Contos doTio-Avô
Saulo Piva Romero
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ERA UMA VEZ, NA SOMBRIA FLORESTA NEGRA, UM PORCO-ESPINHO CHAMADO PIERRE. PIERRE ERA CONHECIDO POR SUA BONDADE E PELO CARINHO QUE TINHA POR SEUS AMIGOS. ENTRETANTO, UM INVERNO RIGOROSO TROUXE UMA NEVASCA DEVASTADORA, QUE TIROU A VIDA DE MUITOS DE SEUS COMPANHEIROS. A PERDA FOI TÃO PROFUNDA QUE PIERRE PASSOU A SOFRER DE INSÔNIA, INCAPAZ DE DORMIR ENQUANTO PENSAVA EM COMO PROTEGER OS AMIGOS QUE RESTARAM DO FRIO IMPLACÁVEL.

 

NOITES A FIO, PIERRE VAGAVA PELA FLORESTA COBERTA DE NEVE, PROCURANDO UMA SOLUÇÃO. ELE SABIA QUE NÃO PODIA PERMITIR QUE MAIS NENHUM AMIGO SOFRESSE COM O FRIO. UMA NOITE, ENQUANTO ANDAVA PREOCUPADO, PIERRE ENCONTROU UMA CAVERNA OCULTA ENTRE ROCHAS COBERTAS DE NEVE. ENTRANDO NA CAVERNA, ELE SE DEPAROU COM UMA IDEIA BRILHANTE: SE TODOS PUDESSEM SE REUNIR EM UM LOCAL PROTEGIDO, PODERIAM COMPARTILHAR CALOR E SE MANTER AQUECIDOS.

 

NA MANHÃ SEGUINTE, PIERRE CONVOCOU UMA REUNIÃO URGENTE COM TODOS OS ANIMAIS DA FLORESTA. ELE EXPLICOU SEU PLANO E PEDIU A AJUDA DE TODOS PARA TRANSFORMAR A CAVERNA EM UM REFÚGIO SEGURO E ACONCHEGANTE.

 

— AMIGOS, — COMEÇOU PIERRE, COM SEUS OLHOS BRILHANDO DE DETERMINAÇÃO — ENCONTREI UMA CAVERNA QUE PODE NOS PROTEGER DO FRIO. SE TRABALHARMOS JUNTOS, PODEMOS FAZER DELA UM LAR QUENTINHO ONDE NINGUÉM MAIS PRECISARÁ SOFRER COM O INVERNO.

 

OS ANIMAIS CONCORDARAM E LOGO COMEÇARAM A TRABALHAR. OS ESQUILOS E OS COELHOS TROUXERAM FOLHAS E MUSGOS PARA FAZER CAMAS MACIAS. OS CASTORES CORTARAM TRONCOS PARA CONSTRUIR UMA PORTA ROBUSTA QUE MANTERIA O VENTO GELADO AFASTADO. OS PÁSSAROS VOARAM EM BUSCA DE GOIABA, MAMÃO, MELÃO. E NOZES PARA ESTOCÁ-LOS E COMÊ-LOS QUANDO A FOME CHEGASSE E PIERRE, COM SEUS ESPINHOS FORTES, AJUDOU A REFORÇAR AS PAREDES DA CAVERNA, TORNANDO-A AINDA MAIS SEGURA.

 

COM TODOS TRABALHANDO JUNTOS, A CAVERNA LOGO SE TORNOU UM REFÚGIO ACOLHEDOR. DURANTE A NOITE, OS ANIMAIS SE REUNIAM, AQUECENDO-SE COM O CALOR UNS DOS OUTROS. PIERRE, APESAR DE AINDA SENTIR A DOR DA PERDA DOS AMIGOS, FINALMENTE ENCONTROU PAZ SABENDO QUE ESTAVA FAZENDO TUDO O QUE PODIA PARA PROTEGER OS QUE RESTARAM.

 

A CADA NOITE, ANTES DE DORMIR, OS ANIMAIS SE JUNTAVAM AO REDOR DE UMA FOGUEIRA IMPROVISADA E CONTAVAM HISTÓRIAS, RINDO E CANTANDO PARA AFASTAR O MEDO E A TRISTEZA. A AMIZADE E A SOLIDARIEDADE AQUECIAM SEUS CORAÇÕES, E PIERRE COMEÇOU A PERCEBER QUE, MESMO DIANTE DAS DIFICULDADES, A UNIÃO PODIA TRAZER LUZ E CALOR ÀS NOITES MAIS ESCURAS.

 

COM O TEMPO, A INSÔNIA DE PIERRE FOI DESAPARECENDO, SUBSTITUÍDA PELO CONFORTO DE SABER QUE SEUS AMIGOS ESTAVAM SEGUROS. ELE AINDA SENTIA SAUDADE DOS QUE PARTIRAM, MAS APRENDEU QUE A MELHOR MANEIRA DE HONRÁ-LOS ERA CUIDAR DAQUELES QUE AINDA ESTAVAM AO SEU LADO.

 

E ASSIM, NA FLORESTA NEGRA, A CAVERNA DE PIERRE SE TORNOU UM SÍMBOLO DE ESPERANÇA E UNIÃO. MESMO DURANTE OS INVERNOS MAIS RIGOROSOS, OS ANIMAIS SABIAM QUE, ENQUANTO ESTIVESSEM JUNTOS, PODERIAM SUPERAR QUALQUER DESAFIO.

 

E PIERRE, O PORCO-ESPINHO DE CORAÇÃO BONDOSO, FINALMENTE PÔDE DORMIR TRANQUILO, SABENDO QUE TINHA FEITO A DIFERENÇA NA VIDA DE SEUS AMIGOS.

Saulo Piva Romero
Enviado por Saulo Piva Romero em 18/07/2024
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