NUMA ENSEADA TRANQUILA, ONDE AS ONDAS DANÇAVAM SUAVEMENTE NA AREIA, VIVIA UMA SEREIA CHAMADA EVELISE. SUA CAUDA BRILHAVA COM AS CORES DO ARCO-ÍRIS, E SEUS CABELOS ERAM TÃO LONGOS E ONDULADOS QUANTO AS PRÓPRIAS ÁGUAS DO MAR. EVELISE ERA CONHECIDA POR SUA VOZ ENCANTADORA, QUE RESSOAVA COMO O SOM DE UMA CONCHA AO OUVIDO, SUAVE E MELODIOSA.
UM DIA, ENQUANTO BRINCAVA COM OS PEIXINHOS DOURADOS PERTO DE UM RECIFE DE CORAIS, EVELISE ENCONTROU UMA CONCHA DIFERENTE DE TODAS AS OUTRAS. ERA GRANDE E RELUZENTE, COMO SE FOSSE FEITA DE PÉROLAS. AO TOCÁ-LA, SENTIU UMA ENERGIA ESPECIAL, COMO SE A CONCHA GUARDASSE UM SEGREDO PROFUNDO.
CURIOSA, EVELISE LEVOU A CONCHA ATÉ A MARGEM DO MAR, ONDE AS ONDAS SUSSURRAVAM HISTÓRIAS ANTIGAS. ELA SE SENTOU NA AREIA, ABRIU A CONCHA E, PARA SUA SURPRESA, DE DENTRO DELA SAIU UMA PEQUENA GOTA D’ÁGUA QUE FORMOU UM ARCO-ÍRIS AO TOCAR A LUZ DO SOL. MAS, AO CONTRÁRIO DE QUALQUER ARCO-ÍRIS QUE EVELISE JÁ TINHA VISTO, ESSE NÃO DESAPARECEU. ELE FICOU ALI, SUSPENSO NO AR, ILUMINANDO TODA A ENSEADA.
"ESSE É UM PRESENTE DOS MARES PARA VOCÊ, EVELISE", DISSE UMA VOZ SUAVE QUE VINHA DO FUNDO DA CONCHA. "DENTRO DE VOCÊ HÁ UM AMOR TÃO PROFUNDO QUANTO O OCEANO, E ESSE ARCO-ÍRIS É O REFLEXO DESSE AMOR."
EVELISE SORRIU, ENCANTADA COM O PRESENTE. ELA SEMPRE SONHARA EM ENCONTRAR UM AMOR QUE FOSSE TÃO GRANDE QUANTO O MAR, E ALI ESTAVA A RESPOSTA, EM SUA PRÓPRIA CONCHA MÁGICA. MAS EVELISE NÃO ERA APENAS UMA SEREIA SONHADORA; ELA SABIA QUE, ASSIM COMO AS ONDAS PODEM SER CALMAS E GENTIS, TAMBÉM PODEM SE TORNAR TEMPESTUOSAS. E, POR ISSO, ELA ENTENDIA A IMPORTÂNCIA DE RESPEITAR AS FORÇAS DA NATUREZA.
UM DIA, ENQUANTO EVELISE OBSERVAVA O MAR AO LONGE, VIU UM PEQUENO BARCO LUTANDO CONTRA UMA TEMPESTADE QUE SE APROXIMAVA. DENTRO DO BARCO, ESTAVA UM JOVEM MARINHEIRO QUE, APESAR DA TEMPESTADE, MANTINHA A CALMA, GUIANDO O BARCO COM SABEDORIA. ELE HAVIA APRENDIDO QUE O MAR É IMPREVISÍVEL E DEVE SER TRATADO COM RESPEITO.
EVELISE, COM SUA CONCHA MÁGICA, DECIDIU AJUDAR. ELA ERGUEU A CONCHA AO CÉU, E O ARCO-ÍRIS BRILHOU INTENSAMENTE, ACALMANDO AS ÁGUAS AO REDOR DO BARCO. O MARINHEIRO OLHOU PARA O ARCO-ÍRIS E SORRIU, RECONHECENDO A AJUDA VINDA DO FUNDO DO MAR.
DEPOIS DA TEMPESTADE, O MARINHEIRO ATRACOU SEU BARCO NA ENSEADA, ONDE EVELISE O ESPERAVA NA BEIRA DA PRAIA. ELES SE OLHARAM, E NAQUELE MOMENTO, AMBOS SABIAM QUE HAVIAM ENCONTRADO ALGO ESPECIAL. EVELISE OFERECEU AO MARINHEIRO SUA CONCHA PEROLADA, E ELE, EM TROCA, LHE DEU UMA PEQUENA ESTRELA DO MAR QUE HAVIA ENCONTRADO EM SUAS VIAGENS.
E ASSIM, EVELISE E O MARINHEIRO SE TORNARAM AMIGOS, COMPARTILHANDO SUAS HISTÓRIAS E AVENTURAS. ELA, NO FUNDO DO MAR, COM SUA CONCHA MÁGICA; ELE, NAVEGANDO PELOS SETE MARES, SEMPRE RESPEITANDO AS ÁGUAS E SUAS CRIATURAS. E EMBORA EVELISE SOUBESSE QUE SEU LAR ERA O MAR E QUE SEU JARDIM ERA A AREIA, ELA ENCONTROU NO MARINHEIRO UM AMIGO QUE COMPREENDIA A PROFUNDIDADE DE SEU MUNDO.
E, EM CADA ENTARDECER, QUANDO AS ONDAS DANÇAVAM AO SOM DO VENTO, EVELISE CANTAVA SUA CANÇÃO PARA O MARINHEIRO, NÃO PARA ENCANTÁ-LO, MAS PARA LEMBRÁ-LO DO LAÇO ESPECIAL QUE UNIA A SEREIA DO MAR E O MARINHEIRO DA TERRA.