ERA UMA VEZ, NA AUSTRÁLIA, UM CANGURU CHAMADO KIKO. ELE ERA CURIOSO, ALEGRE E MUITO SALTITANTE, SEMPRE À PROCURA DE NOVAS AVENTURAS. CERTO DIA, ENQUANTO PASSEAVA PELAS REDONDEZAS DE UM PORTO, KIKO AVISTOU UM GRANDE NAVIO ATRACADO. AS VELAS BALANÇAVAM AO VENTO E A TRIPULAÇÃO CORRIA DE UM LADO PARA O OUTRO, PREPARANDO-SE PARA ZARPAR.
SEM PENSAR DUAS VEZES, KIKO PULOU PARA DENTRO DO NAVIO, SÓ PARA DAR UMA ESPIADINHA. "VOU SÓ OLHAR E DEPOIS VOLTO PARA CASA", PENSOU. O PROBLEMA É QUE KIKO ERA MUITO CURIOSO E LOGO COMEÇOU A EXPLORAR TODOS OS CANTINHOS DO NAVIO: A CABINE DO CAPITÃO, O CONVÉS E ATÉ O PORÃO ONDE GUARDAVAM AS PROVISÕES. ELE ESTAVA TÃO ENCANTADO QUE NEM PERCEBEU O TEMPO PASSAR. QUANDO DEU POR SI, O NAVIO JÁ ESTAVA NO MEIO DO OCEANO!
KIKO ENTROU EM PÂNICO. "OH, NÃO! EU ENTREI DE GAIATO NESSE NAVIO!", PENSOU ELE, DESESPERADO. "O QUE EU FAÇO AGORA?" ELE CORREU PARA O CONVÉS, TENTANDO DESCOBRIR UMA FORMA DE VOLTAR PARA CASA, MAS O MAR ERA IMENSO E NÃO HAVIA COMO NADAR DE VOLTA. ESTAVA PRESO NAQUELA AVENTURA INESPERADA.
O CAPITÃO DO NAVIO, UM SENHOR BARBUDO E CARRANCUDO CHAMADO CAPITÃO FERRUGEM, LOGO NOTOU A PRESENÇA DO CANGURU. "O QUE UM CANGURU ESTÁ FAZENDO A BORDO DO MEU NAVIO?", ELE RESMUNGOU, CRUZANDO OS BRAÇOS. "AQUI NÃO É LUGAR PARA SALTITANTES! VOCÊ ENTROU PELO CANO, MEU AMIGO!"
KIKO TENTOU EXPLICAR QUE TINHA ENTRADO SEM QUERER E QUE NÃO SABIA COMO SAIR DALI, MAS O CAPITÃO FERRUGEM NÃO QUERIA OUVIR DESCULPAS. "AGORA QUE ESTÁ A BORDO, TERÁ QUE TRABALHAR COMO OS OUTROS MARINHEIROS. NINGUÉM AQUI É PASSAGEIRO, TODO MUNDO AJUDA!"
E FOI ASSIM QUE KIKO, O CANGURU, VIROU MARINHEIRO. ELE TEVE QUE APRENDER A PUXAR AS CORDAS DAS VELAS, LIMPAR O CONVÉS E ATÉ AJUDAR NA COZINHA DO NAVIO. SÓ QUE HAVIA UM PROBLEMA: COMO CANGURU, ELE ERA UM COMPLETO DESAJEITADO! AO INVÉS DE SUBIR NAS CORDAS, ELE CAÍA; QUANDO TENTAVA CARREGAR OS BALDES, TROPEÇAVA COM SUAS LONGAS PATAS; E NA COZINHA, FEZ UMA BAGUNÇA TÃO GRANDE QUE O COZINHEIRO QUASE O EXPULSOU DE LÁ.
"VOCÊ NÃO NASCEU PARA SER MARINHEIRO, KIKO", DIZIAM OS TRIPULANTES RINDO. "PARECE QUE VOCÊ ENTROU PELO CANO!"
KIKO FICAVA CADA VEZ MAIS TRISTE E ARREPENDIDO POR SUA CURIOSIDADE. ELE QUERIA VOLTAR PARA A AUSTRÁLIA, PARA OS CAMPOS VERDES E PARA SUAS AVENTURAS EM TERRA FIRME. NO ENTANTO, A VIAGEM PARECIA INTERMINÁVEL E KIKO NÃO VIA FIM PARA SEU TRABALHO NO NAVIO.
ATÉ QUE, NUMA NOITE DE TEMPESTADE, ALGO INESPERADO ACONTECEU. O NAVIO BALANÇAVA DE UM LADO PARA O OUTRO COM A FORÇA DAS ONDAS, E O VENTO SOPRAVA COM VIOLÊNCIA. DE REPENTE, UMA DAS VELAS SE RASGOU E O MASTRO COMEÇOU A CAIR. A TRIPULAÇÃO ENTROU EM PÂNICO.
KIKO, COM SEUS GRANDES SALTOS, FOI O ÚNICO CAPAZ DE PULAR RAPIDAMENTE ATÉ O MASTRO E SEGURAR AS CORDAS SOLTAS ANTES QUE O MASTRO QUEBRASSE COMPLETAMENTE. ELE USOU TODA SUA FORÇA E AGILIDADE PARA MANTER TUDO NO LUGAR ATÉ QUE OS OUTROS MARINHEIROS CONSEGUISSEM CONSERTAR A SITUAÇÃO.
QUANDO A TEMPESTADE PASSOU, TODOS NO NAVIO OLHARAM PARA KIKO COM ADMIRAÇÃO. "VOCÊ SALVOU O NAVIO!", GRITOU O CAPITÃO FERRUGEM, SURPRESO. "ACHO QUE VOCÊ TEM MAIS DE MARINHEIRO DO QUE A GENTE PENSAVA, CANGURU!"
KIKO FICOU ORGULHOSO, MAS AINDA ASSIM, SENTIA SAUDADES DE CASA. DEPOIS DE MUITAS SEMANAS NAVEGANDO, O NAVIO FINALMENTE VOLTOU AO PORTO, E KIKO PÔDE SALTAR DE VOLTA À TERRA FIRME. ELE APRENDEU UMA GRANDE LIÇÃO: A CURIOSIDADE PODE LEVAR A AVENTURAS INESPERADAS, MAS TAMBÉM A MUITOS DESAFIOS. E, EMBORA TENHA DADO TUDO CERTO NO FINAL, KIKO NUNCA MAIS QUIS SABER DE ENTRAR DE GAIATO EM NAVIO ALGUM.
DE VOLTA À SUA CASA, ELE CONTAVA SUAS AVENTURAS A TODOS OS ANIMAIS DA FLORESTA, QUE FICAVAM ENCANTADOS E RIAM COM A HISTÓRIA DO "CANGURU MARINHEIRO". MAS KIKO, SEMPRE COM UM SORRISO, CONCLUÍA: "ENTRAR PELO CANO UMA VEZ É MAIS DO QUE SUFICIENTE!"
E ASSIM, KIKO VOLTOU À SUA VIDA DE CANGURU FELIZ E SALTITANTE, MAS AGORA COM MUITAS HISTÓRIAS PARA CONTAR.