Contos doTio-Avô
Saulo Piva Romero
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ERA UMA VEZ, NUM REINO MUITO DISTANTE, UM REI BOM E QUERIDO POR TODOS. ELE VIVIA NUM CASTELO GRANDIOSO, CHEIO DE TESOUROS E JARDINS FLORIDOS. MAS HAVIA UMA COISA QUE DEIXAVA O REI MUITO TRISTE: ELE NÃO TINHA FILHOS. TODAS AS NOITES, ELE OLHAVA PARA O CÉU E PEDIA ÀS ESTRELAS QUE LHE TROUXESSEM UMA CRIANÇA PARA AMAR.

 

CERTA NOITE, O REI TEVE UM SONHO MÁGICO. NELE, UMA VOZ SUAVE E MISTERIOSA LHE DISSE: 

— MAJESTADE, VOCÊ TERÁ UMA FILHA, MAS ELA DEVERÁ VIVER NAS SETE CIDADES, LONGE DE SEU CASTELO. CONFIE, POIS É PARA O BEM DE TODOS.

 

QUANDO O REI ACORDOU, CHEIO DE ESPERANÇA, MANDOU CONSTRUIR AS SETE CIDADES, UM LUGAR MÁGICO E ESCONDIDO NO MEIO DAS MONTANHAS. MAL AS SETE CIDADES FORAM TERMINADAS, NASCEU UMA LINDA PRINCESA, COM OLHOS QUE BRILHAVAM COMO ESTRELAS E CABELOS DOURADOS COMO O SOL. MAS, COMO NO SONHO, ELA FOI LEVADA PARA VIVER NAS SETE CIDADES, E O REI E A RAINHA NUNCA PUDERAM VÊ-LA DE PERTO.

 

OS ANOS PASSARAM E, EM CADA ANIVERSÁRIO DO REI, ELE PENSAVA EM SUA FILHA COM SAUDADE. ATÉ QUE, NUM CERTO ANIVERSÁRIO ESPECIAL, ELE TOMOU UMA DECISÃO: 

— HOJE É O DIA! VOU VER MINHA FILHA!

 

O REI REUNIU SEUS GUARDAS, PREPAROU SEU CAVALO E PARTIU EM DIREÇÃO ÀS SETE CIDADES, COM O CORAÇÃO BATENDO DE EMOÇÃO. QUANDO CHEGOU LÁ, VIU OS ENORMES PORTÕES DOURADOS QUE GUARDAVAM A ENTRADA. ELE BATEU COM FORÇA, MAS NINGUÉM RESPONDEU. OS PORTÕES ESTAVAM TRANCADOS.

 

— EU SOU O REI! QUERO VER MINHA FILHA! — GRITOU ELE.

 

MAS AS SETE CIDADES ESTAVAM EM SILÊNCIO.

 

CHEIO DE DESESPERO, O REI ORDENOU QUE SEUS SOLDADOS ARROMBASSEM OS PORTÕES. MAL ELES COMEÇARAM A FORÇAR AS PORTAS, A TERRA COMEÇOU A TREMER. FOI UM BARULHO TÃO ALTO QUE PARECIA QUE O CÉU ESTAVA CAINDO! AS MONTANHAS AO REDOR COMEÇARAM A BALANÇAR, E DE REPENTE, UM GRANDE ABALO VULCÂNICO SACUDIU O CHÃO.

 

O REI SE ASSUSTOU E PAROU IMEDIATAMENTE. MAS JÁ ERA TARDE... AS SETE CIDADES COMEÇARAM A DESMORONAR, E EM SEU LUGAR SURGIU UMA GRANDE CRATERA. QUANDO A POEIRA BAIXOU, O QUE RESTAVA ERAM DOIS LAGOS BRILHANTES: UM VERDE E OUTRO AZUL, COMO OS OLHOS DA PRINCESA.

 

O REI FICOU TRISTE POR TER PERDIDO AS SETE CIDADES, MAS ALGO MÁGICO ACONTECEU: AO OLHAR PARA OS LAGOS, ELE SENTIU O AMOR DE SUA FILHA. ELE ENTENDEU QUE ELA ESTAVA SEGURA E FELIZ, MESMO QUE NÃO PUDESSE VÊ-LA.

 

E ASSIM, TODA VEZ QUE O REI COMEMORAVA SEU ANIVERSÁRIO, ELE VISITAVA O VALE DAS LAGOAS E OLHAVA PARA ELAS COM CARINHO, SABENDO QUE SUA FILHA SEMPRE ESTARIA ALI, CUIDANDO DAQUELE LUGAR ESPECIAL.

 

E, DESDE ENTÃO, NAS NOITES ESTRELADAS, AS LAGOAS BRILHAM SOB A LUZ DA LUA, COMO SE ESTIVESSEM CONTANDO A HISTÓRIA DO REI E DE SUA FILHA. O VALE SE TORNOU UM LUGAR ENCANTADO, ONDE O AMOR DO REI E DA PRINCESA VIVE PARA SEMPRE, REFLETIDO NAS ÁGUAS TRANQUILAS E NAS MONTANHAS QUE GUARDAM SEU SEGREDO.

 

Saulo Piva Romero
Enviado por Saulo Piva Romero em 07/10/2024
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