NUMA NOITE DE TEMPESTADE, O MAR PARECIA SE REBELAR CONTRA OS CÉUS. ONDAS GIGANTES RUGIAM, RELÂMPAGOS ILUMINAVAM AS ÁGUAS ESCURAS E, NO MEIO DE TODA ESSA FÚRIA, UM NAVIO AVANÇAVA DESTEMIDO. ERA O TEMIDO *ROCHEDO DE SANGUE*, O NAVIO DO INFAME PIRATA CAPITÃO VERMELHO, CONHECIDO COMO O TERROR DOS SETE MARES. SEU OBJETIVO? CHEGAR À LENDÁRIA ILHA DA CAVEIRA LUMINOSA E ENCONTRAR O MAIOR TESOURO JÁ ESCONDIDO NOS CONFINS DO OCEANO.
MAS O QUE POUCOS SABIAM É QUE O TESOURO DA ILHA DA CAVEIRA LUMINOSA TINHA UM GUARDIÃO: TOM, O POLVO. TOM ERA UM POLVO GIGANTE, CUJOS TENTÁCULOS PODIAM SE ESTENDER POR VÁRIAS MILHAS DE OCEANO. ELE HAVIA JURADO PROTEGER O BAÚ DO TESOURO, UMA RELÍQUIA QUE PERTENCIA AOS MARES E QUE, SE CAÍSSE EM MÃOS ERRADAS, PODERIA TRAZER DESGRAÇA A TODOS OS SERES MARINHOS.
O CAPITÃO VERMELHO, OBCECADO POR RIQUEZAS E PODER, NAVEGAVA COM SEU MAPA ANTIGO, QUE INDICAVA O CAMINHO PARA O TESOURO. NO ENTANTO, O PIRATA NÃO ESTAVA SOZINHO. EM SEU NAVIO, UM DOS MARUJOS, PEDRO, CARREGAVA UM SEGREDO: ELE SABIA QUE O TESOURO QUE O CAPITÃO VERMELHO BUSCAVA JÁ HAVIA SIDO ROUBADO UMA VEZ E, COM O TESOURO, UMA MALDIÇÃO HAVIA SIDO DESENCADEADA. PEDRO, ARREPENDIDO, SABIA QUE O TESOURO PRECISAVA SER DEVOLVIDO AO SEU LEGÍTIMO GUARDIÃO.
QUANDO O *ROCHEDO DE SANGUE* CHEGOU À ILHA DA CAVEIRA LUMINOSA, UMA NÉVOA ESPESSA ENVOLVEU O NAVIO. PEDRO, EM SILÊNCIO, PREPARAVA-SE PARA A MAIOR MISSÃO DE SUA VIDA. ELE TINHA QUE DEVOLVER O TESOURO, MESMO QUE ISSO SIGNIFICASSE DESAFIAR O CAPITÃO VERMELHO E ENFRENTAR O PRÓPRIO TOM, O POLVO.
AO DESEMBARCAREM NA ILHA, OS PIRATAS SEGUIRAM O MAPA ATÉ UMA CAVERNA ESCONDIDA. O CHÃO DA CAVERNA ERA COBERTO POR MOEDAS DE OURO E JOIAS BRILHANTES, MAS NO CENTRO ESTAVA O MAIOR TESOURO DE TODOS: UM BAÚ ANTIGO, ORNAMENTADO COM CONCHAS E CORAIS, QUE PARECIA PULSAR COM UMA ENERGIA MISTERIOSA.
"FINALMENTE!" GRITOU O CAPITÃO VERMELHO, SEUS OLHOS BRILHANDO DE GANÂNCIA. "O TESOURO É MEU!"
MAS ANTES QUE ELE PUDESSE TOCAR NO BAÚ, O CHÃO COMEÇOU A TREMER. DE DENTRO DAS SOMBRAS, TOM, O POLVO, EMERGIU. SEUS OLHOS BRILHAVAM COM UMA LUZ VERDE, E SEUS TENTÁCULOS SE ERGUIAM COMO MONTANHAS DIANTE DOS PIRATAS.
"QUEM OUSA TOCAR NO TESOURO DOS SETE MARES?" A VOZ DE TOM ECOOU PELA CAVERNA, PROFUNDA E AMEAÇADORA.
OS PIRATAS TREMERAM DE MEDO, MAS O CAPITÃO VERMELHO, DESTEMIDO, SACOU SUA ESPADA. "ESSE TESOURO SERÁ MEU, NEM QUE EU TENHA QUE CORTAR CADA UM DOS SEUS TENTÁCULOS!"
PEDRO, SABENDO QUE O CONFRONTO SERIA DESASTROSO, CORREU PARA O BAÚ, COM O CORAÇÃO ACELERADO. ELE ABRIU O BAÚ E, EM UM GESTO DE ARREPENDIMENTO, COMEÇOU A DEVOLVER AS PEÇAS DE OURO E JOIAS QUE HAVIA ROUBADO ANOS ANTES.
"POR FAVOR, TOM," PEDRO IMPLOROU. "EU FUI UM TOLO AO ROUBAR ESTE TESOURO. AGORA, EU DEVOLVO O QUE É SEU. TUDO O QUE PEÇO É QUE VOCÊ NOS DEIXE PARTIR EM PAZ."
TOM OBSERVOU EM SILÊNCIO ENQUANTO PEDRO COLOCAVA AS ÚLTIMAS MOEDAS DE VOLTA NO BAÚ. O BRILHO NOS OLHOS DO POLVO COMEÇOU A DIMINUIR, E OS TENTÁCULOS QUE ANTES AMEAÇAVAM OS PIRATAS LENTAMENTE RECUARAM.
"VOCÊ MOSTROU ARREPENDIMENTO VERDADEIRO, MARUJO," DISSE TOM, SUA VOZ AGORA MAIS SUAVE. "O TESOURO PERTENCE AOS MARES E A NINGUÉM MAIS. VOLTEM PARA O NAVIO E NUNCA MAIS TENTEM ROUBAR O QUE NÃO LHES PERTENCE."
PEDRO, ALIVIADO, AGRADECEU AO POLVO E RAPIDAMENTE AJUDOU OS OUTROS PIRATAS A RECUAR. O CAPITÃO VERMELHO, FURIOSO, TENTAVA AINDA SE AGARRAR A ALGUMA RIQUEZA, MAS FOI FORÇADO A RECUAR SOB O OLHAR IMPONENTE DE TOM.
DE VOLTA AO NAVIO, PEDRO SABIA QUE HAVIA FEITO A COISA CERTA. O *ROCHEDO DE SANGUE* NAVEGOU DE VOLTA AO MAR ABERTO, MAS SEM O TESOURO QUE TANTO DESEJAVAM.
TOM, O POLVO, VOLTOU PARA SUA CAVERNA, AGORA EM PAZ, SABENDO QUE O BAÚ DO TESOURO DOS SETE MARES ESTAVA SEGURO MAIS UMA VEZ.
E ASSIM, A LENDA DO POLVO GUARDIÃO DO BAÚ DO TESOURO DOS SETE MARES CONTINUOU A SER CONTADA POR TODOS OS MARINHEIROS QUE OUSAVAM CRUZAR AQUELES MARES, UM LEMBRETE DE QUE A GANÂNCIA SEMPRE ENCONTRA UM GUARDIÃO MAIS FORTE QUE O PRÓPRIO DESEJO.