NA VASTIDÃO DA FLORESTA CERRADA, ONDE O VERDE DAS ÁRVORES PARECIA SE ESTENDER ATÉ O INFINITO, HAVIA UM SEGREDO ANTIGO, CONHECIDO POR POUCOS E TEMIDO POR MUITOS. ESTA FLORESTA ERA O LAR DE UMA MAGA MISTERIOSA CHAMADA AURORA, CONHECIDA COMO A SENHORITA DOS PÁSSAROS VERMELHOS. ELA POSSUÍA UM PODER ENCANTADOR: CONTROLAVA AVES RARAS, DE PLUMAGEM RUBRA, QUE SEGUIAM SEUS COMANDOS COMO UM EXÉRCITO DISCIPLINADO.
CERTA MANHÃ, AURORA CAMINHAVA SILENCIOSAMENTE PELA FLORESTA, SEUS PÉS DESCALÇOS TOCANDO O CHÃO COBERTO DE FOLHAS SECAS SEM FAZER RUÍDO. ELA ADMIRAVA A PAISAGEM AO SEU REDOR, O BRILHO SUAVE DO SOL FILTRADO PELAS COPAS DAS ÁRVORES, A SINFONIA DISTANTE DOS ANIMAIS SELVAGENS. AO LONGE, UMA SOMBRA CRUZOU O CÉU, E AURORA SENTIU UMA PRESENÇA INCOMUM. ESTAVA PRESTES A SEGUIR SEU CAMINHO QUANDO SEUS OUVIDOS CAPTARAM UM SOM INUSITADO – UM CANTO HARMONIOSO E ENCANTADOR, VINDO DE UMA CLAREIRA ADIANTE.
INTRIGADA, A MAGA SEGUIU O SOM, PÉ ANTE PÉ, ATÉ CHEGAR A UMA ÁRVORE QUASE DESFOLHADA. LÁ, DOIS PÁSSAROS DE COR VERMELHA ESTAVAM POUSADOS NOS GALHOS. UM DELES, MAIOR E MAIS IMPONENTE, ESTAVA NO RAMO SUPERIOR, COM AS PENAS ENCRESPADAS E A CABEÇA ESTICADA. ELE CANTAVA UMA MELODIA SUAVE, QUE PARECIA ENCHER O AR COM UMA MAGIA INEBRIANTE.
AURORA OBSERVAVA, ENCANTADA, MAS MANTEVE-SE CAUTELOSA. SABIA QUE NÃO ESTAVA ALI POR ACASO. OS PÁSSAROS VERMELHOS ERAM OS GUARDIÕES DE UM TESOURO ANTIGO E PODEROSO, ESCONDIDO NO CORAÇÃO DA FLORESTA. A MELODIA QUE O LÍDER DOS PÁSSAROS ENTOAVA ERA UMA CANÇÃO DE PROTEÇÃO, UM AVISO PARA QUEM OUSASSE SE APROXIMAR.
QUANDO O SOLO TERMINOU, OS OUTROS PÁSSAROS SE JUNTARAM EM CORO, CRIANDO UMA SINFONIA CELESTIAL. POR UM BREVE MOMENTO, ELES DESCANSARAM, SALTITANDO DE GALHO EM GALHO NUMA DANÇA GRACIOSA, COMO SE ESTIVESSEM ENSAIANDO UMA QUADRILHA. A UM SINAL DO CHEFE, ELES RETOMARAM SEUS LUGARES, E O CHILREIO RECOMEÇOU COM AINDA MAIS VIGOR.
AURORA SABIA QUE PRECISAVA AGIR. SUA MISSÃO ERA RECUPERAR O TESOURO ANTES QUE CAÍSSE NAS MÃOS ERRADAS. FECHOU OS OLHOS E MURMUROU PALAVRAS ANTIGAS, CHAMANDO A ATENÇÃO DOS PÁSSAROS. COM UM GESTO DE SUA MÃO, ELES PARARAM DE CANTAR E FIXARAM SEUS OLHARES NELA.
“GUARDEM O SEGREDO DO TESOURO,” AURORA DISSE EM UM TOM SUAVE, MAS FIRME. “DEIXE-ME PASSAR E PROMETO QUE NENHUM MAL ACONTECERÁ A VOCÊS OU À FLORESTA.”
OS PÁSSAROS HESITARAM POR UM INSTANTE, MAS O CHEFE, AINDA POUSADO NO GALHO SUPERIOR, INCLINOU A CABEÇA EM SINAL DE CONCORDÂNCIA. ELES SABIAM QUE AURORA ERA UMA ALIADA DA NATUREZA, UMA PROTETORA DOS SERES DA FLORESTA. COM UM BATER DE ASAS, OS PÁSSAROS VERMELHOS ABRIRAM CAMINHO, FORMANDO UM CORREDOR DE PENAS ESCARLATES QUE LEVAVA ATÉ UMA ANTIGA ÁRVORE OCA, ESCONDIDA NAS PROFUNDEZAS DA CLAREIRA.
AURORA CAMINHOU ATÉ A ÁRVORE, SABENDO QUE ALI DENTRO ESTAVA O TESOURO QUE PROCURAVA. MAS, QUANDO SE APROXIMOU, O CHÃO COMEÇOU A TREMER. DE REPENTE, AS RAÍZES DA ÁRVORE SE ERGUERAM, REVELANDO UMA CRIATURA ENORME, UMA SERPENTE DE ESCAMAS NEGRAS E OLHOS BRILHANTES. ERA O GUARDIÃO FINAL DO TESOURO.
SEM HESITAR, AURORA LEVANTOU SUA MÃO DIREITA, E OS PÁSSAROS VERMELHOS, AGORA ALIADOS, VOARAM AO REDOR DA SERPENTE, DISTRAINDO-A COM SEUS CANTOS E MOVIMENTOS ÁGEIS. ENQUANTO A CRIATURA TENTAVA CAPTURÁ-LOS, AURORA PRONUNCIOU UM FEITIÇO PODEROSO, ENVOLVENDO A SERPENTE EM UMA LUZ DOURADA. A SERPENTE SE CONTORCEU, MAS NÃO CONSEGUIU ESCAPAR DA MAGIA DA MAGA.
FINALMENTE, COM UM ÚLTIMO GRITO, A SERPENTE DESAPARECEU, TRANSFORMADA EM POEIRA DOURADA QUE FOI LEVADA PELO VENTO. O CAMINHO PARA O TESOURO ESTAVA LIVRE.
AURORA SE APROXIMOU DA ÁRVORE OCA E, DENTRO DELA, ENCONTROU UM PEQUENO BAÚ. AO ABRI-LO, VIU UMA JOIA BRILHANTE, PULSANDO COM ENERGIA ANTIGA. ESTE ERA O CORAÇÃO DA FLORESTA, A FONTE DE VIDA QUE MANTINHA A FLORESTA EXUBERANTE E PROTEGIDA. COM CUIDADO, AURORA PEGOU A JOIA E A GUARDOU EM SEU MANTO.
“AGORA, A FLORESTA ESTÁ SEGURA,” ELA DISSE AOS PÁSSAROS, QUE POUSARAM EM SEUS OMBROS, CANTANDO EM AGRADECIMENTO.
AURORA, A SENHORITA DOS PÁSSAROS VERMELHOS, SABIA QUE SUA MISSÃO ESTAVA LONGE DE TERMINAR. MAS, NAQUELE DIA, ELA HAVIA VENCIDO MAIS UMA BATALHA EM SUA INTERMINÁVEL JORNADA PARA PROTEGER O EQUILÍBRIO DO MUNDO NATURAL.
E ASSIM, ELA DESAPARECEU NA FLORESTA, ACOMPANHADA PELO CANTO DOCE E PROTETOR DE SEUS FIÉIS COMPANHEIROS DE PLUMAGEM RUBRA.