NO MISTERIOSO E PERIGOSÍSSIMO MAR MEDITERRÂNEO, HAVIA UMA LENDA QUE ATERRORIZAVA E FASCINAVA OS NAVEGANTES DE TODOS OS CANTOS DO MUNDO. DIZIAM QUE NAS PROFUNDEZAS DESSE MAR MORAVA GLOUCESTER, A SERPENTE DOS SETE MARES, UM DRAGÃO-MARINHO COLOSSAL QUE JAMAIS DORMIA OU REPOUSAVA. SUAS ESCAMAS BRILHAVAM COMO A LUZ DA LUA REFLETIDA NA ÁGUA, E SUA CAUDA ERA PODEROSA O SUFICIENTE PARA DESTRUIR OS MAIS FORTES NAVIOS.

EM UM BELO DIA ENSOLARADO, O CAPITÃO JOÃO "PÉ-DE-PATO" E SUA TRIPULAÇÃO DE PIRATAS ZARPARAM EM BUSCA DE UM TESOURO ENCANTADO, ESCONDIDO NUMA CAVERNA GUARDADA POR GLOUCESTER. O NAVIO "TEMPESTADE DOURADA" CORTAVA AS ONDAS COM UMA VELOCIDADE IMPRESSIONANTE.

"CAPITÃO, TENHO UM MAU PRESSENTIMENTO SOBRE ESSA VIAGEM", DISSE PEDRO, O MARINHEIRO MAIS EXPERIENTE DO GRUPO. "DIZEM QUE NINGUÉM NUNCA VOLTOU DAS ÁGUAS ONDE GLOUCESTER GOVERNA."

"BESTEIRA, PEDRO! HISTÓRIAS PARA ASSUSTAR CRIANÇAS. SEGUIREMOS EM FRENTE!" RESPONDEU O CAPITÃO JOÃO COM UM SORRISO CONFIANTE, AJUSTANDO SEU CHAPÉU DE PIRATA.

ENQUANTO NAVEGAVAM MAIS FUNDO NO MEDITERRÂNEO, A TRIPULAÇÃO COMEÇOU A SENTIR UM CALAFRIO NA ESPINHA. AS ÁGUAS ANTES CALMAS COMEÇARAM A AGITAR-SE, E NUVENS ESCURAS COBRIRAM O CÉU. DE REPENTE, UMA SOMBRA COLOSSAL APARECEU SOB O NAVIO.

"CAPITÃO, OLHE!" GRITOU MARIA, A VIGIA DO NAVIO, APONTANDO PARA A ÁGUA. "É GLOUCESTER!"

O DRAGÃO-MARINHO EMERGIU DAS PROFUNDEZAS, SUA CABEÇA ENORME E ASSUSTADORA SURGINDO À SUPERFÍCIE. GLOUCESTER LANÇOU UM RUGIDO QUE FEZ O MAR TREMER, E SUA CAUDA SE ERGUEU NO AR, PRONTA PARA ESMAGAR O "TEMPESTADE DOURADA".

"SEGUREM-SE, TODOS!" ORDENOU O CAPITÃO JOÃO. "VAMOS DESVIAR DESSA FERA!"

COM HABILIDADE E RAPIDEZ, O CAPITÃO MANOBROU O NAVIO PARA EVITAR O GOLPE FATAL DA CAUDA DE GLOUCESTER. MAS A SERPENTE NÃO DESISTIRIA TÃO FACILMENTE. SEUS OLHOS BRILHANTES FIXARAM-SE NO NAVIO, E ELA COMEÇOU A PERSEGUI-LOS COM FÚRIA.

"VAMOS LEVAR GLOUCESTER ATÉ A CAVERNA!" SUGERIU PEDRO. "TALVEZ LÁ CONSIGAMOS DESPISTÁ-LO!"

O CAPITÃO JOÃO ASSENTIU, E A TRIPULAÇÃO TRABALHOU EM UNÍSSONO PARA GUIAR O NAVIO EM DIREÇÃO À LENDÁRIA CAVERNA DO TESOURO. GLOUCESTER OS SEGUIU DE PERTO, MAS O "TEMPESTADE DOURADA" CONSEGUIU ENTRAR NA CAVERNA ESTREITA, ONDE A SERPENTE GIGANTE NÃO PODIA SEGUIR.

"ESTAMOS A SALVO... POR ENQUANTO," SUSPIROU MARIA, ALIVIADA.

DENTRO DA CAVERNA, OS PIRATAS ENCONTRARAM UM CENÁRIO DESLUMBRANTE: PILHAS DE OURO, JOIAS E ARTEFATOS ANTIGOS BRILHAVAM EM UMA LUZ MÁGICA. MAS O MAIS IMPRESSIONANTE ERA UM GRANDE BAÚ NO CENTRO DA CAVERNA, COBERTO DE PEDRAS PRECIOSAS.

"ESSE É O TESOURO ENCANTADO DE QUE FALAVAM!" EXCLAMOU O CAPITÃO JOÃO, SEUS OLHOS BRILHANDO DE EXCITAÇÃO.

PEDRO, CAUTELOSO, ADVERTIU: "LEMBRE-SE, CAPITÃO, TESOUROS ASSIM SEMPRE VÊM COM UM PREÇO."

QUANDO ABRIRAM O BAÚ, UMA VOZ MISTERIOSA ECOOU PELA CAVERNA: "QUEM OUSA DESPERTAR MEU GUARDIÃO?"

"SOMOS NÓS, OS PIRATAS DO 'TEMPESTADE DOURADA'. VIEMOS EM BUSCA DO TESOURO!" RESPONDEU O CAPITÃO JOÃO COM BRAVURA.

A VOZ RIU, E A CAVERNA COMEÇOU A TREMER. GLOUCESTER, PRESO DO LADO DE FORA, RUGIU EM DESESPERO, COMO SE A CAVERNA ESTIVESSE VIVA E CONTROLANDO SEUS MOVIMENTOS.

"VOCÊS PROVARAM SUA CORAGEM AO ENFRENTAR GLOUCESTER E CHEGAR ATÉ AQUI," DISSE A VOZ. "O TESOURO É SEU, MAS LEMBREM-SE: COM GRANDE RIQUEZA VEM GRANDE RESPONSABILIDADE."

COM ISSO, A CAVERNA SE ACALMOU, E OS PIRATAS COMEÇARAM A CARREGAR O TESOURO PARA O NAVIO. GLOUCESTER, AGORA CALMO, OBSERVAVA EM SILÊNCIO, COMO SE RECONHECESSE A BRAVURA DOS INVASORES.

DE VOLTA AO "TEMPESTADE DOURADA", A TRIPULAÇÃO CELEBROU SUA VITÓRIA. "CONSEGUIMOS!" GRITOU MARIA. "SOMOS RICOS!"

"SIM, SOMOS," DISSE O CAPITÃO JOÃO, "MAS NUNCA ESQUECEREMOS O PREÇO DA NOSSA VITÓRIA E O RESPEITO QUE DEVEMOS A GLOUCESTER, A SERPENTE DOS SETE MARES."

E ASSIM, COM O TESOURO A BORDO E NOVAS HISTÓRIAS PARA CONTAR, OS PIRATAS ZARPARAM DE VOLTA PARA CASA, SABENDO QUE SUAS VIDAS NUNCA MAIS SERIAM AS MESMAS APÓS A INCRÍVEL AVENTURA NO FUNDO DO MEDITERRÂNEO.