ERA UMA VEZ, EM UM LUGAR MUITO DISTANTE, UM REINO ENCANTADO CHAMADO ALEGRIA. NESSE REINO, AS FLORES CANTAVAM, OS RIOS DANÇAVAM E O VENTO SUSSURRAVA SEGREDOS FELIZES PARA QUEM QUISESSE OUVIR. O CÉU ESTAVA SEMPRE PINTADO COM TONS DOURADOS E ROSADOS, E AS ESTRELAS BRILHAVAM COMO PEQUENOS SORRISOS NO HORIZONTE. A PRINCIPAL REGRA DO REINO DA ALEGRIA ERA SIMPLES: TODOS DEVERIAM ESPALHAR FELICIDADE POR ONDE PASSASSEM.

NO CENTRO DO REINO, HAVIA UM CASTELO FEITO DE CRISTAL RELUZENTE, ONDE VIVIA A RAINHA SERENA E SUA FILHA, A PRINCESA LILA. A PRINCESA ERA CONHECIDA POR SUA RISADA CONTAGIANTE, QUE ECOAVA PELOS CAMPOS E FAZIA ATÉ AS ÁRVORES BALANÇAREM DE ALEGRIA. MAS UM DIA, ALGO ESTRANHO ACONTECEU.

UMA NÉVOA CINZENTA COMEÇOU A COBRIR O REINO DA ALEGRIA. AS FLORES PARARAM DE CANTAR, OS RIOS FICARAM IMÓVEIS, E O VENTO JÁ NÃO CONTAVA SEGREDOS. A PRINCESA LILA PERCEBEU QUE SUA RISADA HAVIA DESAPARECIDO. SEM ELA, A ALEGRIA DO REINO COMEÇOU A ESVANECER.

PREOCUPADA, A RAINHA SERENA CONSULTOU O GRANDE LIVRO DOS ENCANTAMENTOS E DESCOBRIU QUE A ALEGRIA HAVIA SIDO ROUBADA POR UM SER CHAMADO SOMBRIN, UM ESPÍRITO TRISTE QUE MORAVA NA FLORESTA DOS SUSPIROS. DETERMINADA A RECUPERAR A ALEGRIA, LILA PARTIU EM UMA JORNADA, ACOMPANHADA DE SEU MELHOR AMIGO, PIP, UM PASSARINHO DOURADO QUE FALAVA EM VERSOS.

— NÃO TEMAS, PRINCESA! A RIMA GUIA NOSSOS PASSOS, E O RISO CURA NOSSOS CANSAÇOS! — CANTOU PIP.

LILA E PIP ENFRENTARAM MUITOS DESAFIOS. PRIMEIRO, CRUZARAM O RIO DO SILÊNCIO, ONDE SÓ PODIAM PASSAR QUEM SOUBESSE CONTAR UMA HISTÓRIA ALEGRE. LILA LEMBROU-SE DE QUANDO PLANTOU UMA ÁRVORE DE DOCES COM SEU PAI E CONTOU ESSA HISTÓRIA. O RIO, ENCANTADO COM A LEMBRANÇA, ABRIU CAMINHO.

DEPOIS, ENFRENTARAM AS SOMBRAS DO MEDO, CRIATURAS QUE SUSSURRAVAM PALAVRAS TRISTES. PIP, COM SUAS RIMAS ENGRAÇADAS, AFASTOU AS SOMBRAS, FAZENDO-AS RIR ATÉ DESAPARECEREM.

POR FIM, CHEGARAM À FLORESTA DOS SUSPIROS, ONDE ENCONTRARAM SOMBRIN, UM SER ENCAPUZADO COM OLHOS TRISTES.

— POR QUE ROUBASTE A ALEGRIA? — PERGUNTOU LILA.

SOMBRIN SUSPIROU PROFUNDAMENTE.

— EU NUNCA SOUBE O QUE É ALEGRIA. ACHEI QUE, SE A POSSUÍSSE, ENTENDERIA...

COMPREENSIVA, LILA TIROU DE SUA BOLSA UMA PEQUENA MÚSICA EMBALADA EM VIDRO, UM PRESENTE DE SEU PAI. AO ABRIR O FRASCO, UMA MELODIA SUAVE PREENCHEU O AR. SOMBRIN SENTIU ALGO DIFERENTE: UMA LEVEZA, UM CALOR. PELA PRIMEIRA VEZ, UM SORRISO TÍMIDO SURGIU EM SEU ROSTO.

— A ALEGRIA NÃO SE GUARDA, SOMBRIN. ELA SE COMPARTILHA.

EMOCIONADO, SOMBRIN DEVOLVEU A ALEGRIA AO REINO. A NÉVOA DESAPARECEU, AS FLORES VOLTARAM A CANTAR, OS RIOS DANÇARAM E O VENTO VOLTOU A SUSSURRAR SEGREDOS FELIZES. A RISADA DE LILA ECOOU MAIS FORTE DO QUE NUNCA.

SOMBRIN TORNOU-SE AMIGO DO REINO, APRENDENDO A ESPALHAR FELICIDADE. E ASSIM, O REINO DA ALEGRIA BRILHOU AINDA MAIS, PORQUE AGORA TODOS SABIAM QUE, MESMO NOS CORAÇÕES MAIS TRISTES, SEMPRE HÁ ESPAÇO PARA UM SORRISO.