EM UM CANTINHO ACONCHEGANTE DA CASA DE DONA MARIQUINHA NA CIDADE DE OSLO NA NORUEGA, VIVIA UM GATINHO TRAVESSO CHAMADO TOBIAS. COM SEUS GRANDES OLHOS VERDES E SEU PELO MACIO, ELE ERA O ORGULHO E ALEGRIA DE DONA MARIQUINHA, UMA SENHORA ADORÁVEL QUE PASSAVA SEUS DIAS TRICOTANDO PARA AFASTAR O FRIO RIGOROSO DO INVERNO NÓRDICO.
TOBIAS TINHA UM LUGAR FAVORITO NA CASA: AOS PÉS DE DONA MARIQUINHA, ONDE SEMPRE HAVIA NOVELOS DE LÃ COLORIDOS E QUENTINHOS. ALI, ELE SE ANINHAVA E COCHILAVA ENQUANTO SUA DONA TRABALHAVA DILIGENTEMENTE EM UM NOVO PULÔVER ESPECIALMENTE PARA ELE. ELA QUERIA GARANTIR QUE TOBIAS SE MANTIVESSE AQUECIDO E ELEGANTE, MESMO QUANDO A NEVE CAÍA LÁ FORA E AS TEMPERATURAS DESPENCAVAM.
TODAS AS TARDES, ASSIM QUE DONA MARIQUINHA PEGAVA SUAS AGULHAS DE TRICÔ, TOBIAS VINHA CORRENDO E SE ENROLAVA NOS NOVELOS DE LÃ. COM O RONRONAR SUAVE E A RESPIRAÇÃO TRANQUILA, ELE ACABAVA SE EMARANHANDO NOS FIOS, CRIANDO UMA VERDADEIRA OBRA-PRIMA DE NÓS E LAÇADAS.
“AH, TOBIAS, MEU TRAVESSO!” RIA DONA MARIQUINHA, TENTANDO DESATAR OS FIOS SEM ACORDÁ-LO. “VOCÊ TRANSFORMA MEU TRICÔ EM UMA AVENTURA TODOS OS DIAS.”
CERTA MANHÃ, ENQUANTO O SOL TÍMIDO BRILHAVA ATRAVÉS DA JANELA, TOBIAS VIU UM NOVELO DE LÃ VERMELHA ROLANDO PELO CHÃO. SEUS INSTINTOS FELINOS DESPERTARAM, E ELE PULOU EM DIREÇÃO AO NOVELO, ROLANDO E BRINCANDO COMO SE FOSSE UM GATINHO DE NOVO.
“TOBIAS, VOCÊ NÃO PODE BRINCAR COM ESSE FIO!” ALERTOU DONA MARIQUINHA, MAS JÁ ERA TARDE. TOBIAS ESTAVA COMPLETAMENTE ENROLADO NO NOVELO, PARECENDO UMA PEQUENA BOLA DE LÃ ELE MESMO. DONA MARIQUINHA RIU TANTO QUE AS LÁGRIMAS ESCORRERAM DE SEUS OLHOS.
A CENA ERA TÃO CÔMICA QUE ATÉ OS PASSARINHOS DO LADO DE FORA DA JANELA PARARAM PARA ASSISTIR. TOBIAS, COMPLETAMENTE PRESO NO EMARANHADO DE LÃ, OLHOU PARA DONA MARIQUINHA COM UMA EXPRESSÃO DE PURA INOCÊNCIA, COMO SE DISSESSE: “EU SÓ QUERIA AJUDAR, DONA MARIQUINHA.”
COM PACIÊNCIA E CARINHO, DONA MARIQUINHA DESFEZ CADA NÓ, E FINALMENTE LIBERTOU TOBIAS. ELE DEU UM LEVE MIADO DE AGRADECIMENTO E SE ANINHOU NOVAMENTE AOS PÉS DELA, PRONTO PARA OUTRO COCHILO.
“AGORA, FIQUEM QUIETINHOS, NOVELOS DE LÃ, VAMOS TERMINAR ESTE PULÔVER ANTES QUE A PRÓXIMA NEVASCA CHEGUE,” DISSE DONA MARIQUINHA, RETOMANDO SEU TRICÔ. TOBIAS OBSERVAVA, OS OLHOS PESADOS DE SONO, ATÉ QUE FINALMENTE COCHILOU NOVAMENTE, O RONRONAR ECOANDO SUAVEMENTE PELA SALA.
QUANDO O PULÔVER FICOU PRONTO, DONA MARIQUINHA O COLOCOU EM TOBIAS, QUE PARECIA AINDA MAIS FOFO E ACOLHEDOR. ELE DESFILOU PELA CASA, EXIBINDO SEU NOVO TRAJE, ENQUANTO DONA MARIQUINHA SORRIA, SATISFEITA COM SEU TRABALHO E COM O AMOR QUE SENTIA PELO SEU TRAVESSO COMPANHEIRO.
E ASSIM, NO ACONCHEGO DE SUA CASA QUENTINHA, DONA MARIQUINHA E TOBIAS ENFRENTARAM MAIS UM RIGOROSO INVERNO DA NORUEGA, SEMPRE JUNTOS, SEMPRE AQUECIDOS PELO FIO DA MEADA.