Contos doTio-Avô
Saulo Piva Romero
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ROSALINDA ERA UMA JOVEM CHEIA DE SONHOS, SEMPRE A IMAGINAR GRANDES AVENTURAS E MUNDOS ENCANTADOS. NO PEQUENO VILAREJO ONDE MORAVA, ELA ERA CONHECIDA POR SEU SORRISO RADIANTE E PELA MANEIRA COMO VIA A VIDA: UM VERDADEIRO MAR DE ROSAS. PARA ELA, TUDO ERA POSSÍVEL, E CADA DIA ERA UMA NOVA OPORTUNIDADE DE REALIZAR SEUS DESEJOS MAIS PROFUNDOS.

 

ELA ADORAVA PASSEAR PELO JARDIM DA SUA CASA, ONDE CRESCIAM AS MAIS LINDAS ROSAS VERMELHAS. AS PÉTALAS A FASCINAVAM, TÃO DELICADAS E BRILHANTES COMO OS SONHOS QUE GUARDAVA EM SEU CORAÇÃO. QUANDO O VENTO SOPRAVA, AS ROSAS BALANÇAVAM SUAVEMENTE, E ELA SE IMAGINAVA NAVEGANDO EM UM VASTO OCEANO DE FLORES, COM O SOL DOURADO REFLETIDO NAS ÁGUAS AO LONGE.

 

"AH, COMO A VIDA É BELA!", PENSAVA ROSALINDA. "UM MAR DE ROSAS ONDE POSSO MERGULHAR E NUNCA MAIS VOLTAR." MAS, MAL SABIA ELA, O QUE AS ROSAS ESCONDIAM.

 

EM UMA TARDE DE PRIMAVERA, AO SE APROXIMAR DE UMA ROSA ESPECIALMENTE LINDA, ROSALINDA SENTIU UMA PICADA EM SEU DEDO. SURPRESA, OLHOU PARA A MÃO E VIU UMA GOTA DE SANGUE ESCORRENDO. O ESPINHO, PEQUENO E QUASE INVISÍVEL, HAVIA A FERIDO. NESSE MOMENTO, ALGO DESPERTOU DENTRO DELA.

 

“ASSIM SÃO AS ROSAS… TÃO LINDAS, MAS TAMBÉM PERIGOSAS”, SUSSURROU UMA BRISA SUAVE. ROSALINDA SE AFASTOU UM POUCO E OLHOU NOVAMENTE PARA O MAR DE ROSAS QUE TANTO ADMIRAVA. AGORA, ALÉM DA BELEZA DAS FLORES, ENXERGAVA TAMBÉM OS ESPINHOS QUE AS PROTEGIAM.

 

ERA COMO SE O JARDIM ESTIVESSE LHE REVELANDO UM SEGREDO: A VIDA, ASSIM COMO AS ROSAS, NÃO ERA SÓ FEITA DE COISAS BELAS. HAVIA DESAFIOS, MOMENTOS DOLOROSOS, COMO OS ESPINHOS ESCONDIDOS ENTRE AS PÉTALAS.

 

“NÃO ACHE QUE A VIDA É SÓ UM MAR DE ROSAS”, DIZIA UMA VOZ INTERIOR. “O MAR PODE SER BELO E CALMO, MAS SUAS ÁGUAS SÃO SALGADAS, E ÀS VEZES PODEM SER AGITADAS. AS ROSAS SÃO ENCANTADORAS, MAS TAMBÉM TÊM ESPINHOS. MAS, AINDA ASSIM, TUDO ISSO FAZ PARTE DA JORNADA.”

 

A PARTIR DESSE DIA, ROSALINDA CONTINUOU A SONHAR, MAS AGORA COM OS PÉS NO CHÃO. ENTENDEU QUE OS ESPINHOS DA VIDA, ASSIM COMO OS DAS ROSAS, NÃO ESTAVAM LÁ PARA LHE CAUSAR DOR, MAS PARA LHE ENSINAR A APRECIAR AINDA MAIS OS MOMENTOS DE BELEZA E DOÇURA.

 

ELA APRENDEU A NAVEGAR NESSE MAR DE ROSAS COM CUIDADO E CORAGEM. E SEMPRE QUE UMA NOVA DIFICULDADE SURGIA, LEMBRAVA-SE DE QUE ELA ERA A ESTRELA MAIS BRILHANTE DESSE CÉU — REFLETIDA NO LUAR QUE DANÇAVA SOBRE O MAR DE ROSAS E ESPINHOS.

 

ROSALINDA ENTENDEU QUE A VIDA NÃO PRECISAVA SER PERFEITA PARA SER BELA. CADA DESAFIO, CADA ESPINHO, SÓ A TORNAVA MAIS FORTE E FAZIA COM QUE VALORIZASSE AINDA MAIS AS PÉTALAS SUAVES QUE VINHAM DEPOIS.

 

ASSIM, ELA SEGUIU VIVENDO SUA VIDA DE MANEIRA ÚNICA, SABENDO QUE, APESAR DE OS ESPINHOS EXISTIREM, ELA SEMPRE PODERIA FLORESCER. AFINAL, COMO A ROSA VERMELHA QUE LEVANTA O VÉU E SE ABRE AO SOL, ROSALINDA SABIA QUE SUA JORNADA, COM TODOS OS ALTOS E BAIXOS, ERA PARTE DE UM GRANDE SONHO — UM SONHO QUE ELA MESMA ESTAVA TECENDO COM CADA PASSO QUE DAVA.

 

E ASSIM, NO CORAÇÃO DO VILAREJO, ONDE O PERFUME DAS ROSAS SEMPRE FLUTUAVA NO AR, ROSALINDA CONTINUOU A SER A ESTRELA QUE BRILHAVA PARA TODOS, LEMBRANDO A TODOS AO SEU REDOR QUE, MESMO COM ESPINHOS, A VIDA PODIA SER UM VERDADEIRO MAR DE ROSAS.

Saulo Piva Romero
Enviado por Saulo Piva Romero em 23/09/2024
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