ERA UMA TARDE NORMAL NA CASA DE DONA MAGNÓLIA. ELA ESTAVA LAVANDO A LOUÇA, CANTAROLANDO UMA MÚSICA QUE SEMPRE ACALMAVA SEUS NERVOS. TUDO ESTAVA EM PERFEITA ORDEM ATÉ QUE... PLOFT!
— AI, MEU DEUS! O QUE FOI ISSO? — EXCLAMOU DONA MAGNÓLIA, OLHANDO PARA O CANO DA PIA QUE, DE REPENTE, ESTOUROU.
A ÁGUA JORROU COM TANTA FORÇA QUE, ANTES QUE ELA PUDESSE REAGIR, FOI TRAGADA PELA CORRENTE! SIM, DONA MAGNÓLIA ENTROU PELO CANO!
— AI, AI, AI! MINHA MÃE VAI ME MATAR QUANDO SOUBER DISSO! — PENSOU SUA FILHA, BIA, OUVINDO O BARULHO DO LADO DE FORA DA COZINHA.
ENQUANTO ISSO, DENTRO DA TUBULAÇÃO, DONA MAGNÓLIA ESTAVA LITERALMENTE VIAJANDO PELOS CANOS DA CASA COMO SE FOSSE UM ESCORREGADOR DE PARQUE AQUÁTICO! ÁGUA PARA TODOS OS LADOS, REDEMOINHOS, E LÁ ESTAVA ELA, TENTANDO SE AGARRAR EM QUALQUER COISA.
— MAS O QUE É ISSO? SÓ QUERIA LAVAR A LOUÇA! — GRITAVA ELA, GIRANDO DE UM LADO PARA O OUTRO.
A CADA CURVA, ELA PASSAVA POR LUGARES ESTRANHOS. PRIMEIRO, ACABOU NUMA PARTE DA TUBULAÇÃO ONDE UM GRUPO DE RATINHOS SE REUNIA PARA TOMAR CHÁ. ELES, CLARO, FICARAM SURPRESOS AO VÊ-LA.
— COM LICENÇA, MINHA SENHORA, MAS ESTE NÃO É UM LUGAR PARA HUMANOS! — DISSE O MAIS VELHO DOS RATOS, LEVANTANDO SUA XÍCARA DE CHÁ.
— ENTREI PELO CANO, QUEM DIRIA... — SUSPIROU DONA MAGNÓLIA, BALANÇANDO A CABEÇA.
DEPOIS DE VÁRIAS CURVAS E DESCIDAS, ELA CHEGOU A UMA ESPÉCIE DE CAVERNA SUBTERRÂNEA ONDE UM GNOMO ENCANADOR, COM CHAVE INGLESA NAS MÃOS, OLHAVA IRRITADO PARA UM MONTE DE TUBOS.
— MAIS UM CANO ESTOURADO! ISSO CUSTA UMA FORTUNA PARA CONSERTAR! — RESMUNGOU O GNOMO.
— AH, É VERDADE, CUSTA MESMO! — CONCORDOU DONA MAGNÓLIA, TENTANDO MANTER A COMPOSTURA, APESAR DA SITUAÇÃO ABSURDA.
— O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI, HUMANA? — PERGUNTOU O GNOMO.
— LONGA HISTÓRIA. MAS, POR FAVOR, ME AJUDE A SAIR DAQUI! — IMPLOROU ELA.
COM UMA PISCADA RÁPIDA, O GNOMO AJUSTOU UM BOTÃO NUMA VÁLVULA MÁGICA, E ANTES QUE DONA MAGNÓLIA PUDESSE ENTENDER O QUE ESTAVA ACONTECENDO, ELA FOI SUGADA PARA O ALTO COMO SE ESTIVESSE NUMA MONTANHA-RUSSA AQUÁTICA.
BIA, QUE ESTAVA TENTANDO LIMPAR A BAGUNÇA NA COZINHA, OUVIU UM SPLASH E, DE REPENTE, DONA MAGNÓLIA CAIU DE VOLTA NA PIA, ENCHARCADA, MAS ILESA.
— MÃE! O QUE ACONTECEU?
DONA MAGNÓLIA OLHOU AO REDOR, TENTANDO SE RECOMPOR. COM UM SORRISO CANSADO, ELA RESPONDEU:
— ACHO QUE EU... ENTREI PELO CANO!
E ASSIM, COM UMA BOA DOSE DE AVENTURA E ÁGUA PARA TODOS OS LADOS, TERMINOU A LOUCA AVENTURA DE DONA MAGNÓLIA PELOS CANOS DA CASA. BIA, CLARO, NÃO SABIA SE RIA OU CHORAVA, MAS UMA COISA ERA CERTA: NUNCA MAIS ELA DESPREZARIA A PIA DA COZINHA!