Contos doTio-Avô
Saulo Piva Romero
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NA FAZENDA ENCANTO DOURADO, VIVIA UMA PAVOA CHAMADA PAITÊ. PAITÊ NÃO ERA UMA PAVOA QUALQUER; ELA ERA EMPODERADA E SEMPRE ANDAVA EM CIMA DO SALTO, NÃO IMPORTANDO A SITUAÇÃO. SUAS PENAS BRILHAVAM COMO JOIAS AO SOL, E SEU PORTE ALTIVO FAZIA TODOS OS ANIMAIS DA FAZENDA SE CURVAREM EM ADMIRAÇÃO.

 

PAITÊ SABIA MUITO BEM O QUE QUERIA E O QUE NÃO QUERIA. ELA CONHECIA SUAS POTENCIALIDADES E SEUS LIMITES, E ISSO A TORNAVA AINDA MAIS PODEROSA. QUANDO ALGUM PAVÃO TENTAVA CANTAR DE GALO, PAITÊ LOGO ASSUMIA AS RÉDEAS DA SITUAÇÃO.

 

— COM LICENÇA, ALFREDO — DISSE ELA UM DIA AO PAVÃO MAIS EXIBIDO DA FAZENDA. — SEU CANTO ESTÁ MUITO DESAFINADO HOJE. QUE TAL DAR UM TEMPO E DEIXAR OS OUTROS ANIMAIS DESFRUTAREM DA MANHÃ EM PAZ?

 

ALFREDO, QUE NORMALMENTE ADORAVA SE EXIBIR, FICOU SEM PALAVRAS. ELE SABIA QUE PAITÊ TINHA RAZÃO E QUE ENFRENTÁ-LA NÃO SERIA UMA BOA IDEIA.

 

PAITÊ ANDAVA PELA FAZENDA COM SUAS PENAS COLORIDAS, DESFILANDO EM CIMA DO SALTO COMO SE ESTIVESSE EM UMA PASSARELA. TODOS OS ANIMAIS OBSERVAVAM, FASCINADOS. QUANDO ELA DIZIA NÃO, ERA UM NÃO FIRME E DECIDIDO, SEM ESPAÇO PARA DISCUSSÕES.

 

— PAITÊ, VOCÊ PODERIA NOS AJUDAR COM A LIMPEZA DO CELEIRO HOJE? — PERGUNTOU DONA MARICOTA, A DONA DA FAZENDA.

 

— NÃO HOJE, DONA MARICOTA. TENHO OUTRAS RESPONSABILIDADES QUE PRECISAM DA MINHA ATENÇÃO. MAS POSSO AJUDAR AMANHÃ DE MANHÃ — RESPONDEU PAITÊ, COM A MESMA GENTILEZA QUE SEMPRE CARREGAVA EM SUAS PALAVRAS.

 

E ASSIM, PAITÊ MOSTRAVA SUA AUTONOMIA E CORAGEM. NÃO ERA APENAS SOBRE DIZER NÃO, MAS SOBRE SABER EXATAMENTE QUANDO E COMO FAZER ISSO. SUA CONFIANÇA ERA INSPIRADORA, E OS OUTROS ANIMAIS COMEÇARAM A APRENDER COM ELA A IMPORTÂNCIA DE SE CONHECER E RESPEITAR SEUS PRÓPRIOS LIMITES.

 

UMA TARDE, ENQUANTO PAITÊ DESFILAVA PELO CAMPO, VIU UMA PEQUENA CORUJA CHAMADA OLÍVIA TENTANDO CARREGAR UMA PILHA DE GRAVETOS PARA SEU NINHO. A PILHA ERA MUITO PESADA PARA A PEQUENA CORUJA.

 

— OLÍVIA, POSSO AJUDAR VOCÊ COM ISSO? — OFERECEU PAITÊ, INCLINANDO A CABEÇA DE FORMA ELEGANTE.

 

— OH, OBRIGADA, PAITÊ! EU ESTAVA REALMENTE PRECISANDO DE AJUDA — DISSE OLÍVIA, ALIVIADA.

 

PAITÊ, COM SUA FORÇA E DETERMINAÇÃO, AJUDOU A CORUJA A LEVAR OS GRAVETOS PARA O NINHO, MOSTRANDO QUE SEU EMPODERAMENTO TAMBÉM VINHA DA SUA DISPOSIÇÃO EM AJUDAR OS OUTROS QUANDO NECESSÁRIO.

 

NAQUELA NOITE, ENQUANTO TODOS OS ANIMAIS SE REUNIAM PARA ADMIRAR O PÔR DO SOL, PAITÊ SE SENTIU GRATA POR SUA VIDA NA FAZENDA ENCANTO DOURADO. ELA SABIA QUE SEU PODER VINHA DE DENTRO, DE SUA CAPACIDADE DE SE CONHECER E DE FAZER SUAS VONTADES VALEREM. E, ENQUANTO DESFILAVA EM CIMA DO SALTO SOB O CÉU ESTRELADO, NENHUM PAVÃO SE ATREVIA A CANTAR DE GALO NA FAZENDA.

 

PAITÊ ERA, SEM DÚVIDA, UMA PAVOA EMPODERADA E ADMIRADA POR TODOS, MOSTRANDO QUE VERDADEIRA FORÇA E AUTONOMIA VÊM DE SABER QUEM SOMOS E DO RESPEITO QUE TEMOS POR NÓS MESMOS E PELOS OUTROS.

 

E ASSIM, PAITÊ CONTINUOU A ANDAR EM CIMA DO SALTO, FIRME E FORTE, PODEROSA EM TODOS OS MOMENTOS DA SUA VIDA.

Saulo Piva Romero
Enviado por Saulo Piva Romero em 31/07/2024
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