Contos doTio-Avô
Saulo Piva Romero
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ERA UMA VEZ, NUMA FLORESTA ENCANTADA, UM COELHO CHAMADO ONOFRE. ONOFRE ERA UM COELHINHO MUITO CURIOSO E ADORAVA EXPLORAR OS MISTÉRIOS DA NOITE. DIFERENTE DOS OUTROS COELHOS, QUE PREFERIAM DORMIR ASSIM QUE O SOL SE PUNHA, ONOFRE ESPERAVA ANSIOSO PELO CAIR DA NOITE. HAVIA ALGO DE ESPECIAL NA ESCURIDÃO ILUMINADA PELAS ESTRELAS E, PRINCIPALMENTE, PELOS PEQUENOS VAGALUMES QUE PISCAVAM COMO MINÚSCULAS LANTERNAS.

 

ONOFRE TINHA UM PASSATEMPO DIFERENTE DE TODOS OS OUTROS ANIMAIS DA FLORESTA: ELE GOSTAVA DE CAÇAR VAGALUMES. MAS CALMA, ELE NÃO OS MACHUCAVA! ELE APENAS ADORAVA CORRER ATRÁS DELES COM SUA REDINHA MÁGICA, CAPTURÁ-LOS POR UM TEMPINHO E, EM SEGUIDA, SOLTÁ-LOS DE VOLTA NO AR, ENQUANTO RIA E SE DIVERTIA VENDO AS LUZES PISCANDO AO SEU REDOR.

 

TODAS AS NOITES, ONOFRE PEGAVA SUA REDINHA, QUE ELE MESMO HAVIA FEITO COM UMA TEIA DE ARANHA QUE ENCONTROU NO CAMINHO, E SAÍA À PROCURA DAS LUZINHAS DANÇANTES NO CÉU ESCURO. SEUS OLHOS BRILHAVAM DE ALEGRIA AO VER OS VAGALUMES VOANDO LIVRES ENTRE AS ÁRVORES, E ELE OS CHAMAVA CARINHOSAMENTE: “MEUS PEQUENINOS AMIGOS LUMINOSOS.”

 

CERTO DIA, ENQUANTO SE PREPARAVA PARA SUA AVENTURA NOTURNA, O SÁBIO CORVO, QUE MORAVA NO TOPO DE UMA ÁRVORE, CHAMOU ONOFRE.

 

— ONOFRE, MEU AMIGO, POR QUE VOCÊ CAÇA OS VAGALUMES TODAS AS NOITES? — PERGUNTOU O CORVO, COM SUA VOZ GRAVE, PORÉM GENTIL. — NÃO ACHA QUE ELES PREFERIRIAM FICAR LIVRES, VOANDO PELA FLORESTA SEM SEREM CAPTURADOS?

 

ONOFRE, QUE NUNCA HAVIA PENSADO NISSO, COÇOU SUAS LONGAS ORELHAS.

 

— EU NUNCA QUIS PRENDÊ-LOS PARA SEMPRE, SENHOR CORVO — RESPONDEU O COELHO. — EU SÓ GOSTO DE VÊ-LOS DE PERTO, SÃO TÃO BONITOS E LUMINOSOS... DEPOIS, SEMPRE OS LIBERO PARA QUE VOLTEM A BRILHAR NO CÉU!

 

O CORVO SORRIU, ENTENDENDO A BONDADE NO CORAÇÃO DE ONOFRE, MAS CONTINUOU:

 

— OS VAGALUMES BRILHAM MAIS QUANDO ESTÃO LIVRES, SABIA? TALVEZ, EM VEZ DE CAÇÁ-LOS COM SUA REDINHA, VOCÊ POSSA ADMIRÁ-LOS ENQUANTO VOAM JUNTOS.

 

ONOFRE FICOU PENSATIVO. ELE AMAVA OS VAGALUMES E NUNCA QUIS FAZÊ-LOS SENTIR MEDO. NAQUELA NOITE, RESOLVEU TENTAR ALGO DIFERENTE. AO INVÉS DE USAR SUA REDINHA, ONOFRE SENTOU-SE À BEIRA DE UM PEQUENO RIACHO E OBSERVOU. COM OS OLHOS BEM ABERTOS, VIU OS VAGALUMES DANÇANDO PELO AR, SUAS LUZES PISCANDO COMO ESTRELAS VIVAS. A BRISA SUAVE DA NOITE ACARICIAVA SUAS ORELHAS, E ONOFRE SE SENTIU FELIZ SÓ DE ESTAR ALI, APRECIANDO A BELEZA DA NATUREZA AO SEU REDOR.

 

E FOI NESSE MOMENTO QUE ALGO MÁGICO ACONTECEU. OS VAGALUMES, PERCEBENDO QUE ONOFRE NÃO TENTAVA MAIS PEGÁ-LOS, COMEÇARAM A VOAR AO REDOR DELE. UM A UM, POUSARAM EM SUAS ORELHAS, SEU NARIZ E ATÉ NA SUA REDINHA, AGORA PENDURADA DE LADO. ONOFRE RIU DE ALEGRIA, RODEADO POR UMA DANÇA DE LUZES.

 

— VOCÊS SÃO AINDA MAIS BONITOS ASSIM, LIVRES! — EXCLAMOU O COELHO, MARAVILHADO.

 

DAQUELE DIA EM DIANTE, ONOFRE NUNCA MAIS USOU SUA REDINHA PARA CAÇAR VAGALUMES. TODAS AS NOITES, ELE IA ATÉ O RIACHO OU CAMINHAVA PELAS TRILHAS DA FLORESTA, E OS VAGALUMES O SEGUIAM, ILUMINANDO SEU CAMINHO. ELE SE TORNOU AMIGO DE TODOS ELES E, SEMPRE QUE A LUA BRILHAVA, OS VAGALUMES DANÇAVAM AO REDOR DE ONOFRE, COMO SE AGRADECESSEM POR SUA AMIZADE.

 

E ASSIM, O COELHO CAÇADOR DE VAGALUMES SE TRANSFORMOU NO GUARDIÃO DAS LUZINHAS DA FLORESTA, SEMPRE PRONTO PARA APRECIAR A BELEZA DA NATUREZA SEM PRECISAR CAPTURÁ-LA.

 

E FOI ASSIM QUE ONOFRE APRENDEU QUE A VERDADEIRA MAGIA ESTÁ EM DEIXAR O QUE AMAMOS BRILHAR LIVREMENTE.

 

Saulo Piva Romero
Enviado por Saulo Piva Romero em 09/10/2024
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