TUDO POR UM MORANGO
ERA UMA VEZ UM RATINHO CHAMADO OLIVER, QUE VIVIA EM UMA PEQUENA TOCA NO CAMPO. OLIVER ERA UM RATINHO COMO QUALQUER OUTRO, EXCETO POR UMA COISA: ELE ERA COMPLETAMENTE ALUCINADO POR MORANGOS. SE PUDESSE, ELE COMERIA MORANGOS NO CAFÉ DA MANHÃ, NO ALMOÇO, NO JANTAR E ATÉ NA SOBREMESA!
CERTA MANHÃ, OLIVER ACORDOU COM UM PENSAMENTO FIXO: "HOJE É DIA DE MORANGO!" ELE SE ESPREGUIÇOU, ESFREGOU SUAS PATINHAS E SAIU CORRENDO EM DIREÇÃO À PLANTAÇÃO DO SENHOR GERALDO. O FAZENDEIRO TINHA OS MORANGOS MAIS VERMELHINHOS E SUCULENTOS DE TODA A REGIÃO.
AO CHEGAR NA PLANTAÇÃO, OLIVER AVISTOU UM MORANGO ENORME, RELUZENTE AO SOL. ELE LAMBEU OS LÁBIOS E MURMUROU: "AH, MEU PRECIOSO MORANGO, VOCÊ SERÁ MEU!" MAS HAVIA UM PROBLEMA: O SENHOR GERALDO ESTAVA FURIOSO COM OS CONSTANTES ROUBOS DE SEUS MORANGOS E TINHA ESPALHADO RATOEIRAS POR TODA A FAZENDA.
OLIVER, PORÉM, NÃO SE INTIMIDOU. SEU LEMA ERA "TUDO POR UM MORANGO!"
ENQUANTO OLHAVA EM VOLTA, AVISTOU UMA RATOEIRA BEM AO LADO DO SEU ALVO. ELE SE ESGUEIROU CUIDADOSAMENTE, PENSANDO ALTO: "VAMOS LÁ, OLIVER. VOCÊ CONSEGUE! É SÓ NÃO TOCAR NA RATOEIRA..."
DE REPENTE, OUVIU UMA VOZ FAMILIAR. ERA RÚBIA, A RATINHA DA FLORESTA, E SUA MELHOR AMIGA.
— OLIVER, VOCÊ FICOU MALUCO? NÃO ESTÁ VENDO AS RATOEIRAS? — PERGUNTOU RÚBIA, ESPANTADA.
— AH, RÚBIA, VOCÊ NÃO ENTENDE! — RESPONDEU OLIVER. — ESSES MORANGOS SÃO COMO TESOUROS PARA MIM! EU PRECISO DELES!
RÚBIA REVIROU OS OLHOS, MAS NÃO PODIA DEIXAR SEU AMIGO SOZINHO.
— ENTÃO, VAMOS PENSAR EM UM PLANO. — DISSE RÚBIA.
OS DOIS COMEÇARAM A PENSAR, ATÉ QUE OLIVER TEVE UMA IDEIA BRILHANTE.
— E SE USÁSSEMOS UM GRAVETO PARA DESARMAR A RATOEIRA? — SUGERIU ELE.
RÚBIA OLHOU PARA OLIVER E SORRIU.
— ISSO PODE FUNCIONAR! VAMOS TENTAR.
OLIVER ENCONTROU UM GRAVETO E, COM CUIDADO, EMPURROU A RATOEIRA. SNAP! A RATOEIRA SE FECHOU SEM PEGAR NINGUÉM.
— CONSEGUIMOS! — COMEMOROU OLIVER.
ELE CORREU EM DIREÇÃO AO MORANGO E, FINALMENTE, CONSEGUIU PEGÁ-LO. COM UM SORRISO ENORME NO ROSTO, DEU UMA MORDIDA NO SUCULENTO MORANGO.
— AH, ISSO É VIDA! — SUSPIROU OLIVER, FELIZ.
MAS A FELICIDADE DUROU POUCO. DE REPENTE, OUVIRAM PASSOS PESADOS. ERA O SENHOR GERALDO, QUE VINHA VERIFICAR SUAS RATOEIRAS.
— RÁPIDO, OLIVER! VAMOS EMBORA! — SUSSURROU RÚBIA, PUXANDO OLIVER PELA PATA.
OS DOIS CORRERAM O MAIS RÁPIDO QUE PUDERAM, E CONSEGUIRAM ESCAPAR POR UM TRIZ. DE VOLTA À TOCA, OLIVER DIVIDIU O MORANGO COM RÚBIA, QUE APESAR DE TUDO, ERA SUA GRANDE AMIGA E MERECIA UMA RECOMPENSA POR SUA AJUDA.
— SABE, OLIVER, VOCÊ É REALMENTE DOIDO POR MORANGOS. — DISSE RÚBIA, RINDO.
— E VOCÊ É A MELHOR AMIGA QUE UM RATINHO PODE TER. — RESPONDEU OLIVER, SORRINDO.
E ASSIM, OLIVER APRENDEU A SER MAIS CAUTELOSO, MAS NUNCA PERDEU SUA PAIXÃO POR MORANGOS. AFINAL, COMO ELE SEMPRE DIZIA: "TUDO POR UM MORANGO!"