CARLINHOS E BENTINHO ERAM DOIS IRMÃOS INSEPARÁVEIS. MORAVAM NUMA CASA SIMPLES, COM UM QUINTAL CHEIO DE ÁRVORES FRUTÍFERAS E UM VELHO GALPÃO ONDE ADORAVAM BRINCAR. MAS O QUE NINGUÉM SABIA É QUE NAQUELE GALPÃO MORAVAM TAMBÉM DOIS RATINHOS MUITO ESPECIAIS: CUCA E LELÊ.
CUCA ERA ESPERTO E CORAJOSO. SEU PELO CINZA BRILHAVA QUANDO ELE SAÍA AO SOL, E SEUS BIGODES LONGOS TREMIAM DE EXCITAÇÃO A CADA NOVA AVENTURA. JÁ LELÊ ERA MAIS TÍMIDO, MAS MUITO CURIOSO. SEUS OLHOS SEMPRE ESTAVAM ATENTOS, ESPIANDO TUDO À SUA VOLTA, E ELE ADORAVA OUVIR AS HISTÓRIAS QUE SEU IRMÃO CONTAVA SOBRE O MUNDO ALÉM DO GALPÃO.
UM DIA, ENQUANTO CARLINHOS E BENTINHO BRINCAVAM DE ESCONDE-ESCONDE, OUVIRAM UM BARULHINHO VINDO DO GALPÃO. “O QUE SERÁ ISSO?”, PERGUNTOU BENTINHO, FRANZINDO A TESTA. CARLINHOS, QUE ERA MAIS CORAJOSO, RESPONDEU: “VAMOS INVESTIGAR!”
OS MENINOS CORRERAM ATÉ O GALPÃO E FICARAM EM SILÊNCIO, TENTANDO DESCOBRIR DE ONDE VINHA O SOM. FOI ENTÃO QUE, BEM DEVAGARINHO, VIRAM DOIS PEQUENOS FOCINHOS ESPIANDO DE TRÁS DE UMA CAIXA DE MADEIRA. ERAM CUCA E LELÊ!
AO INVÉS DE GRITAR OU CORRER, CARLINHOS E BENTINHO FICARAM FASCINADOS. ELES SE AGACHARAM E COMEÇARAM A CONVERSAR BAIXINHO, TENTANDO NÃO ASSUSTAR OS RATINHOS.
— OI, VOCÊS MORAM AQUI? — PERGUNTOU CARLINHOS, COM UM SORRISO CURIOSO.
CUCA, QUE ERA MAIS DESTEMIDO, DEU UM PASSO À FRENTE E RESPONDEU, PARA SURPRESA DOS MENINOS:
— SIM! EU SOU CUCA, E ESSE É O MEU IRMÃO LELÊ. MORAMOS AQUI HÁ MUITO TEMPO, MAS VOCÊS NUNCA NOS VIRAM POR QUE SOMOS MUITO BONS EM NOS ESCONDER.
OS OLHOS DE BENTINHO BRILHARAM. ELE ADORAVA ANIMAIS, E RATINHOS FALANTES ERAM A COISA MAIS INCRÍVEL QUE ELE JÁ TINHA VISTO!
— VOCÊS PODEM SER NOSSOS AMIGOS? — PERGUNTOU BENTINHO ANIMADO.
CUCA E LELÊ SE ENTREOLHARAM, E LELÊ, AINDA UM POUCO TÍMIDO, ASSENTIU COM A CABEÇA. E ASSIM COMEÇOU UMA AMIZADE MÁGICA ENTRE OS MENINOS E OS RATINHOS.
TODOS OS DIAS, CARLINHOS E BENTINHO PASSAVAM HORAS NO GALPÃO, OUVINDO AS HISTÓRIAS DE CUCA SOBRE SUAS AVENTURAS NOTURNAS NO JARDIM E DESCOBRINDO NOVOS SEGREDOS QUE LELÊ DESVENDAVA NAS FRESTAS DA CASA. OS RATINHOS ENSINAVAM AOS MENINOS TRUQUES PARA SE ESGUEIRAR EM SILÊNCIO, E OS MENINOS MOSTRAVAM AOS RATINHOS COMO SUBIR NAS ÁRVORES PARA PEGAR AS MELHORES FRUTAS.
CERTA MANHÃ, ENQUANTO EXPLORAVAM O QUINTAL JUNTOS, OS QUATRO AMIGOS ENCONTRARAM UM MAPA ANTIGO DEBAIXO DE UMA PEDRA. CUCA, COM SEUS OLHINHOS BRILHANDO, OLHOU PARA O MAPA E EXCLAMOU:
— ISSO É UM MAPA DO TESOURO! DIZ A LENDA QUE O TESOURO ESTÁ ENTERRADO EM ALGUM LUGAR AQUI PERTO, MAS NINGUÉM NUNCA CONSEGUIU ENCONTRÁ-LO.
SEM PERDER TEMPO, CARLINHOS PEGOU UMA PÁ, E BENTINHO, COM LELÊ NO OMBRO, COMEÇOU A SEGUIR AS PISTAS. ELES SUBIRAM EM ÁRVORES, PASSARAM POR BAIXO DE CERCAS E ATÉ ATRAVESSARAM UM PEQUENO RIACHO. A CADA PISTA DECIFRADA, OS AMIGOS FICAVAM MAIS PRÓXIMOS DO TESOURO.
DEPOIS DE UMA TARDE INTEIRA DE AVENTURAS, CHEGARAM A UMA ÁRVORE ENORME NO FUNDO DO QUINTAL. CUCA OLHOU PARA O MAPA E DISSE:
— É AQUI!
OS MENINOS COMEÇARAM A CAVAR, E LELÊ, SEMPRE ATENTO, AJUDAVA A APONTAR ONDE A TERRA PARECIA MAIS FOFA. ATÉ QUE, DE REPENTE, OUVIRAM UM SOM METÁLICO! ERA UMA VELHA CAIXA DE MADEIRA COM FECHOS DE METAL.
COM O CORAÇÃO DISPARADO, ABRIRAM A CAIXA. LÁ DENTRO, EM VEZ DE MOEDAS DE OURO E JOIAS, ENCONTRARAM ALGO MUITO MAIS VALIOSO: LIVROS ANTIGOS CHEIOS DE HISTÓRIAS E DESENHOS, ALÉM DE BRINQUEDOS E FERRAMENTAS FEITAS À MÃO. ERAM TESOUROS DE OUTRO TEMPO, GUARDADOS POR ALGUÉM QUE QUERIA QUE FOSSEM DESCOBERTOS PELAS CRIANÇAS CERTAS.
CARLINHOS E BENTINHO FICARAM ENCANTADOS. ELES SABIAM QUE TINHAM ENCONTRADO UM TESOURO QUE OS FARIA VIVER AINDA MAIS AVENTURAS COM SEUS NOVOS AMIGOS.
A PARTIR DAQUELE DIA, OS QUATRO PASSAVAM TODAS AS TARDES JUNTOS, EXPLORANDO NOVAS HISTÓRIAS DOS LIVROS, CONSTRUINDO BRINQUEDOS E INVENTANDO MIL E UMA BRINCADEIRAS. E, SEMPRE QUE A NOITE CAÍA, CUCA E LELÊ VOLTAVAM PARA SEU PEQUENO LAR NO GALPÃO, PRONTOS PARA SONHAR COM AS AVENTURAS DO DIA SEGUINTE.
E ASSIM, ENTRE RISOS, DESCOBERTAS E MUITA AMIZADE, OS MENINOS E OS RATINHOS VIVERAM FELIZES, SABENDO QUE O VERDADEIRO TESOURO É A AMIZADE E A ALEGRIA DE COMPARTILHAR MOMENTOS JUNTOS.