Contos doTio-Avô
Saulo Piva Romero
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ERA UMA VEZ, NA MISTERIOSA FLORESTA DE SHERWOOD, NO CONDADO DE NOTTINGHAM, INGLATERRA, UMA BRUXA CHAMADA ZDUNK. COM SEU CHAPÉU PONTUDO, VESTES ESCURAS E UMA RISADA ESTRIDENTE QUE ECOAVA ENTRE AS ÁRVORES, ZDUNK ERA CONHECIDA POR SUAS TRAVESSURAS E FEITIÇARIAS. MAS HAVIA ALGO QUE ELA COBIÇAVA MAIS DO QUE QUALQUER OUTRA COISA: UM ESPELHO MÁGICO QUE PERTENCIA A UM JOVEM BELÍSSIMO CHAMADO NARCISO, QUE VIVIA EM BEÓCIA, NA GRÉCIA, MUITO LONGE DE ONDE ZDUNK MORAVA.

 

O ESPELHO TINHA O PODER DE ABRIR PASSAGENS PARA QUALQUER LUGAR. ZDUNK, SEMPRE FASCINADA POR NOVAS TERRAS E AVENTURAS, DESEJAVA POSSUÍ-LO PARA EXPLORAR O MUNDO SEM LIMITES.

 

UMA NOITE, SOB A LUZ DA LUA CHEIA, ZDUNK SE PREPARAVA PARA REALIZAR UM FEITIÇO PODEROSO QUE A LEVARIA ATÉ O ESPELHO DE NARCISO. COM UMA POÇÃO BORBULHANTE E PALAVRAS MÁGICAS SUSSURRADAS, ELA ABRIU UMA PASSAGEM PARA A ANTIGA GRÉCIA. AO ATRAVESSAR A BRUMA, ZDUNK SE VIU DIANTE DE NARCISO, QUE ESTAVA, COMO SEMPRE, ADMIRANDO SUA PRÓPRIA IMAGEM REFLETIDA NA ÁGUA DE UM LAGO.

 

— ORA, ORA, QUEM É VOCÊ, BRUXA INTROMETIDA? — PERGUNTOU NARCISO, SEM DESVIAR O OLHAR DE SEU REFLEXO.

 

— SOU ZDUNK, A BRUXA MAIS PODEROSA DA FLORESTA DE SHERWOOD! — EXCLAMOU ELA, ORGULHOSA. — E ESTOU AQUI PELO SEU ESPELHO MÁGICO.

 

NARCISO RIU, UM SOM MELODIOSO QUE FAZIA ECOAR PELO VALE. — VOCÊ ACHA QUE PODE SIMPLESMENTE TOMAR MEU ESPELHO?

 

ZDUNK, COM UM BRILHO MALICIOSO NOS OLHOS, DISSE: — AH, QUERIDO NARCISO, EU NÃO QUERO TOMAR NADA. EU QUERO TROCAR.

 

— TROCAR? — NARCISO LEVANTOU UMA SOBRANCELHA CURIOSA. — E O QUE VOCÊ TEM QUE POSSA ME INTERESSAR?

 

— QUE TAL... UMA POÇÃO QUE FARÁ SEU REFLEXO AINDA MAIS BELO DO QUE JÁ É? — SUGERIU ZDUNK, SEGURANDO UMA PEQUENA GARRAFA COM UM LÍQUIDO BRILHANTE.

 

NARCISO, SEMPRE VAIDOSO, NÃO RESISTIU. — MOSTRE-ME.

 

ZDUNK ENTREGOU-LHE A POÇÃO, E ENQUANTO NARCISO A SEGURAVA, ELA RAPIDAMENTE PEGOU O ESPELHO MÁGICO. ANTES QUE ELE PUDESSE REAGIR, ZDUNK DISSE AS PALAVRAS MÁGICAS E ABRIU UMA PASSAGEM DE VOLTA PARA A FLORESTA DE SHERWOOD.

 

DE VOLTA À FLORESTA, ZDUNK RIU TRIUNFANTE, FELIZ COM SEU NOVO TESOURO. MAS LOGO PERCEBEU ALGO ESTRANHO. O ESPELHO, QUE DEVERIA ABRIR PASSAGENS PARA QUALQUER LUGAR, ESTAVA COBERTO DE UMA NÉVOA ESPESSA.

 

— O QUE ESTÁ ACONTECENDO? — MURMUROU ELA, FRUSTRADA.

 

DE REPENTE, UMA VOZ ECOOU DO ESPELHO. — VOCÊ ACHA QUE PODE SIMPLESMENTE USAR MEU ESPELHO SEM CONSEQUÊNCIAS?

 

ZDUNK RECONHECEU A VOZ DE NARCISO. — O QUE VOCÊ FEZ?

 

— VOCÊ NÃO LEU AS ENTRELINHAS, BRUXA. O ESPELHO SÓ OBEDECE A QUEM É VERDADEIRAMENTE BELO POR DENTRO E POR FORA. — NARCISO RIU MAIS UMA VEZ, SUA IMAGEM APARECENDO NO ESPELHO. — APROVEITE A VISTA, ZDUNK.

 

ZDUNK TENTOU USAR O ESPELHO DE TODAS AS MANEIRAS POSSÍVEIS, MAS ELE SE RECUSAVA A ABRIR PASSAGENS. ENTÃO, ELA PERCEBEU QUE A VERDADEIRA MÁGICA ESTAVA NA BELEZA INTERNA DE QUEM O POSSUÍA. IRRITADA, MAS RESIGNADA, ELA DECIDIU USAR O ESPELHO COMO UM SIMPLES ORNAMENTO EM SUA CASA, LEMBRANDO-SE SEMPRE DA LIÇÃO APRENDIDA.

 

E ASSIM, A BRUXA ZDUNK CONTINUOU SUAS TRAVESSURAS NA FLORESTA DE SHERWOOD, COM UM ESPELHO MÁGICO QUE SÓ REFLETIA SUA PRÓPRIA FRUSTRAÇÃO. E NARCISO VOLTOU AO SEU LAGO, ETERNAMENTE FASCINADO POR SUA PRÓPRIA BELEZA.

 

 

Saulo Piva Romero
Enviado por Saulo Piva Romero em 30/06/2024
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