAMADO SILENÇO, QUERIA ROUBAR TODOS OS SONS DA FLORESTA PARA DEIXÁ-LA QUIETA E SEM VIDA. SEM BARULHOS, A MAGIA DA FLORESTA DESAPARECERIA. SOMENTE ALGUÉM DE CORAÇÃO PURO PODERIA IMPEDIR ISSO.

DETERMINADA A AJUDAR, NINA PERGUNTOU O QUE DEVERIA FAZER. ZUZU CONTOU QUE ERA PRECISO ENCONTRAR TRÊS ECOS MÁGICOS ESCONDIDOS PELA FLORESTA. CADA ECO REPRESENTAVA UM SOM ESSENCIAL: O RISO, A CANÇÃO E O SUSSURRO. JUNTOS, ELES PODERIAM SELAR O PODER DO SILENÇO.

E ASSIM, NINA PARTIU EM SUA JORNADA. PRIMEIRO, BUSCOU O ECO DO RISO, ESCONDIDO NA CAVERNA DOS MORCEGOS BRINCALHÕES. LÁ, PRECISOU CONTAR PIADAS E FAZER CARETAS ATÉ QUE OS MORCEGOS RIRAM TANTO QUE O ECO DO RISO APARECEU EM FORMA DE UMA ESFERA DOURADA.

DEPOIS, ELA SEGUIU PARA O LAGO CANTANTE, ONDE O ECO DA CANÇÃO DORMIA NAS PROFUNDEZAS. COM A AJUDA DE PEIXINHOS MUSICAIS, NINA CANTOU UMA MELODIA DOCE E DESPERTOU O ECO, QUE SURGIU COMO UMA NOTA MUSICAL BRILHANTE.

POR FIM, NINA TEVE QUE ESCALAR A MONTANHA DOS VENTOS PARA ENCONTRAR O ECO DO SUSSURRO. LÁ NO TOPO, O VENTO CONTAVA SEGREDOS ANTIGOS. NINA ESCUTOU ATENTAMENTE E REPETIU UM SEGREDO EM VOZ BAIXA. ASSIM, O ECO DO SUSSURRO SURGIU COMO UMA BRISA PRATEADA.

COM OS TRÊS ECOS EM SUAS PATAS, NINA VOLTOU À CLAREIRA. MAS O SILENÇO JÁ ESTAVA LÁ, UMA SOMBRA GIGANTE QUE SUGAVA TODOS OS SONS AO REDOR. NINA, SEM MEDO, UNIU OS TRÊS ECOS E LIBEROU UMA ONDA DE BARULHOS MÁGICOS. O RISO, A CANÇÃO E O SUSSURRO SE MISTURARAM E ENVOLVERAM O SILENÇO, QUE FOI DISSOLVIDO EM POEIRA.

A FLORESTA VIBROU COM SONS MARAVILHOSOS, E A MAGIA VOLTOU A FLORESCER. ZUZU AGRADECEU A NINA E DISSE QUE ELA SEMPRE SERIA A GUARDIÃ DOS SONS.

DESDE ENTÃO, A FLORESTA ENCANTADA NUNCA MAIS FICOU EM SILÊNCIO, E NINA CONTINUOU A EXPLORAR, AGORA COM OUVIDOS ATENTOS PARA PROTEGER CADA BARULHO MÁGICO.

E ASSIM TERMINA A HISTÓRIA DO SEGREDO DOS SONS ENCANTADOS, ONDE CADA SOM TEM SUA IMPORTÂNCIA E ONDE UMA PEQUENA COELHA ENSINOU QUE ATÉ O MENOR BARULHO PODE FAZER UMA GRANDE DIFERENÇA.