ERA UMA VEZ, NUMA FLORESTA DISTANTE, UM HOMEM MUITO MALVADO CHAMADO SR. RUFIÃO. ELE VIVIA SOZINHO NUMA CASA VELHA E SOMBRIA NO ALTO DE UMA MONTANHA. NINGUÉM GOSTAVA DE SR. RUFIÃO, PORQUE ELE SEMPRE ESTAVA DE MAU HUMOR E FAZIA COISAS RUINS, COMO ASSUSTAR AS CRIANÇAS E DESTRUIR OS JARDINS DAS PESSOAS. MAS O QUE NINGUÉM SABIA ERA QUE ELE TINHA UM PLANO AINDA MAIS TERRÍVEL: QUERIA CONTROLAR TODOS OS ANIMAIS DA FLORESTA!
CERTO DIA, SR. RUFIÃO DESCOBRIU UM LIVRO DE FEITIÇOS ANTIGOS E, COM ELE, APRENDEU UM ENCANTAMENTO PODEROSO. COM ESSE FEITIÇO, ELE PODERIA FAZER QUALQUER ANIMAL OBEDECÊ-LO. FOI ENTÃO QUE ELE DECIDIU LANÇAR O FEITIÇO EM UMA DAS AVES MAIS RÁPIDAS E HABILIDOSAS DA FLORESTA: O ANDORINHÃO-PRETO, CONHECIDO PELO SEU BICO AFIADO.
O ANDORINHÃO-PRETO, QUE VOAVA COMO O VENTO E TINHA UM BICO CURVO E PONTUDO, ERA MUITO ESPERTO E VIVIA FELIZ ALIMENTANDO-SE DE FRUTINHAS PEQUENAS. SEU BICO ERA PERFEITO PARA PERFURAR AS CASCAS DAS FRUTAS MAIS SUCULENTAS, COMO AMORAS E PITANGAS. MAS, COM O FEITIÇO, O POBRE PÁSSARO PERDEU SUA LIBERDADE. AGORA, O BICO AFIADO, QUE ANTES AJUDAVA O ANDORINHÃO-PRETO A SE ALIMENTAR, SERIA USADO PARA CUMPRIR AS ORDENS MALVADAS DO SR. RUFIÃO.
— AGORA VOCÊ VAI FAZER TUDO O QUE EU MANDAR! — DISSE O SR. RUFIÃO, COM UMA RISADA ASSUSTADORA. — USE SEU BICO AFIADO PARA ABRIR AS PORTAS DAS CASAS, RASGAR SACOS DE COMIDA E DESTRUIR OS JARDINS DA ALDEIA!
O ANDORINHÃO-PRETO, PRESO PELO FEITIÇO, NÃO CONSEGUIA DESOBEDECER. ELE VOAVA RÁPIDO PELA ALDEIA E USAVA SEU BICO AFIADO PARA FAZER AS TRAVESSURAS QUE O HOMEM MANDAVA. AS PESSOAS FICAVAM TRISTES AO VER SUAS HORTAS DESTRUÍDAS E AS FRUTAS ESPALHADAS PELO CHÃO.
MAS O QUE SR. RUFIÃO NÃO SABIA ERA QUE, EMBORA ELE TIVESSE ENCANTADO O CORPO DO ANDORINHÃO-PRETO, O CORAÇÃO DO PÁSSARO AINDA ERA LIVRE. E O CORAÇÃO DO ANDORINHÃO ERA CHEIO DE BONDADE. ELE NÃO QUERIA MACHUCAR NINGUÉM. ENTÃO, ELE TEVE UMA IDEIA BRILHANTE.
CERTA MANHÃ, QUANDO SR. RUFIÃO MANDOU O PÁSSARO DERRUBAR TODAS AS MACIEIRAS DE UMA FAZENDA, O ANDORINHÃO-PRETO USOU SEU BICO AFIADO PARA ALGO DIFERENTE. ELE COMEÇOU A PERFURAR AS MAÇÃS, MAS, AO INVÉS DE DESTRUÍ-LAS, FEZ PEQUENOS BURACOS PERFEITOS PARA QUE AS SEMENTES CAÍSSEM NO CHÃO. ASSIM, NOVAS MACIEIRAS PODERIAM CRESCER AINDA MAIS FORTES!
— AH, SR. RUFIÃO, SE É ISSO QUE VOCÊ QUER, VOU FAZER, MAS À MINHA MANEIRA — PENSAVA O ANDORINHÃO-PRETO, ENQUANTO ESPALHAVA SEMENTES POR TODA A FLORESTA.
O TEMPO PASSOU, E O SR. RUFIÃO NÃO PERCEBEU O QUE ESTAVA ACONTECENDO. ELE SÓ SE PREOCUPAVA EM DAR MAIS ORDENS E NUNCA SAÍA DE CASA PARA VER O RESULTADO DAS SUAS MALDADES. ATÉ QUE UM DIA, QUANDO ELE RESOLVEU ESPIAR A ALDEIA, TEVE UMA GRANDE SURPRESA. A FLORESTA ESTAVA CHEIA DE ÁRVORES FRUTÍFERAS, MAIS BONITAS E SAUDÁVEIS DO QUE ANTES!
— COMO ISSO ACONTECEU? — ELE GRITOU, FURIOSO.
FOI ENTÃO QUE ELE VIU O ANDORINHÃO-PRETO VOANDO FELIZ PELO CÉU, ESPALHANDO MAIS SEMENTES. O PÁSSARO ESTAVA AJUDANDO A FLORESTA A CRESCER, EM VEZ DE DESTRUÍ-LA!
SR. RUFIÃO FICOU TÃO BRAVO QUE TENTOU LANÇAR OUTRO FEITIÇO, MAS SUAS PALAVRAS SAÍRAM TODAS EMBARALHADAS. E, DE REPENTE, ALGO INESPERADO ACONTECEU: O FEITIÇO QUE ELE LANÇOU VOLTOU PARA ELE PRÓPRIO! O SR. RUFIÃO FICOU TÃO ATORDOADO QUE NÃO CONSEGUIU MAIS FAZER MALDADES.
O ANDORINHÃO-PRETO, FINALMENTE LIVRE, VOLTOU A SER O PÁSSARO ÁGIL E BONDOSO DE SEMPRE. ELE VOAVA PELOS CAMPOS E FLORESTAS, AGORA CHEIOS DE ÁRVORES FRUTÍFERAS, E AS CRIANÇAS DA ALDEIA ADORAVAM BRINCAR SOB AS SOMBRAS DAS NOVAS ÁRVORES.
A PARTIR DAQUELE DIA, A ALDEIA FOI SEMPRE ALEGRE E CHEIA DE VIDA. E O ANDORINHÃO-PRETO, COM SEU BICO AFIADO, CONTINUOU A AJUDAR A FLORESTA, PROVANDO QUE MESMO QUANDO ALGUÉM TENTA FAZER O MAL, O BEM SEMPRE PODE ENCONTRAR UMA MANEIRA DE VENCER.
E ASSIM, O HOMEM MALVADO DESAPARECEU DA MEMÓRIA DE TODOS, ENQUANTO O ANDORINHÃO-PRETO CONTINUAVA A SER LEMBRADO COMO O HERÓI DA FLORESTA.