PEDRO E JOÃO ERAM DOIS MENINOS CHEIOS DE ENERGIA. VIVIAM CORRENDO PELAS RUAS, BRINCANDO DE ESCONDE-ESCONDE E INVENTANDO MIL TRAVESSURAS. ERA RARO O DIA EM QUE NÃO VOLTAVAM PARA CASA SUJOS DE TERRA, CANSADOS, MAS SEMPRE COM UM SORRISO NO ROSTO. NAQUELE DOMINGO ENSOLARADO, RESOLVERAM EXPLORAR UM CAMINHO NOVO QUE LEVAVA ATÉ O RIO PERTO DA CIDADE, UM LUGAR ONDE SABIAM QUE NINGUÉM OS ENCONTRARIA FACILMENTE PARA INTERROMPER AS AVENTURAS.
— VAMOS MAIS RÁPIDO, JOÃO! QUERO VER ATÉ ONDE ESSE CAMINHO VAI! — GRITOU PEDRO, COM OS OLHOS BRILHANDO DE CURIOSIDADE.
JOÃO, SEMPRE UM POUCO MAIS CAUTELOSO, FOI ATRÁS DO AMIGO, MAS COM O PÉ UM POUCO MAIS FIRME NO CHÃO. AFINAL, SABIA QUE QUANDO PEDRO SE EMPOLGAVA DEMAIS, AS COISAS COSTUMAVAM TERMINAR EM CONFUSÃO.
DEPOIS DE ATRAVESSAREM UMA PEQUENA FLORESTA, CHEGARAM A UMA CLAREIRA. LÁ, HAVIA UM RIO DE LAMA ESPESSO E PEGAJOSO QUE MAIS PARECIA UMA ARMADILHA. PEDRO, SEM PENSAR DUAS VEZES, SE APROXIMOU DA BEIRADA.
— OLHA SÓ QUE LEGAL! APOSTO QUE CONSIGO PULAR DO OUTRO LADO SEM ME SUJAR! — EXCLAMOU ELE, JÁ MEDINDO A DISTÂNCIA COM OS OLHOS.
— CUIDADO, PEDRO! ISSO AÍ PARECE PERIGOSO... — ALERTOU JOÃO, COM UM AR DE PREOCUPAÇÃO.
MAS PEDRO, TEIMOSO COMO SEMPRE, FEZ SEU SALTO. SÓ QUE, EM VEZ DE ATERRISSAR COM ELEGÂNCIA DO OUTRO LADO, ELE ESCORREGOU, PERDEU O EQUILÍBRIO E CAIU DIRETO NO LAMAÇAL.
— AAAAAAH! — GRITOU PEDRO, ENQUANTO AFUNDAVA ATÉ OS JOELHOS. — SOCORRO, JOÃO! ESTOU PRESO!
JOÃO, AO VER O AMIGO NAQUELE ESTADO, PRIMEIRO RIU. NÃO RESISTIU À VISÃO DE PEDRO COBERTO DE LAMA, PARECENDO UMA ESTÁTUA DE BARRO. MAS LOGO PERCEBEU QUE A SITUAÇÃO ERA SÉRIA.
— CALMA AÍ, PEDRO! — DISSE JOÃO, ESTENDENDO A MÃO. — SEGURA AQUI, VOU TE AJUDAR A SAIR.
PEDRO AGARROU A MÃO DE JOÃO COM FORÇA, MAS A LAMA ERA TRAIÇOEIRA. QUANTO MAIS PEDRO SE MEXIA, MAIS AFUNDAVA.
— EU NÃO CONSIGO SAIR, JOÃO! — RECLAMOU PEDRO, COMEÇANDO A SE DESESPERAR. — PARECE QUE ESSA LAMA NÃO QUER ME DEIXAR!
— DA LAMA A GENTE SEMPRE CONSEGUE SAIR, PEDRO. SÓ QUE PRECISA DE PACIÊNCIA E VONTADE DE VERDADE DE SAIR. NÃO ADIANTA SE DEBATER. — DISSE JOÃO, LEMBRANDO DAS PALAVRAS QUE SEU AVÔ SEMPRE DIZIA QUANDO AS COISAS FICAVAM DIFÍCEIS.
PEDRO PAROU DE LUTAR CONTRA A LAMA E COMEÇOU A PUXAR COM MAIS CUIDADO. COM A AJUDA DE JOÃO, FOI LENTAMENTE SE SOLTANDO DO LAMAÇAL. DEPOIS DE UM GRANDE ESFORÇO E MUITAS ESCORREGADAS, FINALMENTE CONSEGUIRAM TIRÁ-LO DALI.
— UFA! — SUSPIROU PEDRO, TODO SUJO, MAS ALIVIADO. — ACHEI QUE IA FICAR PRESO PARA SEMPRE!
JOÃO RIU, LIMPANDO UM POUCO DE LAMA DO ROSTO DO AMIGO.
— POIS É, PEDRO... ÀS VEZES, A GENTE SE METE EM SITUAÇÕES COMPLICADAS E ACHA QUE NÃO VAI CONSEGUIR SAIR, MAS SEMPRE TEM UM JEITO. É SÓ NÃO SE DESESPERAR.
PEDRO SORRIU, PERCEBENDO A LIÇÃO NAS PALAVRAS DO AMIGO. ELES SE LEVANTARAM E COMEÇARAM A CAMINHAR DE VOLTA PARA CASA, AINDA RINDO DAS TRAPALHADAS DO DIA.
— E NA PRÓXIMA, TALVEZ SEJA MELHOR OUVIR MEUS CONSELHOS, HEIN? — BRINCOU JOÃO.
— VOU TENTAR... — RESPONDEU PEDRO, PISCANDO. — MAS, CÁ ENTRE NÓS, FOI DIVERTIDO!
OS DOIS VOLTARAM PARA CASA SUJOS, CANSADOS, MAS COM MAIS UMA HISTÓRIA PARA CONTAR. AFINAL, O IMPORTANTE É SABER QUE, POR MAIS QUE A GENTE CAIA NA LAMA, O QUE IMPORTA É QUERER SAIR E APRENDER COM CADA ESCORREGADA.