Contos doTio-Avô
Saulo Piva Romero
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ERA UMA VEZ, UMA MENINA CHAMADA NERISSA. TINHA APENAS OITO ANOS, MAS SUA DOÇURA E ENCANTO PARECIAM PERTENCER A ALGUÉM QUE JÁ CONHECERA O MUNDO EM SUAS MAIS LINDAS CORES. NERISSA, COM SEUS CABELOS COLORIDOS QUE BALANÇAVAM AO VENTO E SEUS OLHOS BRILHANTES COMO DUAS ESTRELAS, SEMPRE VIA O MUNDO DE UMA FORMA ESPECIAL, COMO SE CADA DIA FOSSE UMA TELA PINTADA COM CORES DE ARCO-ÍRIS.

 

DESDE PEQUENA, A VIDA PARA ELA NUNCA ERA SÓ O QUE APARECIA DIANTE DOS OLHOS. CADA GOTA DE CHUVA, CADA FLOR QUE DESABROCHAVA, ATÉ O CANTO DOS PASSARINHOS PARECIA TER UM SIGNIFICADO MAIOR, ALGO MÁGICO. ELA SEMPRE DIZIA: “MAMÃE, A VIDA É COMO UM ARCO-ÍRIS QUE APARECE DEPOIS DA TEMPESTADE. SE FICARMOS QUIETINHAS, PODEMOS OUVIR O CÉU SORRINDO.”

 

NERISSA TINHA ESSA DOÇURA SUAVE NAS PALAVRAS E UMA ALEGRIA DELICADA NOS GESTOS. QUANDO ELA CAMINHAVA PELO JARDIM, AS BORBOLETAS PARECIAM DANÇAR AO SEU REDOR, COMO SE TAMBÉM ESTIVESSEM ENCANTADAS COM SUA PRESENÇA. ELA PASSAVA OS DEDINHOS FINOS PELAS PÉTALAS DAS FLORES COM TANTO CARINHO QUE ERA COMO SE ESTIVESSE ACARICIANDO O PRÓPRIO MUNDO, COM TODO O CUIDADO QUE SE DEVE TER COM ALGO TÃO PRECIOSO.

 

UM DIA, LOGO APÓS UMA TEMPESTADE, NERISSA OLHAVA PELA JANELA DO SEU QUARTO. AS NUVENS AINDA ESTAVAM PESADAS E ESCURAS, MAS UM FILETE DE LUZ COMEÇAVA A SURGIR NO HORIZONTE. ELA APERTOU AS MÃOZINHAS NO PEITORIL DA JANELA, SEU CORAÇÃOZINHO BATENDO RÁPIDO DE EXPECTATIVA. “O ARCO-ÍRIS VAI APARECER, MAMÃE!” DISSE, COM UM SORRISO TÃO TERNO QUE PARECIA ILUMINAR O PRÓPRIO QUARTO.

 

SUA MÃE, UMA MULHER DE GESTOS SEMPRE CALMOS E VOZ DOCE, ACARICIOU OS CABELOS DE NERISSA. “TALVEZ SIM, QUERIDA. MAS MESMO SE ELE NÃO APARECER AGORA, O CÉU AINDA ESTÁ SE PREPARANDO PARA ALGO BONITO. ÀS VEZES, A GENTE SÓ PRECISA ESPERAR UM POUCO MAIS.”

 

MAS NERISSA SABIA. ELA SENTIA EM SEU PEQUENO CORAÇÃO QUE AQUELE MOMENTO ESPECIAL ESTAVA CHEGANDO. COM PASSOS LEVES, ELA CORREU PARA O JARDIM, SEUS PÉS QUASE FLUTUANDO SOBRE A GRAMA AINDA MOLHADA. LÁ, OLHOU PARA O CÉU E, NUM INSTANTE MÁGICO, O ARCO-ÍRIS DESABROCHOU, COMO SE O CÉU TIVESSE SE ABERTO SÓ PARA ELA.

 

AS CORES ERAM TÃO VIBRANTES E SUAVES AO MESMO TEMPO QUE NERISSA SENTIU UMA EMOÇÃO QUENTE SE ESPALHAR POR SEU PEITO. SEUS OLHOS SE ENCHERAM DE LÁGRIMAS PEQUENINAS, MAS NÃO DE TRISTEZA — ERAM LÁGRIMAS DE UMA FELICIDADE TÃO PURA QUE MAL CABIAM EM SEU CORAÇÃOZINHO. ELA ABRIU OS BRAÇOS, COMO SE QUISESSE ABRAÇAR O ARCO-ÍRIS, SENTIR CADA COR COM SEU PRÓPRIO TOQUE GENTIL.

 

“OLHA, MAMÃE!” EXCLAMOU, GIRANDO COM DELICADEZA COMO SE DANÇASSE COM O PRÓPRIO VENTO. “É O ARCO-ÍRIS MAIS BONITO QUE EU JÁ VI!”

 

SUA MÃE SORRIU, ADMIRANDO A FILHA COM UM BRILHO DE ORGULHO NOS OLHOS. “VOCÊ É O ARCO-ÍRIS MAIS BONITO, MINHA PEQUENA”, SUSSURROU.

 

NERISSA FICOU EM SILÊNCIO POR UM INSTANTE, OBSERVANDO AS CORES DO CÉU. EM SUA MENTE INFANTIL E CHEIA DE IMAGINAÇÃO, ELA SABIA QUE AQUELE ARCO-ÍRIS NÃO ERA APENAS UM FENÔMENO DO CÉU. ELE ERA UM LEMBRETE, UMA PROMESSA. AS CORES QUE BRILHAVAM ALI REPRESENTAVAM TUDO O QUE ELA SENTIA EM SEU CORAÇÃO: O VERMELHO DO AMOR, O LARANJA DA ALEGRIA, O AMARELO DA ESPERANÇA, O VERDE DA PAZ, O AZUL DA CALMA, O ANIL DOS SONHOS E O VIOLETA DA MAGIA.

 

ELA FECHOU OS OLHOS E SENTIU O VENTO SUAVE EM SEU ROSTO. ERA COMO SE O ARCO-ÍRIS ESTIVESSE CONVERSANDO COM ELA, CONTANDO-LHE SEGREDOS QUE SÓ UMA MENINA TÃO TERNA E ESPECIAL PODERIA ENTENDER.

 

“VOU GUARDAR ESSAS CORES DENTRO DE MIM, MAMÃE. VOU CARREGÁ-LAS COMIGO, SEMPRE.”

 

E ASSIM NERISSA FEZ. TODOS OS DIAS, ELA ENXERGAVA O MUNDO COM A ALMA COLORIDA, ESPALHANDO LUZ E DOÇURA AONDE QUER QUE FOSSE. QUANDO ALGUÉM ESTAVA TRISTE, ELA USAVA O AMARELO DA ESPERANÇA PARA TRAZER SORRISOS. QUANDO HAVIA BRIGAS, O VERDE DA PAZ A AJUDAVA A ACALMAR OS CORAÇÕES. E, EM TODOS OS MOMENTOS, O VIOLETA DA MAGIA ESTAVA ALI, FAZENDO-A ACREDITAR QUE, MESMO NAS TEMPESTADES MAIS ESCURAS, O ARCO-ÍRIS SEMPRE APARECERIA NO FIM.

 

E ASSIM, A PEQUENA NERISSA CRESCEU, SEMPRE DOCE, SEMPRE COM O CORAÇÃO LEVE E REPLETO DAS CORES QUE UM DIA ELA VIU DESABROCHAR NO CÉU. O MUNDO, PARA ELA, NUNCA PERDEU SEU BRILHO. E TODOS AO REDOR DELA, ASSIM COMO O CÉU DEPOIS DA CHUVA, TAMBÉM COMEÇARAM A VER A VIDA COMO UM GRANDE E DOCE ARCO-ÍRIS.

 

Saulo Piva Romero
Enviado por Saulo Piva Romero em 21/09/2024
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