ERA UMA VEZ UMA PEQUENA ALDEIA CHAMADA VILA DO SOL, CERCADA POR MONTANHAS COBERTAS DE NEVE E CAMPOS VERDES QUE DANÇAVAM COM O VENTO. NESSA ALDEIA, VIVIA UMA MENINA CHAMADA LUNA, CONHECIDA POR SUA CURIOSIDADE SEM FIM E PELOS SONHOS DE VIAJAR PARA LUGARES DISTANTES.

CERTA NOITE, ENQUANTO OBSERVAVA AS ESTRELAS DA JANELA DO SEU QUARTO, LUNA SENTIU UM LEVE TREMOR VINDO DO CHÃO. O COPO D'ÁGUA EM SUA CABECEIRA BALANÇOU SUAVEMENTE. ELA CORREU ATÉ A SALA PARA CONTAR AOS PAIS, MAS ELES NÃO SENTIRAM NADA E DISSERAM QUE DEVIA SER IMAGINAÇÃO DELA. LUNA, PORÉM, SABIA QUE ALGO ESTAVA DIFERENTE.

NA MANHÃ SEGUINTE, ENQUANTO CAMINHAVA PELA FLORESTA, LUNA ENCONTROU UMA FENDA BRILHANTE ENTRE AS ÁRVORES. CURIOSA, APROXIMOU-SE E PERCEBEU QUE DALI VINHA UM BRILHO DOURADO. SEM PENSAR DUAS VEZES, ENTROU NA FENDA E SENTIU UM NOVO TREMOR SOB SEUS PÉS. DE REPENTE, LUNA FOI ENVOLVIDA POR UMA LUZ CINTILANTE E, QUANDO ABRIU OS OLHOS, ESTAVA DIANTE DE UMA ESTAÇÃO DE TREM ANTIGA, MAS TODA DOURADA E RELUZENTE.

UM SENHOR DE BARBA BRANCA E CHAPÉU ALTO APROXIMOU-SE. — BEM-VINDA, JOVEM VIAJANTE! EU SOU O SENHOR TEMPO, CONDUTOR DO EXPRESSO DOS SONHOS. ESTE TREM LEVA APENAS AQUELES COM CORAÇÃO AVENTUREIRO. PARA ONDE DESEJA IR?

LUNA PENSOU POR UM MOMENTO E RESPONDEU: — QUERO DESCOBRIR O QUE CAUSOU AQUELE TREMOR ESTRANHO!

O SENHOR TEMPO SORRIU E DISSE: — ENTÃO SUA VIAGEM SERÁ ATÉ O REINO ESQUECIDO. SUBA A BORDO!

O TREM COMEÇOU A SE MOVER SUAVEMENTE, MAS LOGO GANHOU VELOCIDADE, ATRAVESSANDO FLORESTAS ENCANTADAS, RIOS DE CRISTAL E MONTANHAS FLUTUANTES. CADA VAGÃO ERA REPLETO DE CRIATURAS MÁGICAS: FADAS LENDO LIVROS, DUENDES JOGANDO XADREZ E GATOS FALANTES QUE CONTAVAM HISTÓRIAS.

DEPOIS DE ALGUM TEMPO, O TREM PAROU DIANTE DE UM CASTELO COBERTO POR VIDEIRAS PRATEADAS. LUNA DESCEU E ENCONTROU UMA PEQUENA CRIATURA, METADE COELHO, METADE CORUJA.

— OLÁ! EU SOU CORUNHO! O REINO ESQUECIDO ESTÁ EM PERIGO! UM ANTIGO GUARDIÃO, O GIGANTE TREMOR, ACORDOU DE SEU SONO PROFUNDO E ESTÁ DESESTABILIZANDO NOSSO MUNDO.

LUNA FICOU INTRIGADA. — COMO POSSO AJUDAR?

CORUNHO EXPLICOU QUE O GIGANTE TREMOR NÃO ERA MAU, MAS ESTAVA CONFUSO PORQUE HAVIA PERDIDO SEU AMULETO DE SERENIDADE, UM CRISTAL QUE MANTINHA SEU CORAÇÃO CALMO. SEM ELE, SEUS PASSOS CAUSAVAM TREMORES QUE PODIAM DESTRUIR O REINO ESQUECIDO E CHEGAR À VILA DO SOL.

DETERMINADA A AJUDAR, LUNA PARTIU COM CORUNHO POR VALES ENEVOADOS E CAVERNAS BRILHANTES ATÉ A MONTANHA DO ECO, ONDE O CRISTAL FORA PERDIDO. NO CAMINHO, ENFRENTARAM DESAFIOS COMO ENIGMAS DAS ÁRVORES FALANTES E PONTES DE NUVENS QUE DESAPARECIAM COM O MEDO.

AO CHEGAR AO TOPO, ENCONTRARAM O CRISTAL PRESO EM UM ESPELHO GIGANTE. PARA LIBERTÁ-LO, LUNA TEVE QUE ENFRENTAR SEUS MEDOS REFLETIDOS. AO ACEITAR SUAS INSEGURANÇAS, O ESPELHO SE QUEBROU E O CRISTAL FICOU LIVRE.

COM O AMULETO EM MÃOS, LUNA E CORUNHO RETORNARAM AO GIGANTE TREMOR. AO TOCAR O CRISTAL, O GIGANTE ACALMOU-SE, E OS TREMORES CESSARAM. ELE AGRADECEU COM UM SORRISO E PROMETEU PROTEGER O REINO ESQUECIDO.

O SENHOR TEMPO REAPARECEU COM O EXPRESSO DOS SONHOS PARA LEVAR LUNA DE VOLTA. ANTES DE PARTIR, CORUNHO ENTREGOU-LHE UM PEQUENO PINGENTE DE CRISTAL. — PARA LEMBRAR-SE DE QUE A CORAGEM SEMPRE BRILHA NOS CORAÇÕES PUROS.

LUNA VOLTOU À VILA DO SOL E, EMBORA NADA PARECESSE DIFERENTE, SABIA QUE SUA AVENTURA HAVIA MUDADO TUDO DENTRO DELA. E SEMPRE QUE O VENTO SOPRAVA SUAVEMENTE, ELA SENTIA UM LEVE TREMOR, COMO UM LEMBRETE DE QUE O REINO ESQUECIDO ESTAVA SEGURO.

E ASSIM, LUNA CONTINUOU A SONHAR COM NOVAS VIAGENS, POIS SABIA QUE, ONDE HOUVESSE UM TREMOR DE AVENTURA, ELA ESTARIA PRONTA PARA PARTIR.