ERA UMA MANHÃ ENSOLARADA NO CORAÇÃO DA FLORESTA, ONDE O URSO PAI, CHAMADO BRUTUS, E SEU FILHO, URSINHO, SAÍRAM PARA UM PASSEIO EM BUSCA DE ALIMENTO. O BOSQUE ESTAVA REPLETO DE AROMAS FRESCOS E SONS DE PÁSSAROS CANTANDO, CRIANDO UM AMBIENTE PERFEITO PARA A AVENTURA.
ENQUANTO CAMINHAVAM, BRUTUS ENSINAVA URSINHO SOBRE AS DIFERENTES PLANTAS E OS MELHORES LUGARES PARA ENCONTRAR FRUTAS E MEL. URSINHO, COM SEUS OLHOS BRILHANTES E CURIOSIDADE INFINITA, ABSORVIA CADA PALAVRA, ANIMADO PARA APRENDER COM SEU PAI.
DE REPENTE, BRUTUS LEVANTOU O FOCINHO, FAREJANDO ALGO NO AR. "SENTE ISSO, URSINHO?", PERGUNTOU ELE. "É O CHEIRO DE COMIDA."
OS DOIS SEGUIRAM O AROMA ATÉ CHEGAREM A UM ACAMPAMENTO ABANDONADO. BRUTUS OBSERVOU ATENTAMENTE, CERTIFICANDO-SE DE QUE NÃO HAVIA NINGUÉM POR PERTO. AO LADO DE UMA FOGUEIRA, ENCONTRARAM UMA PANELA CHEIA DE UMA REFEIÇÃO SUCULENTA.
"OLHA SÓ, PAPAI!", EXCLAMOU URSINHO, SEUS OLHOS ARREGALADOS DE FOME.
"VAMOS APROVEITAR ENQUANTO NÃO HÁ NINGUÉM AQUI", DISSE BRUTUS, PEGANDO A PANELA COM SUAS GRANDES PATAS. ELE A SEGUROU COM FORÇA CONTRA O PEITO E COMEÇOU A DEVORAR A COMIDA. NO ENTANTO, EM SUA PRESSA E FOME, BRUTUS NÃO PERCEBEU O CALOR INTENSO DA PANELA.
"AI!", RUGIU BRUTUS DE DOR. O CALOR ESTAVA QUEIMANDO SUAS PATAS E SEU PEITO, MAS ELE INTERPRETOU A DOR COMO ALGO TENTANDO ROUBAR-LHE A COMIDA. DESESPERADO, APERTOU AINDA MAIS A PANELA CONTRA SI, AUMENTANDO A INTENSIDADE DAS QUEIMADURAS.
URSINHO, ASSUSTADO, TENTOU AJUDAR. "PAPAI, LARGUE A PANELA! ESTÁ TE MACHUCANDO!"
MAS BRUTUS, CEGADO PELA DOR E PELO MEDO DE PERDER A COMIDA, RUGIA AINDA MAIS ALTO E APERTAVA A PANELA COM MAIS FORÇA. SEUS RUGIDOS ECOARAM PELA FLORESTA, ENQUANTO A DOR SÓ AUMENTAVA.
QUANDO OS CAÇADORES DO ACAMPAMENTO RETORNARAM, ENCONTRARAM BRUTUS CAÍDO NO CHÃO, JÁ SEM VIDA, AINDA AGARRADO À PANELA, COM UMA EXPRESSÃO DE AGONIA NO ROSTO.
URSINHO, TRISTE E CONFUSO, SE LEMBROU DAS ÚLTIMAS PALAVRAS DE SEU PAI. ELE PERCEBEU QUE, ÀS VEZES, NOS APEGAMOS A COISAS QUE PARECEM ESSENCIAIS PARA NOSSA VIDA, MAS QUE NA VERDADE SÓ NOS CAUSAM DOR.