Contos doTio-Avô
Saulo Piva Romero
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NO BAIRRO DO LIMÃO, NUMA RUA CERCADA POR FRONDOSOS LIMOEIROS, VIVIA UMA MOCINHA ENCANTADORA CHAMADA TÁBATA. ELA TINHA ALGO MUITO ESPECIAL: SEUS CABELOS ERAM SEDOSOS E DE UM VIBRANTE TOM VERDE LIMÃO, SEMPRE BRILHANDO COMO RAIOS DE SOL AO AMANHECER. MAS NÃO ERA SÓ ISSO QUE A TORNAVA ÚNICA. TÁBATA EXALAVA UM SUAVE E DELICADO PERFUME DE LIMÃO, QUE ENVOLVIA TUDO AO SEU REDOR EM UMA FRAGRÂNCIA REFRESCANTE E DOCE.

 

TÁBATA MORAVA NUMA CASA CHARMOSA DE JANELAS AMPLAS, ONDE ELA ADORAVA PASSAR AS TARDES OBSERVANDO OS PASSARINHOS QUE VINHAM CANTAR NAS ÁRVORES. DE SEU QUARTO, ELA CONTEMPLAVA O PÉ DE LIMÃO DO JARDIM, CUJAS FLORES BRANCAS ESPALHAVAM UM AROMA CÍTRICO PELO AR. OS PASSARINHOS, EM SUAS VISITAS, PARECIAM ENTENDER A ALMA DA MOCINHA. ELES CANTAVAM ALEGREMENTE, MAS, POR VEZES, NOTAVAM SEU OLHAR PERDIDO, COMO SE ELA ESTIVESSE A LAMENTAR ALGO EM SILÊNCIO.

 

CERTA MANHÃ, TÁBATA VESTIU SEU VESTIDO FAVORITO, UM DELICADO MODELO EM TOM DE LIMÃO QUE PARECIA TER SIDO FEITO ESPECIALMENTE PARA ELA. CADA DETALHE DO VESTIDO REALÇAVA SUA BELEZA SUAVE E FEMININA, DESDE AS MANGAS ESVOAÇANTES ATÉ O LAÇO DE CETIM NA CINTURA. AO SAIR PARA SUA CAMINHADA DIÁRIA PELO BAIRRO, TÁBATA FOI SEGUIDA POR UMA BRISA LEVE QUE LEVAVA SEU PERFUME A TODOS OS CANTOS.

 

ENQUANTO CAMINHAVA, AS FLORES DOS LIMOEIROS AO LONGO DA RUA SE INCLINAVAM GENTILMENTE, COMO SE A CUMPRIMENTASSEM, E OS PASSARINHOS SALTITAVAM FELIZES, ENCANTADOS COM A PRESENÇA DE TÁBATA. ELA DESFILAVA GRACIOSAMENTE, SEUS PASSOS LEVES QUASE NÃO TOCANDO O CHÃO, E O SOM DE SUAS SANDÁLIAS RESSOAVA COMO UMA DOCE MELODIA.

 

NO MEIO DO CAMINHO, TÁBATA PAROU DIANTE DE UM DOS MAIORES LIMOEIROS, CUJAS FOLHAS VERDES BRILHAVAM À LUZ DO SOL. ALI, ELA SE SENTOU NA SOMBRA ACOLHEDORA, FECHOU OS OLHOS E INSPIROU PROFUNDAMENTE O AROMA DE LIMÃO QUE PREENCHIA O AR. ELA SE SENTIA EM PAZ, COMO SE ESTIVESSE NO LUGAR MAIS PERFEITO DO MUNDO.

 

DE REPENTE, UM PEQUENO PASSARINHO DE PENAS AMARELAS E VERDES POUSOU EM UM GALHO BAIXO, BEM À SUA FRENTE. ELE OLHOU FIXAMENTE PARA TÁBATA, E POR UM MOMENTO, PARECIA ENTENDER TUDO O QUE SE PASSAVA EM SEU CORAÇÃO. O PASSARINHO CANTAROLOU UMA MELODIA SUAVE, QUE FEZ TÁBATA ABRIR OS OLHOS E SORRIR. HAVIA ALGO MÁGICO NAQUELE MOMENTO, COMO SE O PASSARINHO TIVESSE VINDO APENAS PARA CONFORTÁ-LA.

 

"O QUE SERÁ QUE VOCÊ QUER ME DIZER, PEQUENO AMIGO?" TÁBATA PERGUNTOU COM TERNURA.

 

O PASSARINHO, EM RESPOSTA, VOOU PARA MAIS PERTO, POUSANDO NO OMBRO DA MOCINHA, E COMEÇOU A BRINCAR COM UMA MECHA DE SEUS CABELOS VERDES LIMÃO. TÁBATA RIU, SENTINDO A LEVEZA NO CORAÇÃO QUE SÓ AQUELE PERFUME, AQUELE BAIRRO, E A COMPANHIA DOS PASSARINHOS PODIAM TRAZER.

 

ERA COMO SE A NATUREZA AO SEU REDOR ESTIVESSE EM PERFEITA HARMONIA COM ELA, COMPARTILHANDO SEGREDOS QUE SÓ UMA ALMA TÃO PURA E FEMININA PODERIA ENTENDER. CADA FLOR, CADA FOLHA, E CADA PÁSSARO NO BAIRRO DO LIMÃO PARECIAM FAZER PARTE DE UM GRANDE E DOCE ABRAÇO.

 

E ASSIM, TÁBATA PASSOU AQUELE DIA ESPECIAL, CERCADA PELO SUAVE PERFUME DE LIMÃO, QUE NÃO APENAS EMANAVA DE SUA PELE, MAS TAMBÉM DE SEU CORAÇÃO. ALI, ENTRE OS LIMOEIROS E OS PASSARINHOS, ELA DESCOBRIU QUE A BELEZA DE SUA VIDA ESTAVA NOS PEQUENOS MOMENTOS, NAS COISAS SIMPLES QUE FAZIAM SEU CORAÇÃO BATER MAIS FORTE.

 

E DESDE ENTÃO, SEMPRE QUE OLHAVA PARA O PASSARINHO NO PÉ DE LIMÃO, ELA SABIA QUE, MESMO EM SEUS MOMENTOS DE SILÊNCIO, A NATUREZA AO SEU REDOR ESTAVA LÁ, OBSERVANDO-A COM CARINHO, PRONTA PARA ENCHÊ-LA DE ALEGRIA E PERFUME DE LIMÃO.

Saulo Piva Romero
Enviado por Saulo Piva Romero em 29/08/2024
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