Contos doTio-Avô
Saulo Piva Romero
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SAFIRA ERA UMA JOVEM AMAZONAS CONHECIDA POR SUA CORAGEM E DESTREZA EM CAVALGAR. DESDE PEQUENA, ELA HAVIA DEMONSTRADO UMA CONEXÃO ESPECIAL COM OS CAVALOS, MAS NENHUM ERA TÃO ESPECIAL QUANTO O SEU FIEL AMIGO, O CORCEL NEGRO. ESSE CAVALO TINHA UM PORTE IMPONENTE, SEUS PELOS BRILHAVAM À LUZ DO SOL E SEUS OLHOS ERAM TÃO PROFUNDOS QUANTO A NOITE. ELE ERA INDOMÁVEL PARA TODOS, EXCETO PARA SAFIRA.

 

O CORCEL NEGRO ERA FAMOSO POR SUA FORÇA E AGILIDADE. CORRIA COMO O VENTO, E MUITOS DIZIAM QUE NINGUÉM JAMAIS CONSEGUIRIA DOMÁ-LO. MAS PARA SAFIRA, ELE NÃO PRECISAVA SER DOMADO. ELES COMPARTILHAVAM UMA AMIZADE TÃO FORTE QUE SE ENTENDIAM SEM PALAVRAS. ENQUANTO OUTROS TENTAVAM, SEM SUCESSO, MONTAR O CORCEL NEGRO, SAFIRA APENAS SE APROXIMAVA, SUSSURRAVA ALGO EM SEU OUVIDO, E ELE PRONTAMENTE ABAIXAVA A CABEÇA, PERMITINDO QUE ELA SUBISSE EM SEU DORSO.

 

ELES GALOPAVAM PELAS COLINAS E VALES, CORTANDO O VENTO COM TANTA VELOCIDADE QUE PARECIAM VOAR. O TROTE DO CORCEL NEGRO ERA SUAVE, MAS PODEROSO, E SAFIRA SE SENTIA LIVRE SEMPRE QUE ESTAVAM JUNTOS. NAQUELES MOMENTOS, TUDO PARECIA POSSÍVEL. O MUNDO ERA VASTO E CHEIO DE AVENTURAS ESPERANDO POR ELES.

 

UM DIA, ENQUANTO GALOPAVAM PELA FLORESTA, SAFIRA AVISTOU UMA TEMPESTADE SE FORMANDO NO HORIZONTE. O VENTO SOPRAVA FORTE, E AS ÁRVORES BALANÇAVAM COMO SE ESTIVESSEM SUSSURRANDO SEGREDOS ANTIGOS. O CORCEL NEGRO RELINCHOU, SENTINDO A MUDANÇA NO AR, MAS NÃO HESITOU. SAFIRA SABIA QUE, COM ELE, PODERIA ENFRENTAR QUALQUER COISA.

 

A TEMPESTADE CHEGOU RAPIDAMENTE, E O CÉU FICOU ESCURO COMO O MANTO DA NOITE. RELÂMPAGOS ILUMINAVAM O CAMINHO, E A CHUVA CAÍA TORRENCIALMENTE. MESMO ASSIM, O CORCEL NEGRO CONTINUOU FIRME, SEU TROTE IMPONENTE CORTANDO A CHUVA, E SAFIRA MANTEVE-SE CONFIANTE, SABENDO QUE, JUNTOS, ERAM INVENCÍVEIS.

 

QUANDO A TEMPESTADE FINALMENTE PASSOU, E OS PRIMEIROS RAIOS DE SOL SURGIRAM NO HORIZONTE, SAFIRA OLHOU PARA O CÉU. ELA SORRIU, GRATA POR TER UM AMIGO TÃO LEAL E CORAJOSO AO SEU LADO. SABIA QUE, NÃO IMPORTAVA O QUE O FUTURO TROUXESSE, ELA E O CORCEL NEGRO SEMPRE ESTARIAM JUNTOS, GALOPANDO LIVRES, ENFRENTANDO QUALQUER DESAFIO.

E ASSIM, SAFIRA E O CORCEL NEGRO CONTINUARAM A GALOPAR, SUAS HISTÓRIAS ECOANDO PELOS VENTOS E SE TORNANDO LENDAS. DIZIAM QUE QUANDO O SOL SE PUNHA E O CÉU ERA TINGIDO DE LARANJA, PODIAM SER VISTOS AO LONGE, SILHUETAS DE PURA LIBERDADE, DESAFIANDO OS LIMITES DA TERRA E DO TEMPO. MUITOS AINDA TENTAVAM, EM VÃO, DOMAR O IMPONENTE CORCEL NEGRO, MAS SAFIRA SABIA O SEGREDO QUE NINGUÉM MAIS ENTENDIA: ELE NÃO PRECISAVA SER CONTROLADO, PRECISAVA SER AMADO. E ERA ESSA CONFIANÇA INABALÁVEL ENTRE OS DOIS QUE OS TORNAVA INVENCÍVEIS.

 

NA ÚLTIMA LUZ DO DIA, QUANDO TUDO PARECIA SE ACALMAR, SAFIRA ACARICIAVA O PESCOÇO DO CORCEL E SUSSURRAVA: "SEGUIRÍAMOS ATÉ O FIM DO MUNDO, MEU AMIGO." E, COMO SE COMPREENDESSE CADA PALAVRA, ELE RELINCHAVA FORTE, ACELERANDO O TROTE E ABANDONANDO TUDO O QUE ERA IMPOSSÍVEL. ALI, NO GALOPE INFINITO, A EMOÇÃO ERA SEMPRE RENOVADA, COMO SE CADA CORRIDA FOSSE A PRIMEIRA, E JUNTOS, JAMAIS SERIAM VENCIDOS.

Saulo Piva Romero
Enviado por Saulo Piva Romero em 12/09/2024
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