ANA E LANA ERAM DUAS IRMÃS TRAVESSAS COMO POUCAS. SEMPRE COM AS PERNAS INQUIETAS E AS MÃOS AGITADAS, DESOBEDECIAM AOS PAIS E IGNORAVAM OS CONSELHOS DOS AVÓS. SE O PAI DIZIA "NÃO SUBAM NA MESA!", LÁ ESTAVAM ELAS SALTANDO COMO SAPOS. SE A MÃE PEDIA "ARRUMEM O QUARTO!", O CHÃO FICAVA CADA VEZ MAIS COBERTO DE BRINQUEDOS. JÁ OS AVÓS, COITADOS, VIVIAM PEDINDO PACIÊNCIA DO CÉU PARA AGUENTAR AS DIABRURAS DAS NETAS.
— VOCÊS PRECISAM SE COMPORTAR, MENINAS! — AVISAVA A AVÓ.
— O QUE SERÁ DE VOCÊS SE NÃO APRENDEREM A RESPEITAR? — RESMUNGAVA O AVÔ.
MAS ANA E LANA NÃO SE IMPORTAVAM. CONTINUAVAM A FAZER O QUE BEM ENTENDIAM, ACHANDO GRAÇA EM SUAS PRÓPRIAS TRAVESSURAS.
FOI ENTÃO QUE, NUM BELO DIA, ALGO MÁGICO ACONTECEU.
A FADA DO LAR, QUE ESTAVA SEMPRE OBSERVANDO A BAGUNÇA DAS DUAS, DECIDIU QUE ERA HORA DE DAR UMA LIÇÃO. E ESSA FADA NÃO ERA COMO AS OUTRAS, CHEIA DE BRILHOS E DOÇURAS. NÃO! ELA TINHA UM JEITO MAIS... CRIATIVO DE ENSINAR AS CRIANÇAS A SE COMPORTAREM.
NUMA NOITE EM QUE ANA E LANA ESTAVAM NO AUGE DA TRAVESSURA, CORRENDO PELA CASA E DERRUBANDO TUDO O QUE VIAM PELA FRENTE, A FADA DO LAR APARECEU. ERA UMA FIGURA PEQUENA, COM ASAS FEITAS DE FOLHAS E UM VESTIDO DE PANO DE PRATO, MAS SEUS OLHOS BRILHAVAM DE SABEDORIA E DETERMINAÇÃO.
— CHEGA DE DESOBEDIÊNCIA! — DISSE A FADA COM A VOZ FIRME. — VOCÊS PRECISAM APRENDER O VALOR DO RESPEITO E DA OBEDIÊNCIA. A PARTIR DE AGORA, TERÃO QUE LIDAR COM AS CONSEQUÊNCIAS DE SEUS ATOS.
E COM UM ESTALAR DE DEDOS, ALGO MUITO ESTRANHO COMEÇOU A ACONTECER. O ROSTO DE ANA E LANA COMEÇOU A MUDAR. SEUS NARIZES FICARAM LONGOS E AMARELADOS, SUAS BOCHECHAS MACIAS E, DE REPENTE... BUM! AS DUAS ESTAVAM COM *CARAS DE BANANA*!
— AAAAAH! — GRITARAM AS MENINAS, APAVORADAS AO VEREM SEUS ROSTOS NO ESPELHO. METADE MENINA, METADE BANANA!
LANA OLHOU PARA ANA E COMEÇOU A RIR:
— HAHAHA! SUA CARA ESTÁ PARECENDO UMA FRUTA!
— OLHA QUEM FALA! — RESPONDEU ANA, JÁ IRRITADA. — VOCÊ TAMBÉM ESTÁ COM CARA DE BANANA!
ELAS TENTARAM ESFREGAR OS ROSTOS, TIRAR AQUELA "MÁSCARA" ESQUISITA, MAS NADA ADIANTAVA. ESTAVAM PRESAS NAQUILO, COM METADE DO ROSTO HUMANO E A OUTRA METADE... UMA BANANA, COM CASCA E TUDO!
OS PAIS, AO VEREM AS FILHAS COM AQUELAS CARAS, NÃO SABIAM SE RIAM OU CHORAVAM. JÁ OS AVÓS APENAS BALANÇARAM A CABEÇA, COMO QUEM JÁ SABIA QUE ALGO ASSIM IA ACONTECER UM DIA.
— TALVEZ AGORA ELAS APRENDAM! — MURMUROU O AVÔ, SABOREANDO UMA XÍCARA DE CHÁ.
AS MENINAS, DESESPERADAS, DECIDIRAM SAIR EM BUSCA DE UMA SOLUÇÃO. FORAM AO PARQUE, À ESCOLA, ATÉ AO SUPERMERCADO, MAS EM TODO LUGAR QUE IAM, AS PESSOAS APONTAVAM E RIAM DELAS. "OLHA AS MENINAS-BANANA!" DIZIAM, E ELAS SE SENTIAM CADA VEZ MAIS ENVERGONHADAS.
NINGUÉM QUERIA BRINCAR COM AS DUAS, E LOGO PERCEBERAM QUE SUA DESOBEDIÊNCIA NÃO AS TINHA LEVADO A NADA DE BOM. ESTAVAM CANSADAS DE SEREM MOTIVO DE PIADA. ENTÃO, DEPOIS DE MUITAS LÁGRIMAS E RISADAS ALHEIAS, RESOLVERAM PEDIR AJUDA.
ELAS VOLTARAM PARA CASA, ONDE A FADA DO LAR AS ESPERAVA, OBSERVANDO DE LONGE.
— FADA, POR FAVOR, NOS AJUDE! — IMPLOROU ANA, COM OS OLHOS CHEIOS DE LÁGRIMAS.
— VAMOS SER OBEDIENTES! — PROMETEU LANA, SEGURANDO A MÃO DA IRMÃ. — NÃO QUEREMOS MAIS SER MENINAS COM CARA DE BANANA!
A FADA DO LAR SORRIU, VENDO QUE FINALMENTE AS IRMÃS HAVIAM ENTENDIDO A LIÇÃO. COM OUTRO ESTALAR DE DEDOS, AS CARAS DE BANANA DESAPARECERAM, E ANA E LANA VOLTARAM AO NORMAL.
— ESPERO QUE TENHAM APRENDIDO A LIÇÃO — DISSE A FADA, COM UM TOM GENTIL, MAS FIRME. — SER OBEDIENTE E RESPEITOSO FAZ DE VOCÊS PESSOAS MELHORES. NÃO DEIXEM ISSO PARA DEPOIS.
A PARTIR DAQUELE DIA, ANA E LANA MUDARAM DE COMPORTAMENTO. PASSARAM A OUVIR OS PAIS E OS AVÓS, E SEMPRE SE LEMBRAVAM DA ÉPOCA EM QUE FORAM AS MENINAS-BANANA. E, DE VEZ EM QUANDO, UMA OU OUTRA BRINCADEIRA AINDA ESCAPAVA, MAS NUNCA MAIS FALTARAM COM O RESPEITO.
E ASSIM, A HISTÓRIA DAS MENINAS-BANANA VIROU LENDA NA CIDADE. DIZEM QUE, À NOITE, SE UMA CRIANÇA DESOBEDIENTE ESTIVER FAZENDO BAGUNÇA, PODE ATÉ SENTIR UM LEVE CHEIRO DE BANANA NO AR...