ERA UMA VEZ UMA MENINA CHAMADA CATARINA, QUE VIVIA EM UMA PEQUENA VILA CERCADA POR MONTANHAS VERDES E CAMPOS CHEIOS DE FLORES COLORIDAS. CATARINA ERA CURIOSA E SONHADORA; ADORAVA CORRER PELO CAMPO E OBSERVAR AS BORBOLETAS DANÇANDO AO VENTO. ELA ACHAVA QUE AS BORBOLETAS ERAM MÁGICAS, TÃO LEVES E LIVRES, COMO SE ESTIVESSEM SEMPRE BRINCANDO COM A BRISA.
CERTO DIA, ENQUANTO ESTAVA SENTADA SOB UMA ÁRVORE FRONDOSA, CATARINA VIU UMA BORBOLETA DOURADA POUSAR DELICADAMENTE EM UMA FLOR VERMELHA. O VENTO SOPRAVA SUAVE, MAS FORTE O SUFICIENTE PARA BALANÇAR A FLOR. CATARINA OUVIU UM SUSSURRO, COMO SE O VENTO FALASSE.
— SEGURA-TE, BORBOLETA, NA PÉTALA DA FLOR.
CATARINA ARREGALOU OS OLHOS. SERÁ QUE O VENTO PODIA FALAR? OU SERIA A FLOR? OU TALVEZ... A PRÓPRIA BORBOLETA?
CURIOSA, APROXIMOU-SE DEVAGAR E, PARA SUA SURPRESA, A BORBOLETA COMEÇOU A FALAR.
— OLÁ, CATARINA. EU SOU LILA, A BORBOLETA. VOCÊ JÁ PAROU PARA PENSAR COMO É O MUNDO VISTO DE ASAS TÃO PEQUENAS?
— VOCÊ PODE FALAR? — PERGUNTOU CATARINA, SURPRESA, MAS NÃO COM MEDO.
— CLARO QUE POSSO! E VOCÊ TAMBÉM PODE OUVIR, SE ABRIR SEU CORAÇÃO.
CATARINA SE SENTOU PERTO DA FLOR E OUVIU LILA CONTAR SOBRE SUA VIDA. ELA FALOU DE COMO COMEÇOU COMO UMA LAGARTA PEQUENA E DESAJEITADA, E COMO PRECISOU ENFRENTAR UM TEMPO DE ESCURIDÃO NO CASULO.
— FOI ASSUSTADOR, CATARINA. MAS EU SABIA QUE, PARA SER LIVRE, PRECISAVA TER CORAGEM E MUDAR. A TRANSFORMAÇÃO É DIFÍCIL, MAS É O ÚNICO CAMINHO PARA VOAR.
CATARINA PENSOU NAQUILO. ÀS VEZES, ELA SE SENTIA COMO UMA LAGARTA — PEQUENA, PRESA NOS SEUS MEDOS E DÚVIDAS. ELA QUERIA SER TÃO CORAJOSA QUANTO LILA.
ENTÃO A FLOR, QUE ATÉ ENTÃO ESTAVA QUIETA, ENTROU NA CONVERSA:
— SABEM, O VENTO ME BALANÇA TODOS OS DIAS, MAS EU NÃO TENHO MEDO. MINHAS RAÍZES SÃO FORTES, E EU SEI QUE ESTOU AQUI PARA OFERECER APOIO. AS BORBOLETAS VÊM ATÉ MIM PARA DESCANSAR, E ISSO ME ENCHE DE ALEGRIA. TODOS NÓS ENFRENTAMOS DESAFIOS, MAS É IMPORTANTE SABER ONDE ENCONTRAR FORÇA.
CATARINA SORRIU E OLHOU PARA A BORBOLETA E PARA A FLOR. PERCEBEU QUE ELAS ESTAVAM LHE ENSINANDO ALGO PRECIOSO: A BORBOLETA MOSTROU QUE MUDAR PODE SER ASSUSTADOR, MAS NECESSÁRIO PARA CRESCER; E A FLOR, QUE MESMO SENDO FRÁGIL, ERA FORTE PORQUE SABIA ONDE ESTAVA FIRMADA.
NAQUELE DIA, CATARINA DECIDIU QUE ENFRENTARIA SEUS PRÓPRIOS MEDOS E DÚVIDAS, ASSIM COMO A BORBOLETA ENFRENTOU O CASULO. ELA SABIA QUE TERIA DIAS DIFÍCEIS, MAS TAMBÉM SABIA QUE SEMPRE PODERIA ENCONTRAR APOIO NAS COISAS SIMPLES E BELAS DA VIDA — COMO A FLOR ENCONTRA SUA FORÇA NA TERRA.
QUANDO O SOL COMEÇOU A SE PÔR, LILA ABRIU SUAS ASAS E VOOU AO VENTO, GRITANDO:
— LEMBRE-SE, CATARINA: TER CORAGEM É COMO SEGURAR-SE NA PÉTALA DE UMA FLOR ENQUANTO O VENTO SOPRA. UM DIA, VOCÊ TAMBÉM VOARÁ!
E ASSIM, CATARINA VOLTOU PARA CASA COM O CORAÇÃO LEVE E CHEIO DE SONHOS, PRONTA PARA SUA PRÓPRIA METAMORFOSE.