Contos doTio-Avô
Saulo Piva Romero
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ERA UMA VEZ, EM UMA VASTA FLORESTA COBERTA DE NEVE, ONDE AS RENAS SALTITAVAM LIVRES E FELIZES, VIVIA UMA PEQUENA ÁRVORE DE NATAL. ELA ERA TÃO JOVEM QUE MAL TINHA GALHOS FORTES O SUFICIENTE PARA SUSTENTAR FLOCOS DE NEVE. ENQUANTO AS OUTRAS ÁRVORES CRESCIAM ALTAS E MAJESTOSAS, A PEQUENA ÁRVORE SE SENTIA INSIGNIFICANTE.

— NUNCA SEREI UMA ÁRVORE GRANDE E ESPECIAL — SUSPIRAVA ELA.

TODA MANHÃ, A FLORESTA DESPERTAVA COM RISOS DAS RENAS E O SUSSURRO DAS ÁRVORES MAIS VELHAS. MAS UM DIA, ALGO ESTRANHO ACONTECEU. UM CAÇADOR ENTROU NA FLORESTA, SEGURANDO UM ARCO E CARREGANDO UM SACO. ELE ERA UM HOMEM SÉRIO, COM OLHOS DUROS, QUE PROCURAVA A MAIOR RENA PARA CAÇAR.

AS RENAS FICARAM APAVORADAS. ELAS SABIAM QUE PRECISAVAM FUGIR, MAS A NEVE ESTAVA ALTA, E SEUS RASTROS ERAM FÁCEIS DE SEGUIR. A PEQUENA ÁRVORE VIU TUDO E FICOU ANGUSTIADA. ELA QUERIA AJUDAR, MAS ERA TÃO PEQUENA!

NAQUELA NOITE, ENQUANTO A FLORESTA MERGULHAVA NO SILÊNCIO, A PEQUENA ÁRVORE TEVE UMA IDEIA.

— EU POSSO ESCONDER AS RENAS! — PENSOU ELA.

ASSIM, ELA CHAMOU AS RENAS PARA PERTO.

— VENHAM AQUI! JUNTEM-SE AO MEU REDOR! EU SEI QUE SOU PEQUENA, MAS MEUS GALHOS PODEM COBRIR SEUS RASTROS.

AS RENAS HESITARAM.

— VOCÊ É TÃO FRÁGIL, PEQUENA ÁRVORE... E SE O CAÇADOR TE MACHUCAR? — PERGUNTOU RONY, UMA DAS RENAS MAIS VELHAS.

— NÃO IMPORTA. QUERO PROTEGÊ-LOS. O NATAL É SOBRE CUIDAR UNS DOS OUTROS, NÃO É?

COMOVIDAS PELA CORAGEM DA PEQUENA ÁRVORE, AS RENAS SE JUNTARAM AO SEU REDOR. A ÁRVORE USOU SEUS GALHOS PARA ESCONDER OS RASTROS NA NEVE, ENQUANTO O VENTO ESPALHAVA FOLHAS SECAS E APAGAVA OS SINAIS. QUANDO O CAÇADOR VOLTOU NO DIA SEGUINTE, ELE NÃO ENCONTROU NENHUM INDÍCIO DAS RENAS. FRUSTRADO, ELE DEIXOU A FLORESTA.

AS RENAS ESTAVAM SALVAS! MAS A PEQUENA ÁRVORE, AGORA COBERTA DE NEVE E UM POUCO MACHUCADA PELO ESFORÇO, PARECIA AINDA MENOR. AS RENAS, NO ENTANTO, DECIDIRAM RETRIBUIR SUA CORAGEM.

NA VÉSPERA DE NATAL, ELAS BUSCARAM FRUTOS VERMELHOS, PINHAS BRILHANTES E ATÉ PEDAÇOS DE ESTRELAS QUE ENCONTRARAM NO CÉU CLARO. DECORARAM A PEQUENA ÁRVORE COM TANTO CARINHO QUE ELA SE TORNOU A MAIS LINDA DA FLORESTA.

QUANDO O SOL NASCEU NO DIA DE NATAL, A LUZ REFLETIU EM SEUS GALHOS, E TODAS AS ÁRVORES MAIORES OLHARAM PARA ELA COM ADMIRAÇÃO.

— VEJA SÓ, COMO VOCÊ ESTÁ LINDA! — DISSERAM.

A PEQUENA ÁRVORE FINALMENTE ENTENDEU QUE NÃO ERA O TAMANHO QUE IMPORTAVA, MAS SIM O CORAÇÃO. ELA HAVIA SE TORNADO UMA VERDADEIRA ÁRVORE DE NATAL: SÍMBOLO DE CORAGEM, BONDADE E AMOR.

E ASSIM, A PEQUENA ÁRVORE E AS RENAS VIVERAM FELIZES, CELEBRANDO MUITOS NATAIS JUNTOS, PROTEGIDOS NA SEGURANÇA DA FLORESTA.

 

Saulo Piva Romero
Enviado por Saulo Piva Romero em 06/12/2024
Alterado em 06/12/2024
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