Contos doTio-Avô
Saulo Piva Romero
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ERA UMA VEZ NOVE AVENTUREIROS, CONDUZINDO SEUS DROMEDÁRIOS ATRAVÉS DAS VASTIDÕES DOURADAS DO DESERTO, BUSCAVAM UM SONHO ANTIGO E DISTANTE: A MÍTICA CIDADE DE BURDIJU ALAMASSI. DIZIAM AS LENDAS QUE ESSA CIDADE, ANINHADA ENTRE AS DUNAS ESCALDANTES, ERA UM ESPLENDOR DE CRISTAL E METAIS PRECIOSOS, UM VERDADEIRO "EL DOURADO" DAS ARÁBIAS.

 

O CALOR ABRASADOR E A FALTA DE SOMBRAS TORNAVAM A JORNADA PENOSA. OS DIAS SE ESTENDIAM SOB O SOL IMPLACÁVEL, E AS NOITES ERAM FRIAS COMO GELO. O ESTOQUE DE SUPRIMENTOS COMEÇOU A DIMINUIR: A COMIDA ERA RACIONADA E A ÁGUA SE TERA UMA ORNAVA ESCASSA. ALGUNS HOMENS SUSSURRAVAM QUE ESTAVAM ATRÁS DE UMA MIRAGEM, UMA LENDA QUE PODERIA SER NADA MAIS QUE UMA FÁBULA DO DESERTO.

 

"NÃO VAMOS DESISTIR AGORA," DISSE AMIR, O MAIS VELHO E O LÍDER DA EXPEDIÇÃO. SEU ROSTO MARCADO PELO TEMPO MOSTRAVA DETERMINAÇÃO. "SE BURDIJU ALAMASSI EXISTE, NÓS A ENCONTRAREMOS."

 

A CADA DIA, O CAMINHO SE TORNAVA MAIS ÁRDUO. AS DUNAS ALTAS COMO MONTANHAS PARECIAM SE MULTIPLICAR, DESAFIANDO OS HOMENS A CADA PASSO. EVENTUALMENTE, O TERRENO TORNOU-SE TÃO ACIDENTADO QUE OS DROMEDÁRIOS NÃO PODIAM PROSSEGUIR. DOIS DOS MAIS JOVENS DO GRUPO DECIDIRAM FICAR PARA TRÁS, MONTANDO UM PEQUENO ACAMPAMENTO PARA CUIDAR DOS ANIMAIS.

 

OS SETE RESTANTES SEGUIRAM A PÉ, ENCARANDO ROCHAS AFIADAS E ESPINHOS TRAIÇOEIROS. SEUS PÉS, EMBORA PROTEGIDOS POR BOTAS ROBUSTAS, SENTIAM CADA PEDREGULHO, CADA GRÃO DE AREIA QUE OUSAVA ENTRAR. A NOITE CAIU, MAS ELES SEGUIRAM ADIANTE, MOVIDOS PELA ESPERANÇA E PELA PROMESSA DE UMA RECOMPENSA INIMAGINÁVEL.

 

COM O PRIMEIRO RAIAR DO SOL, O DESERTO COMEÇOU A SE REVELAR EM TONS DE LARANJA E VERMELHO. NO HORIZONTE, ALGO RELUZIA DE FORMA DESLUMBRANTE, COMO SE O PRÓPRIO CÉU TIVESSE DESCIDO PARA TOCAR A TERRA. BURDIJU ALAMASSI, A CIDADE DE CRISTAL, ESTAVA DIANTE DELES.

 

OS VIAJANTES SE DETIVERAM POR UM MOMENTO, ADMIRADOS. A CIDADE BRILHAVA MAIS DO QUE QUALQUER COISA QUE JÁ HAVIAM VISTO, SUAS TORRES E CÚPULAS REFLETINDO A LUZ DO SOL COMO DIAMANTES. AO REDOR DA CIDADE, UM LAGO DE ÁGUAS LÍMPIDAS E CALMAS CIRCUNDAVA TODA A EXTENSÃO, COMO SE PROTEGESSE AQUELE TESOURO DO RESTO DO MUNDO.

 

"CUIDADO, AMIGOS," ADVERTIU AMIR. "MUITAS VEZES, O QUE BRILHA NO DESERTO PODE SER UMA ARMADILHA DOS DEUSES."

 

MESMO ASSIM, COM OS CORAÇÕES BATENDO ACELERADOS, OS SETE HOMENS APROXIMARAM-SE DA CIDADE. CADA PASSO ERA UMA MISTURA DE EUFORIA E APREENSÃO. AO CHEGAREM À MARGEM DO LAGO, PERCEBERAM QUE A ÁGUA ERA TÃO PURA QUE REFLETIA SEUS ROSTOS COMO UM ESPELHO.

 

"ESTE É O NOSSO DESTINO," DISSE AMIR, COM A VOZ EMBARGADA PELA EMOÇÃO. "BURDIJU ALAMASSI É REAL. E SOMOS NÓS QUE A ENCONTRAMOS."

 

COM ESSE PENSAMENTO, ATRAVESSARAM AS ÁGUAS RASAS DO LAGO, CHEGANDO ÀS PORTAS DE CRISTAL DA CIDADE. NAQUELE MOMENTO, PERCEBERAM QUE SUA JORNADA NÃO FORA EM VÃO. A LENDA DE BURDIJU ALAMASSI, TÃO DISTANTE E ILUSÓRIA, ERA AGORA UMA REALIDADE BRILHANTE DIANTE DELES. E OS HOMENS, ANTES CANSADOS E DESANIMADOS, ENCONTRARAM RENOVAÇÃO NA DESCOBERTA DA BELÍSSIMA CIDADE DE CRISTAL

Saulo Piva Romero
Enviado por Saulo Piva Romero em 15/08/2024
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