ERA UMA VEZ UM COELHO CHAMADO TÉO, CONHECIDO NA FLORESTA POR SER O MELHOR FABRICANTE DE OVOS DE PÁSCOA. CADA ANO, ELE ENCHIA OS NINHOS DAS CRIANÇAS COM OS OVOS MAIS DELICIOSOS E COLORIDOS. NO ENTANTO, TÉO TINHA UM SEGREDO: ELE GOSTAVA DE CONSUMIR CENOURAS EXAGERADAMENTE E ACABOU GASTANDO TODO O DINHEIRO QUE TINHA GUARDADO PARA A FABRICAÇÃO DOS OVOS DE PÁSCOA.
COM A PÁSCOA SE APROXIMANDO RAPIDAMENTE, TOBIAS ENTROU EM PÂNICO. ELE NÃO PODIA DECEPCIONAR AS CRIANÇAS! DESESPERADO, TEVE UMA IDEIA OUSADA: ROUBAR ALGUNS OVOS DOS NINHOS DE SEUS MAIORES INIMIGOS, A ÁGUIA, O GAVIÃO, O FALCÃO E A CORUJA.
NA CALADA DA NOITE, TOBIAS COMEÇOU SUA MISSÃO ARRISCADA. PRIMEIRO, ELE SURRUPIOU ALGUNS OVOS DA ÁGUIA ENQUANTO ELA DORMIA PROFUNDAMENTE. DEPOIS, DESLIZOU ATÉ O NINHO DO GAVIÃO E PEGOU ALGUNS OVOS SEM SER VISTO. EM SEGUIDA, SUBIU SILENCIOSAMENTE ATÉ O NINHO DO FALCÃO E LEVOU ALGUNS OVOS BRILHANTES. POR ÚLTIMO, ESGUEIROU-SE ATÉ A ÁRVORE DA CORUJA E, COM TODO O CUIDADO, PEGOU OS OVOS MAIS BONITOS.
TUDO PARECIA ESTAR INDO CONFORME O PLANO ATÉ QUE, DE REPENTE, ELE OUVIU UM UIVO ATERRORIZANTE. A ÁGUIA HAVIA ACORDADO E DESCOBERTO O ROUBO. COM UM GRASNIDO FURIOSO, ELA CHAMOU O GAVIÃO, O FALCÃO E A CORUJA. JUNTOS, OS QUATRO PREDADORES DECIDIRAM CAÇAR O COELHO LARÁPIO.
TÉO SABIA QUE NÃO TINHA COMO ESCAPAR. SEUS INIMIGOS ERAM RÁPIDOS E ASTUTOS. ENTÃO, ELE BOLOU UM PLANO BRILHANTE: DISFARÇAR-SE. COM PRESSA, VESTIU UMA FANTASIA DE TIGRE QUE TINHA GUARDADA DE UMA FESTA À FANTASIA DO ANO ANTERIOR. ELE SABIA QUE NENHUM DOS SEUS INIMIGOS OUSARIA MACHUCAR UM TIGRE.
COM O CORAÇÃO ACELERADO, TÉO VESTIU A FANTASIA E SE OLHOU NO ESPELHO. ESTAVA PERFEITO! ELE PARECIA UM TIGRE DE VERDADE, COM LISTRAS LARANJAS E PRETAS E ATÉ MESMO UM RABO FELPUDO.
QUANDO A ÁGUIA, O GAVIÃO O FALCÃO E A CORUJA CHEGARAM À TOCA DE TÉO, ENCONTRARAM UM TIGRE FEROZ EM VEZ DE UM COELHO INDEFESO.
— QUEM É VOCÊ? — PERGUNTOU A ÁGUIA, DESCONFIADA. — EU SOU O TIGREZINHO, O NOVO MORADOR DA FLORESTA! — DISSE TOBIAS, TENTANDO PARECER O MAIS AMEAÇADOR POSSÍVEL.
OS INIMIGOS SE ENTREOLHARAM, CONFUSOS E ASSUSTADOS.
— DESCULPE-NOS, TIGREZINHO. PENSAMOS QUE HAVIA UM COELHO LARÁPIO POR AQUI, MAS CLARAMENTE NOS ENGANAMOS — DISSE A CORUJA, TENTANDO ESCONDER O MEDO EM SUA VOZ.
É MELHOR VOCÊS IREM EMBORA E NÃO VOLTAREM MAIS! — ROSNOU TÉO, MOSTRANDO OS DENTES AFIADOS DE SUA FANTASIA.
OS QUATRO PREDADORES SAÍRAM CORRENDO, SEM OLHAR PARA TRÁS. TÉO SUSPIROU DE ALÍVIO E RAPIDAMENTE DISTRIBUIU OS OVOS ROUBADOS PELAS CASAS DAS CRIANÇAS. ELE SABIA QUE HAVIA FEITO ALGO ERRADO, MAS NÃO PODIA SUPORTAR A IDEIA DE ESTRAGAR A PÁSCOA DAS CRIANÇAS.
NA MANHÃ SEGUINTE, A FLORESTA ESTAVA CHEIA DE RISOS E ALEGRIA ENQUANTO AS CRIANÇAS ENCONTRAVAM OS OVOS DE PÁSCOA. TÉO, AINDA DISFARÇADO DE TIGRE, OBSERVAVA DE LONGE, SATISFEITO POR TER SALVADO A PÁSCOA, MESMO QUE DE UM JEITO UM TANTO DESONESTO.
E ASSIM, TÉO APRENDEU UMA LIÇÃO VALIOSA SOBRE RESPONSABILIDADE E A IMPORTÂNCIA DE NÃO GASTAR O QUE SE TEM DE MANEIRA IMPRUDENTE. E PROMETEU A SI MESMO QUE, NO PRÓXIMO ANO, FARIA TUDO DE FORMA CORRETA, SEM PRECISAR SE DISFARÇAR NOVAMENTE.
E, DE CERTA FORMA, FOI UMA PÁSCOA INESQUECÍVEL PARA TODOS, INCLUINDO TÉO, O COELHO DISFARÇADO DE TIGRE.