SOFIA ERA UMA MENINA CURIOSA DE 8 ANOS QUE ADORAVA HISTÓRIAS DE CASTELOS, FANTASMAS E MISTÉRIOS. QUANDO SUA AVÓ CLARA A CONVIDOU PARA PASSAR AS FÉRIAS EM UM VELHO CASTELO DA FAMÍLIA, ELA FICOU TÃO ANIMADA QUE MAL CONSEGUIU DORMIR NA NOITE ANTERIOR À VIAGEM.

O CASTELO DAS BRUMAS ERA TUDO O QUE SOFIA HAVIA IMAGINADO: TORRES ALTAS, CORREDORES INTERMINÁVEIS E, CLARO, UMA AURA MISTERIOSA. A AVÓ CLARA, COM SEU JEITO AVENTUREIRO, PROMETEU QUE AQUELAS FÉRIAS SERIAM INESQUECÍVEIS.

— MAS CUIDADO COM AS PORTAS PINTADAS DE DOURADO! — DISSE O ZELADOR DO CASTELO, O SR. AMBRÓSIO, COM UM SORRISO ENIGMÁTICO.
— POR QUÊ? — PERGUNTOU SOFIA.
— AH, DIZEM QUE ESCONDEM SEGREDOS ANTIGOS..., MAS É SÓ LENDA, CLARO. — ELE PISCOU, DEIXANDO SOFIA AINDA MAIS INTRIGADA.

NAQUELA MESMA NOITE, SOFIA OUVIU SUSSURROS VINDOS DE UM CORREDOR ESCURO. CORAJOSA, PEGOU SUA LANTERNA E, JUNTO COM A AVÓ, SEGUIU OS SONS. OS DOIS CAMINHARAM ATÉ UMA PORTA ANTIGA COM UMA MAÇANETA ENFERRUJADA. QUANDO A ABRIRAM, DERAM DE CARA COM... NADA! OU PELO MENOS FOI O QUE ACHARAM NO INÍCIO.

DE REPENTE, UMA VOZ ECOOU:
— QUEM OUSA INVADIR O CLUBE DOS INVISÍVEIS?

SOFIA E CLARA LEVARAM UM SUSTO! NO CENTRO DA SALA, VÁRIAS FIGURAS TRANSPARENTES COMEÇARAM A APARECER: UM CAVALHEIRO SEM CABEÇA, UMA DAMA ELEGANTE FLUTUANDO E ATÉ UM PEQUENO FANTASMA COM UM CHAPÉU ENGRAÇADO.

— NÓS SOMOS O CLUBE DOS INVISÍVEIS! SOMOS OS FANTASMAS DO CASTELO, E ESTE É O NOSSO ESCONDERIJO. — A DAMA SE APRESENTOU. — MAS VOCÊS NÃO DEVERIAM ESTAR AQUI.

SOFIA, FASCINADA, RESPONDEU:
— DESCULPEM, NÃO SABÍAMOS. MAS O QUE VOCÊS FAZEM NESSE CLUBE?
— RESOLVEMOS MISTÉRIOS DO CASTELO. — RESPONDEU O CAVALEIRO, AJUSTANDO SUA CABEÇA. — E ESTAMOS LIDANDO COM UM GRANDE ENIGMA AGORA: A PORTA DOURADA.

CLARA E SOFIA TROCARAM OLHARES CURIOSOS.
— O QUE TEM DE TÃO ESPECIAL NESSA PORTA? — PERGUNTOU CLARA.
— ELA APARECE E DESAPARECE. E DIZEM QUE GUARDA UM SEGREDO PERDIDO HÁ SÉCULOS. — EXPLICOU O FANTASMA DE CHAPÉU ENGRAÇADO.

OS FANTASMAS PEDIRAM AJUDA. AFINAL, HUMANOS PODERIAM VER COISAS QUE ELES NÃO CONSEGUIAM. SOFIA ACEITOU IMEDIATAMENTE, E A AVÓ, UM POUCO HESITANTE, CONCORDOU. O PLANO ERA SEGUIR PISTAS ESPALHADAS PELO CASTELO.

ENQUANTO EXPLORAVAM OS CORREDORES DO CASTELO, SOFIA E CLARA PRECISARAM CORRER VÁRIAS VEZES PARA ESCAPAR DE ARMADILHAS ANTIGAS QUE PARECIAM ATIVAR SOZINHAS: UM LUSTRE CAIU DO NADA, TAPETES SE ENROLARAM, E PORTAS SE TRANCARAM ATRÁS DELAS. TUDO PARECIA QUERER IMPEDIR QUE CHEGASSEM À PORTA DOURADA.

— NÃO DESISTA, SOFIA! — GRITOU CLARA, PUXANDO A NETA PELA MÃO QUANDO UM VENTO GELADO SOPROU NO CORREDOR.

FINALMENTE, EM UMA SALA ESCONDIDA ATRÁS DE UMA ESTANTE DE LIVROS, ENCONTRARAM A PORTA DOURADA. ELA BRILHAVA INTENSAMENTE, COMO SE ESTIVESSE VIVA.

— A CHAVE! PRECISAMOS DE UMA CHAVE! — DISSE O PEQUENO FANTASMA.
— OU TALVEZ... DE CORAGEM. — COMPLETOU SOFIA, COLOCANDO A MÃO NA PORTA.

QUANDO A MENINA TOCOU NA MADEIRA DOURADA, ELA COMEÇOU A BRILHAR AINDA MAIS, ATÉ QUE SE ABRIU LENTAMENTE. LÁ DENTRO, NÃO HAVIA OURO OU JOIAS, MAS UM VELHO BAÚ COM CARTAS, FOTOS E BRINQUEDOS.

— O QUE É ISSO? — PERGUNTOU SOFIA.
— É O TESOURO DA FAMÍLIA. — DISSE A DAMA FANTASMA, EMOCIONADA. — PERTENCE AOS FILHOS E NETOS QUE VIVERAM AQUI ANTES DE NÓS.

SOFIA E CLARA PERCEBERAM QUE O SEGREDO DA PORTA DOURADA NÃO ERA UM TESOURO DE RIQUEZA, MAS DE MEMÓRIAS E AMOR. O CLUBE DOS INVISÍVEIS AGRADECEU POR SUA AJUDA E PROMETEU QUE, DALI EM DIANTE, O CASTELO SERIA UM LUGAR AINDA MAIS ESPECIAL.