Contos doTio-Avô
Saulo Piva Romero
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 ERA UMA VEZ, NUM VALE ENCANTADO, UM UNICÓRNIO CHAMADO CONRADO. ELE ERA UM SER MAJESTOSO, COM UMA PELAGEM BRANCA COMO A NEVE E BRILHANTE COMO PRATA. SEU CHIFRE, QUE ESPIRALAVA EM DIREÇÃO AO CÉU, EMANAVA UMA LUZ SUAVE E ENCANTADOR. ELE TAMBÉM TINHA UMA BARBICHA DE BODE E CASCOS DIVIDIDOS, QUE O TORNAVAM AINDA MAIS ESPECIAL. SEUS CASCOS ERAM ADORNADOS POR PELOS LISOS E ABUNDANTES, QUE DANÇAVAM AO VENTO ENQUANTO ELE TROTAVA PELO CAMPO.

 

CONRADO ERA CONHECIDO POR TODOS OS HABITANTES DO VALE COMO UMA CRIATURA DE TEMPERAMENTO DÓCIL E GENTIL. ELE PASSAVA SEUS DIAS PASTANDO TRANQUILAMENTE NOS CAMPOS VERDES, SEM CAUSAR NENHUM MAL A NINGUÉM. AS FLORES PARECIAM FLORESCER COM MAIS VIGOR ONDE ELE PASSAVA, E OS RIACHOS BRILHAVAM COM UM BRILHO ESPECIAL SOB SUA PRESENÇA.

 

MAS NÃO ERA SÓ A SUA APARÊNCIA QUE TORNAVA CONRADO ÚNICO. SEU CHIFRE E PELOS TINHAM PROPRIEDADES CURATIVAS PODEROSAS. UMA GOTA DA ESSÊNCIA DO SEU CHIFRE PODERIA CURAR QUALQUER FERIDA, E UM FIO DOS SEUS PELOS PODERIA ALIVIAR QUALQUER DOR. POR ISSO, CAÇADORES GANANCIOSOS DESEJAVAM CAPTURÁ-LO, NA ESPERANÇA DE VENDER SUAS PARTES POR RIQUEZAS INCALCULÁVEIS.

 

NO ENTANTO, ELE ERA UM UNICÓRNIO EXTREMAMENTE VELOZ E FORTE. QUANDO SENTIA O PERIGO, ELE DESAPARECIA COMO UM RELÂMPAGO, DEIXANDO OS CAÇADORES ATÔNITOS E FRUSTRADOS. NENHUM HUMANO JAMAIS CONSEGUIU CAPTURÁ-LO, POIS ALÉM DE SUA VELOCIDADE, ELE TINHA UM SEXTO SENTIDO PARA DETECTAR A MALDADE NOS CORAÇÕES DOS HOMENS.

 

CERTA MANHÃ, ENQUANTO ELE PASTAVA PERTO DE UM RIACHO CRISTALINO, ELE OUVIU UM CHORO SUAVE VINDO DA FLORESTA. CURIOSO E PREOCUPADO, ELE SEGUIU O SOM ATÉ ENCONTRAR UMA PEQUENA GAROTA SENTADA DEBAIXO DE UMA ÁRVORE, COM LÁGRIMAS ESCORRENDO PELO ROSTO

— O QUE HOUVE, PEQUENA? — PERGUNTOU CONRADO, APROXIMANDO-SE DELA.

 

A MENINA, ASSUSTADA, RECUOU POR UM MOMENTO, MAS A PRESENÇA CALMA E GENTIL DE CONRADO A TRANQUILIZOU. ELA ENXUGOU AS LÁGRIMAS E EXPLICOU:

 

— MEU NOME É CLARA. EU ME PERDI NA FLORESTA E ESTOU COM MEDO. NÃO CONSIGO ENCONTRAR O CAMINHO DE VOLTA PARA CASA.

 

CONRADO SORRIU SUAVEMENTE E DISSE:

 

— NÃO SE PREOCUPE, CLARA. VOU TE LEVAR DE VOLTA PARA CASA. SUBA NAS MINHAS COSTAS E SEGURE-SE FIRME.

 

COM CLARA SEGURA EM SEU DORSO, ELE CORREU PELO VALE COM A VELOCIDADE DO VENTO. A MENINA SENTIU O CABELO SER ACARICIADO PELA BRISA E O CORAÇÃO CHEIO DE ESPERANÇA. EM POUCO TEMPO, ELES CHEGARAM À VILA DE CLARA, ONDE SEUS PAIS A RECEBERAM COM LÁGRIMAS DE ALEGRIA E ALÍVIO.

 

— OBRIGADO, GENTIL UNICÓRNIO! — DISSE O PAI DE CLARA. — COMO PODEMOS RETRIBUIR SUA BONDADE?

 

CONRADO BALANÇOU A CABEÇA E RESPONDEU:

 

— NÃO PRECISO DE NADA EM TROCA. APENAS LEMBREM-SE DE CUIDAR BEM DA NATUREZA E RESPEITAR TODAS AS CRIATURAS QUE AQUI VIVEM.

 

E ASSIM, COM UM ÚLTIMO OLHAR CARINHOSO PARA CLARA, ELE DESAPARECEU NA FLORESTA, VOLTANDO AO SEU LAR TRANQUILO NO VALE. A HISTÓRIA DE SUA GENTILEZA E PODER CURATIVO ESPALHOU-SE POR TODAS AS TERRAS, E ELE CONTINUOU A SER UM GUARDIÃO SILENCIOSO E PROTETOR DA NATUREZA, IMPOSSÍVEL DE CAPTURAR E SEMPRE PRONTO PARA AJUDAR AQUELES QUE PRECISAVAM.

 

E ASSIM, O UNICÓRNIO ENCANTADO, VIVEU FELIZ, CORRENDO LIVREMENTE PELOS CAMPOS, SEMPRE A BRILHAR COMO A ESPERANÇA NO CORAÇÃO DE TODOS QUE CONHECIAM SUA LENDA.

Saulo Piva Romero
Enviado por Saulo Piva Romero em 07/08/2024
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