NUMA VILA ESCONDIDA ENTRE MONTANHAS COBERTAS POR NEBLINA, HAVIA UM LUGAR MÁGICO, ONDE MENINAS ESPECIAIS ERAM TREINADAS DESDE PEQUENAS PARA SE TORNAREM NINJAS. MAS NÃO ERAM NINJAS COMUNS... ELAS TINHAM HABILIDADES FANTÁSTICAS! PODIAM VOAR COMO OS PÁSSAROS, ANDAR SOBRE A ÁGUA COMO SE FOSSE CHÃO FIRME E ATÉ DESAPARECER DIANTE DOS OLHOS DE QUEM AS VISSE! ERAM VERDADEIRAS GUERREIRAS SILENCIOSAS, MAS COM MUITA GRAÇA E LEVEZA.
ENTRE ESSAS NINJAS, HAVIA UMA MENINA CHAMADA YUMI RINA. ELA ERA CONHECIDA POR SEMPRE USAR QUIMONOS LINDOS NAS CORES RUBRO E NEGRO. O VERMELHO VIBRANTE PARECIA CONTAR HISTÓRIAS DE CORAGEM, ENQUANTO O PRETO BRILHANTE TRAZIA MISTÉRIO E SERENIDADE. QUANDO CORRIA PELAS MONTANHAS, SUAS ROUPAS ESVOAÇAVAM COMO PÉTALAS AO VENTO, E TODOS QUE A VIAM SE ENCANTAVAM COM SUA ELEGÂNCIA.
DESDE MUITO PEQUENININHA, YUMI RINA SABIA QUE UM DIA SE TORNARIA UMA GRANDE NINJA, ASSIM COMO SUAS ANTEPASSADAS. ELA TREINAVA COM CARINHO E PACIÊNCIA TODOS OS DIAS, MAS SUAS HABILIDADES TINHAM ALGO ESPECIAL. MESMO QUE AS OUTRAS MENINAS FOSSEM RÁPIDAS E ÁGEIS, YUMI RINA MOVIA-SE COM UMA DOÇURA QUE FAZIA TUDO PARECER UMA DANÇA. SEUS MOVIMENTOS ERAM TÃO SUAVES QUE, QUANDO CORRIA PELA FLORESTA, NEM MESMO AS FOLHAS CAÍDAS NO CHÃO FAZIAM BARULHO DEBAIXO DE SEUS PÉS.
CERTA MANHÃ, ENQUANTO O SOL NASCIA, A MESTRA DA VILA, UMA SÁBIA SENHORA CHAMADA HANA, CHAMOU YUMI RINA.
— YUMI RINA — DISSE A MESTRA COM UM SORRISO GENTIL —, ESTÁ NA HORA DE VOCÊ PARTIR EM SUA PRIMEIRA MISSÃO.
YUMI RINA FICOU ANIMADA E UM POUCO NERVOSA, MAS RESPIROU FUNDO E FEZ UMA REVERÊNCIA DELICADA, COMO HAVIA APRENDIDO.
— O QUE DEVO FAZER, MESTRA? — PERGUNTOU COM SUA VOZ SUAVE.
— HÁ UMA PEQUENA VILA NAS MARGENS DE UM RIO PRÓXIMO. OS ALDEÕES ESTÃO PREOCUPADOS PORQUE UMA NUVEM MISTERIOSA DE ESCURIDÃO ESTÁ SE APROXIMANDO, E ELES TEMEM QUE ALGO RUIM ACONTEÇA. SUA MISSÃO É INVESTIGAR E DESCOBRIR O QUE ESTÁ CAUSANDO ISSO — EXPLICOU HANA.
YUMI RINA COLOCOU SEU QUIMONO RUBRO-NEGRO COM CUIDADO, AJUSTANDO O CINTO COM UM LAÇO PERFEITO, E PARTIU. ELA PULOU DE ÁRVORE EM ÁRVORE COMO UM PASSARINHO SALTITANDO DE GALHO EM GALHO, SEM FAZER BARULHO ALGUM. QUANDO CHEGOU AO RIO, VIU ALGO CURIOSO. UMA NÉVOA ESCURA PAIRAVA SOBRE A ÁGUA, MAS EM VEZ DE ASSUSTAR YUMI RINA, ELA SE APROXIMOU COM A CURIOSIDADE DE UMA BORBOLETA QUE ENCONTRA UMA FLOR DIFERENTE.
COM UM LEVE IMPULSO, YUMI RINA FLUTUOU SOBRE O RIO, CAMINHANDO SUAVEMENTE SOBRE A ÁGUA COMO SE FOSSE UMA BAILARINA. ELA CHEGOU PERTO DA NÉVOA E, AO TOCAR NELA, VIU ALGO INESPERADO. NO CENTRO DAQUELA ESCURIDÃO, HAVIA UMA GAROTINHA CHORANDO. A MENINA ESTAVA COM MEDO E SOZINHA.
— NÃO TENHA MEDO, PEQUENA — DISSE YUMI RINA COM UMA VOZ DOCE, AJOELHANDO-SE AO LADO DA MENINA E SEGURANDO SUAS MÃOZINHAS.
A GAROTINHA OLHOU PARA ELA, COM OS OLHOS BRILHANDO DE LÁGRIMAS.
— EU SÓ QUERIA UM AMIGO... — SUSSURROU A MENINA, E YUMI RINA ENTÃO COMPREENDEU.
A ESCURIDÃO NÃO ERA ALGO PERIGOSO. ERA APENAS O REFLEXO DA TRISTEZA DAQUELA MENINA, QUE SE SENTIA SOZINHA. YUMI RINA SORRIU GENTILMENTE E, COMO UMA FLOR QUE FLORESCE NO MEIO DE UMA TEMPESTADE, ELA ABRAÇOU A MENINA COM CARINHO.
— EU SEREI SUA AMIGA — DISSE YUMI RINA. — E VOCÊ NUNCA MAIS ESTARÁ SOZINHA.
COM ESSAS PALAVRAS, A ESCURIDÃO COMEÇOU A DESAPARECER. O CÉU VOLTOU A FICAR CLARO E O RIO VOLTOU A BRILHAR. A MENINA SORRIU, E JUNTAS, ELAS VOLTARAM À ALDEIA.
QUANDO YUMI RINA RETORNOU À SUA VILA NAS MONTANHAS, A MESTRA HANA A RECEBEU COM ORGULHO.
— VOCÊ COMPLETOU SUA MISSÃO COM O CORAÇÃO PURO E UMA ALMA GENTIL — DISSE A MESTRA. — LEMBRE-SE SEMPRE, YUMI RINA, QUE A VERDADEIRA FORÇA DE UMA NINJA NÃO ESTÁ APENAS EM SUAS HABILIDADES, MAS NA BONDADE QUE ELA LEVA NO CORAÇÃO.
E ASSIM, YUMI RINA CONTINUOU SUA JORNADA, SEMPRE VESTINDO SEU QUIMONO RUBRO-NEGRO, ENCANTANDO O MUNDO COM SUA GRAÇA, CORAGEM E, ACIMA DE TUDO, SUA LEVEZA DE CORAÇÃO. FOSSE VOANDO ENTRE AS ÁRVORES OU CAMINHANDO SOBRE A ÁGUA, YUMI RINA MOSTRAVA QUE MESMO AS MAIORES AVENTURAS PODEM SER FEITAS COM DELICADEZA E AMOR.